Experiência de Marca

Congresso de Live MKT atinge objetivos e traz desafios

O evento, realizado em dois dias (27 e 28/07), reuniu centenas de profissionais da comunicação, entre agências, clientes e fornecedores em busca do desenvolvimento desse mercado, que tem se mostrado em constante expansão. 

Com objetivos atingidos e discussões que vão gerar novos trabalhos, terminou na noite de terça-feira (28/07), o segundo Congresso Brasileiro de Live Marketing, realizado no Centro de Convenções Rebouças, na Capital paulista.

evento, realizado em dois dias (27 e 28/07), reuniu centenas de profissionais da comunicação, entre agências, clientes e fornecedores em busca do desenvolvimento desse mercado, que tem se mostrado em constante expansão. O encerramento das atividades foi marcado pela cerimônia do 15º Ampro Globes Awards, que premia as melhores campanhas, profissionais e fornecedores do live marketing no Brasil.

A Olimpíada como uma oportunidade para reinventar sob o ponto de vista de legados e aprendizagem foi um dos destaques do último dia do congresso. O assunto, que já integra projetos de pequenas e grandes empresas, e será reforçado a partir do próximo mês, foi abordado no "Painel Olímpico: Live, Life, Legacy".

Fotos: Luciana Serra. 

Para tratar do tema foram convidados o diretor de Planejamento da Momentum, Rodrigo Coelho e o CEO da Gael, Gaetano Lops. O presidente da agência Tudo, Mauricio Magalhães comandou os trabalhos.

“Será uma oportunidade para as marcas contribuírem, fazerem diferença e serem reconhecidas pelo público. Nesses jogos, vamos viver uma das coisas mais importantes que as marcas estão aprendendo, o poder do real time marketing, da reação ao vivo.”, destacou Coelho.

Já Lops falou sobre a necessidade de planejamento para as empresas que ainda desejam participar do maior evento esportivo mundial.

“Para quem já está envolvido com o esporte, a hora é essa. Quem não fez, é a chance de começar. Mas, se for pensar nos jogos que acontecem daqui um ano e depois esquecer, não adianta. É uma história para ficar. Sei quando uma marca fala superficialmente comigo ou profundamente. Essa é a grande diferença para esse tema.”, afirmou o executivo.

Em seguida, foram apresentados novos dados do segmento de live marketing no Brasil pelo analista da Lafis Consultoria, Alexandre Franco, durante o Comitê de Pesquisa e Evolução do Mercado. Ao todo, foram ouvidas 200 agências, maioria da Região Sudeste.

O resultado trouxe números relevantes, como o faturamento anual, de até R$ 5 milhões para pelo menos a metade das cercas de três mil agências especializadas no País.

As entrevistas trouxeram ainda como resultado a predominância de empresas grandes como clientes (64%) e as ativações da marca como o principal trabalho realizado pelas agências (93%), seguido pelos eventos (92%) e promoções (88%). “O live ainda tem muito espaço para crescer.”, mencionou Franco, diante das conclusões.

O diretor da Central Globo de Desenvolvimento Comercial, Carlos Henrique Nascimento, incrementou o comitê ao falar sobre oportunidades de negócio e a reestruturação da empresa para integrar novos projetos voltados ao segmento. “Muitas vezes, no ambiente do live marketing, o veículo não é totalmente compreendido em termos de função. Estamos aqui para construir e fazer história. Para ter resultado é preciso emoção, execução e planejamento.”, disse o executivo.

O encerramento do comitê foi marcado por um debate com outros profissionais, como Denise de Cássia, da Agência 96; o presidente do Grupo Atendimento, Marcio Oliveira; e o sócio-presidente da Avantgard, Luiz Arruda. Foram abordadas diferentes questões, entre elas tecnologias e gestores de negócios. Um dos questionamentos feitos foi sobre a necessidade de mudança do live marketing.

“Live já é sinal dessa renovação que o marketing precisa. O marketing tem a chance de quebrar um pouco das barreiras entre os diferentes fornecedores e é ele que dita o ritmo para que a coisa seja live.”, opinou Oliveira. “O Live complementa, não substitui.”, completou Denise.

Para mostrar a força do marketing ao vivo em todo o País, foram apresentadas peculiaridades do mercado fora das grandes Capitais no Painel Regionalização, logo após o almoço.

De acordo com Alexa Carvalho, VP de Desenvolvimento Regional da Ampro, a ideia foi mostrar que existem agências e profissionais capacitados no País inteiro, principalmente, porque a entidade vem fazendo um trabalho de potencialização desses mercados, melhorando a qualificação da mão de obra, os profissionais e os fornecedores que abastecem o negócio, levando mais conhecimento. “E a gente sabe que está no caminho certo.”, destacou Alexa.

Elaine Moro Costa, diretora-regional da Ampro PR/SC também acredita na evolução do mercado fora das grandes Capitais. “A gente como regional está pronta para receber grandes agências, pensar estrategicamente com vocês. Temos bons profissionais.”, salientou a executiva.

Também apresentaram seus pontos de vista Juliana Ottoni, diretora-adjunta da Ampro Centro-Oeste; Milton Santana, presidente da Ampro Nordeste; Roberto Rimoli, diretor-regional da Ampro RS; Marcio Vianna, diretor-associado da Ampro Nordeste e Tony Coelho, diretor regional da Ampro RJ. “Somos fundamentais no processo de inteligência, porque entendemos a peculiaridade de cada região.”, mencionou Juliana.

Antes dos últimos debates, o diretor de normas da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, Sidney Oliveira, falou sobre o novo modelo de licitação para o setor de live marketing, que vem sendo trabalhado.

O formato em desenvolvimento foi uma conquista da entidade, já que até então as licitações estavam baseadas apenas no preço. Habilitação jurídica, qualificação técnica, qualificação econômico-financeira estão, por exemplo, entre as exigências legais para participar da concorrência para um trabalho.

O debate seguinte envolveu o mercado de trade marketing com a participação de profissionais renomados. Subiram ao palco sob a coordenação de Ana Paula Andrade, a Retrail Trade Marketing Manager da Dell, Carolina Loyo; o gerente de Marketing da Cisco, Mauricio Portela; o diretor de Marketing da JBS, Marcelo Dias; a gerente de Marketing da Fnac, Mariana Manita; e o doutor em marketing pela Fundação Getúlio Vargas e pela ESPN, Henrique de Campos Junior.

Alguns dados embasaram as apresentações e mostraram a importância desse segmento, como o faturamento anual de R$12 bilhões e o fato de 25% das agências de live marketing trabalharem efetivamente com trade marketing na especialidade.

“O canal ponto de venda continua responsável por 70% das vendas, apesar do crescimento da plataforma digital. A chegada, descoberta e decisão acontecem no ponto de venda.”, disse Portella. Não é à toa que a Dell precisou voltar ao mercado de varejo ao perceber que estava perdendo vendas, conforme apresentou Carolina. Foi necessária uma mudança de estratégia, cujo resultado foi positivo.

Para fechar as atividades, o sócio-diretor da Gouveia e Souza, Luiz Alberto Marinho, apresentou a palestra "O Futuro do Varejo", mostrando o novo perfil do consumidor, que ficou mais exigente e com mais poder em relação ao passado. Hoje, apontou o especialista, o consumidor tem opção e informação e não quer mais comprar algo que não é exatamente o que ele busca.

“O consumidor está começando a controlar o processo. Está se transformando no maximizer, não se satisfaz com o que é bom, quer o melhor. Ele sabe que há marcas demais querendo a preferência dele.”, afirmou Marinho.

O encerramento do evento foi feito pelo presidente da Ampro, Kito Mansano, que considerou o congresso “desafiador”. “Tenho orgulho por atingir os objetivos. O Congresso trouxe discussões interessantes que vão gerar trabalhos significativos para dar continuidade ao que temos desenvolvido no nosso mercado.”, ressaltou o executivo.