Flavia Goldenberg*
Philip Kotler, o pai do marketing, classificou os 4 P´s do composto de marketing, Produto, Praça, Promoção e Preço (product, place, promotion and price). O conceito evoluiu ao surgir a consciência da importância do P de Pessoas (People), passando assim assim a ser constituído por 5 P´s .
Hoje, não restam dúvidas sobre este novo conceito, afinal, público interno e externo, ou seja, consumidores, funcionários e demais públicos interessados são parte fundamental deste processo, sobretudo na era da internet onde a comunicação é bilateral. Qualquer um pode fazer valer sua opiniões por meio das redes sociais.
Em meio a tudo isso, humildemente, peço licença para introduzir um sexto P na roda do composto de marketing.
Trata-se de nosso tão amado e sofrido Planeta ou Planet em inglês, se preferirem.
Em nosso tempo, apesar de já tardio, não é possível desconsiderar o planeta no composto de marketing.
Todo produto deve ser analisado sob a ótica de sua contribuição ou dano ao planeta. Como seu processo de produção e consumo afeta nossa vida atual e futura.
Em minha opinião, em breve, todos os consumidores farão esta reflexão na hora da compra e a decisão de compra por produtos hoje comoditizados pode pairar sobre esta questão.
Afinal, segundo a pesquisa do Instituto Akatu sobre hábitos de consumo, 78% dos entrevistados declararam ter muito interesse em saber como as empresas tentam ser socialmente responsáveis.
Ou seja, há de se considerar o sexto P quando se concebe o Plano de Marketing tanto para o lançamento como para reposicionamento de uma marca no mercado.
É curioso e surpreendente observar o material do Instituto Akatu. O texto trata das questões de responsabilidade social empresarial – RSE que tem mais prestígio em nossa sociedade atualmente.
“O estudo revela que o brasileiro ainda dá mais atenção a ações de caráter emergencial e assistencialista, mas demonstra compreensão mais abrangente do conceito de RSE, valorizando, em ordem de prioridade: tratamento justo aos empregados (25% dos brasileiros; 26% na média mundial); doações/caridade (19% no Brasil; 7% no mundo); e criação de empregos/suporte à economia (18% no Brasil; 17% no mundo).
Para os brasileiros, as ações de ‘responsabilidade operacional’ (tais como assegurar o fornecimento de produtos seguros e saudáveis, não prejudicar o meio ambiente e tratar os empregados com justiça) são mais importantes que as de ‘responsabilidade cidadã’ (ajudar a reduzir a distância entre ricos e pobres, reduzir violações de direitos humanos no mundo, ajudar na prevenção da Aids, dentre outras). ”
Aconselho o acompanhamento desta tendência com cuidado pois as percepções podem mudar rapidamente. Acredito que a população deve amadurecer diante do bombardeio de informações que se sucederá no âmbito da responsabilidade sócio ambiental corporativa. Sendo assim, estes consumidores exigirão ações que promovam transformações mais profundas, duradouras e mais equilibradas.