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Começa disputa para sediar a abertura da Copa de 14

Uma situação inusitada marcou a inauguração dos 12 estandes das cidades-sede da Copa do Mundo de 2014 na estrutura montada na Marina da Glória, no Rio de Janeiro.

Uma situação inusitada marcou a inauguração dos 12 estandes das cidades-sede da Copa do Mundo de 14 na estrutura montada na Marina da Glória, no Rio de Janeiro. Três, das quatro cidades que lutam pela abertura do Mundial (Belo Horizonte, Brasília e São Paulo) estavam lado a lado no corredor onde passaram autoridades e técnicos de várias seleções estrangeiras para o sorteio das Eliminatórias, que aconteceu no dia 30/07.

A disputa pelo jogo inicial, que ainda conta com Salvador (BA) na briga, tem sido ferrenha. Durante a passagem dos jornalistas pelos estandes, no dia 29/07, era possível ver assessores das quatro cidades com sacolas de brindes e tentando “puxar” os repórteres em outros estandes para escutarem os argumentos, que mais pareciam discursos políticos, para ter a estreia do Brasil na Copa em sua cidade, no dia 12 de junho de 14. O anúncio da escolhida só será feito pela Fifa no mês outubro.

Belo Horizonte e São Paulo disputam condição de sede do Mundial (Foto: Celso Paiva/Terra).

Favorita na disputa, principalmente depois de declarações positivas do secretário geral da Fifa, Jerôme Valcke, a cidade de São Paulo aposta na forte economia e no fato de a maioria das pessoas chegarem ao Brasil pelos aeroportos paulistas de Congonhas e Cumbica.

“A maioria dos voos passa por São Paulo. Em uma hora, 110 mil pessoas chegam no Estado. Só São Paulo tem dois aeroportos desse nível e em termos de critérios técnicos a cidade é imbatível”, afirmou Emanuel Fernandes, coordenador do Comitê Paulista para a Copa de 14.

De acordo com Fernandes, com o problema do estádio em Itaquera resolvido, São Paulo entra forte na disputa. “O gargalo nosso que era o estádio resolveu finalmente. Não queremos o jogo da abertura apenas por prestígio. A gente vê a chance de o mundo olhar para São Paulo com a abertura. Hoje, quando se fala no Brasil em termos mundiais, todos só falam no Rio de Janeiro. Conhecem São Paulo por sua economia, mas acabam pensando em vir para o Rio. É a grande oportunidade de mudarmos essa visão”.

No estande vizinho, separada nem por um metro de distância, estava o da principal concorrente de São Paulo na disputa. A cidade de Belo Horizonte (MG) tentou usar o cronograma adiantado para levar a abertura. A cidade mineira tem feito o lobby mais forte com a imprensa, por intermédio de assessores, para tentar convencer que deve receber o jogo de abertura.

“Nossa pretensão é ser a principal sede da Copa das Confederações e receber a abertura da Copa do Mundo. Nós sabemos que São Paulo resolveu seus problemas e achamos isso ótimo, pois não dá para ter uma Copa do Mundo sem São Paulo. Belo Horizonte pleiteia e tem toda a capacidade de ser a abertura da Copa”, afirmou Tiago Lacerda, presidente do Comitê Executivo de Belo Horizonte para Copa de 14.

“Nós estamos adiantados na construção do nosso estádio, ampliamos a rede hoteleira. São 22 hotéis em construção e mais 20 em licenciamento. Estamos melhorando muito na questão do transporte e mobilidade da cidade.Temos todas as condições para receber este jogo inaugural”, acrescentou.

Ao lado da candidata mineira ficou o estande de Brasília (DF), que jogou mais forte em termos políticos e levou ao Rio de Janeiro o governador Agnello Queiroz, um dos poucos governadores que compareceu à cerimônia de apresentação das cidades-sede. O ex ministro do Esporte apontou também o cronograma avançado como principal fator para levar o Mundial para a capital do País.

“A Copa das Confederações é um trunfo muito importante. Você vai fazer uma abertura sem testar a estrutura? Tem que testar para valer. Se você faz a abertura da Copa das Confederações, a dimensão é um pouco menor, mas você tem a utilização máxima do estádio em todos os sentidos. Isso tudo precisa ser testado, por isso o grande objetivo de fazer o evento teste”, disse.

“O COL e a Fifa podem contar com Brasília para qualquer tarefa, inclusive e, principalmente, a abertura, porque dá segurança de fazer um evento teste e também porque fazer a abertura na capital é uma forma de todos os brasileiros se sentirem representados”, completou Queiroz.

Azarão na disputa, a cidade de Salvador (BA) mostrou o argumento mais original para querer levar o jogo inicial do Mundial para o município. “Depois de ser realizada a primeira Copa do Mundo em território africano, nada melhor do que a cidade mais negra do País tenha o prazer de receber a partida inaugural. A representatividade cultural é nosso principal trunfo. Salvador é a terra mãe do Brasil”, disse Ney Campello, secretário estadual para assuntos da Copa do Mundo.

Campello citou ainda a vasta rede hoteleira e a capacidade de receber turistas em evento como o Carnaval para falar que a Bahia está pronta para a abertura. “Somos a terceira oferta hoteleira do País, com 70 mil leitos. Fora isso, a hospitalidade do baiano sempre foi exaltada pelos turistas que vem curtir o Carnaval em Salvador”.

Confira as imagens dos demais estandes abaixo:

Fonte: Celso Paiva/Terra