Experiência de Marca

<!--:pt-->Consumidor que dorme na fila de promoções faz caça ao tesouro<!--:-->

Talvez nem todos nossos leitores saibam que liquidações são consideradas ações de marketing promocional. Assim escreveu João de Simoni, pai da promoção no Brasil, em seu livro Promoção de Vendas, mais tarde reeditado como marketing promocional.

Talvez nem todos nossos leitores saibam que liquidações são consideradas ações de marketing promocional. Assim escreveu João de Simoni, pai da promoção no Brasil, em seu livro Promoção de Vendas, mais tarde reeditado como marketing promocional.

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Pela sua simplicidade, nós deixamos de postar grande parte das liquidações que ocorrem no Brasil, mesmo porque seria impossível noticiar todas. Mas, normalmente, em janeiro algumas delas chamam a atenção, afinal, começo de ano é época de liquidação no comércio.

As da internet ainda são uma novidade e os descontos chegam a 70% nas lojas virtuais. Mas das liquidações reais, da porta de loja, é que vem as situações mais interessantes, como esta abaixo, destacada na matéria de Vivian Pereira Nunes de O Globo.

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Para realizar seu sonho de consumo vale a pena dormir em frente a uma loja, enfrentar a maior correria na disputa pelo produto e ainda se arriscar a levar um objeto com defeito? A resposta é “sim” para as pessoas que fazem questão de serem as primeiras a chegar ao saldão de eletrodomésticos e eletroeletrônicos que acontece no País nesta época do ano, atrás de uma TV de plasma gigante ou do último modelo de uma geladeira.

“A lógica de consumo das pessoas nesse caso é conseguir o maior benefício pelo menor preço. É uma caça ao tesouro. Estamos dispostos a fazer sacrifícios para obter os objetos de nosso desejo – avalia Heloísa Omine, professora de Marketing do Ponto de Venda e de Merchandising da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM).

Na opinião da especialista, esse é o caso das pessoas que passaram a noite para esperar a abertura das lojas do Magazine Luiza na sexta-feira (08/01). “Elas querem ser as primeiras a chegar para poder selecionar os bens disponíveis. E se for necessário carregar o produto nas costas até o carro, elas fazem isso felizes, mesmo com a chuva que estava em São Paulo e com o engarrafamento de 80 quilômetros” – afirma.

Ela destaca que comprar em saldões significa, em geral, adquirir produtos mais sofisticados, em modelos mais modernos, em condições melhores, com preços mais baixos. “É o que acontece também em um feirão de carro.”

Para a professora da ESPM, nesse caso, não importa a condição socioeconômica do consumidor. “É um comportamento observado em diferentes classes sociais. Se houver uma superpromoção no Shopping Leblon, a consumidora que está acostumada a comprar lá também vai correr para as lojas” – avalia, lembrando que isso acontece também nos outlets no exterior. “O brasileiro que tem dinheiro para viajar para os Estados Unidos e a Europa muitas vezes deixa de ir ao teatro, de fazer um passeio turístico, para perder um dia na Bloomingdale’s, por exemplo.”

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Para a estudiosa do comportamento de consumo, o hábito de se sacrificar para participar de saldões e outras promoções é mais comum entre os latino-americanos, em especial entre os brasileiros, que ainda se lembram dos tempos de hiperinflação.

“A gente ainda traz na nossa memória essa situação de hiperinflação, de mudança constante de preço. Mesmo com a estabilidade econômica, carregamos hábitos daquela época, como fazer estoque. É por isso que lotamos o supermercado no início do mês, mesmo podendo distribuir as compras durante o mês.”