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Cancelamento de eventos afetam o turismo de negócios

O cancelamento do “Minas Láctea” e do “Miss Brasil Gay”, eventos tradicionais em Juiz de Fora, pode comprometer os setores hoteleiro e de bares e restaurantes do município.

O cancelamento do “Minas Láctea” e do “Miss Brasil Gay”, eventos tradicionais em Juiz de Fora, pode comprometer os setores hoteleiro e de bares e restaurantes do município.

Os dois eventos, que seriam realizados no segundo semestre, representam injeção de dinheiro na economia. A Prefeitura reconhece que precisa de um esforço maior para manter a vocação de destino do turismo de negócios em Juiz de Fora.

O Minas Láctea movimenta, em média, R$ 200 milhões em negócios. No começo de 2014, a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) chegou a anunciar a venda de estandes para a feira de máquinas, que é referência na América Latina. No entanto, o evento foi cancelado e passará a ser bienal.

Foto: Divulgação.
Minas Láctea 2013.
Minas Láctea 2013.

De acordo com a organização do Miss Brasil Gay, o evento envolve 51 setores da economia direta e indiretamente e arrecada, durante os dias de festa, cerca de R$ 3 milhões.

“Às vezes o juiz-forano não consegue enxergar como isso afeta a vida dele, mas afeta à medida que gera empregos, diretos e indiretos. Gira a cadeia produtiva. Quando o turista vai a Juiz de Fora, ele usa táxi, estruturas de restaurantes e hoteleira, o comércio da cidade”, explicou o diretor da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes em Juiz de Fora, Marcos Henrique Miranda.

Um dos setores turísticos que mais sentem a queda no movimento é o de hotelaria. Um hotel da cidade, por exemplo, espera uma redução de 40% na taxa de ocupação. “O Minas Láctea era o réveillon da hotelaria em Juiz de Fora. Com o cancelamento, teremos receita e ocupação menores dentro da semana em que ocorria esse evento”, destacou o gerente Marcelo Vivot.

Bares e restaurantes registram queda nas vendas e quem também perde são as distribuidoras que abastecem os estabelecimentos com refrigerantes e bebidas alcoólicas. O empresário Marcelo Mesquita Vieira aumentou o estoque contando com o consumo e vai levar mais tempo para esvaziá-lo. “Nós, comerciantes, não temos o nosso 13º salário. Os eventos acabam sendo esse 13º, um aumento nas nossas vendas”, comparou.

Segundo os empresários da cidade, o desafio de Juiz de Fora para atrair novos eventos e manter os que já estão no calendário é investir em políticas públicas para tornar a cidade mais competitiva, já que é grande a concorrência com outros municípios, incluindo capitais, para receber turistas. O proprietário de um bar na cidade, Sérgio de Almeida, disse que Juiz de Fora tem que acolher eventos. “Tem que ter um gestor municipal para fazer essa articulação”, cobrou.

Segundo a Prefeitura, é preciso um esforço maior para o município não perca a vocação de ser um destino do turismo de negócios. “Eu acho que temos que diversificar porque naturalmente vão ocorrer desistências por problemas técnicos e operacionais. Se tivermos uma maior quantidade de eventos, isso se dilui e o setor não sofre tanto, não fica dependente”, explicou o secretário de Desenvolvimento Econômico André Zucchi.