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<!--:pt-->As mudanças no jornalismo com as redes sociais<!--:-->

É ferramenta indispensável para os jornalistas de hoje o conhecimento em mídias sociais e a navegação web no meio digital. No surgimento do jornal impresso, a linguagem predominante era a literária (inspirada no livro), depois surgiram as técnicas de lead e pirâmide invertida. O processo de adaptação da apresentação da notícia tende a ocorrer também com a chegada das novas mídias.

É ferramenta indispensável para os jornalistas de hoje o conhecimento em mídias sociais e a navegação web no meio digital. No surgimento do jornal impresso, a linguagem predominante era a literária (inspirada no livro), depois surgiram as técnicas de lead e pirâmide invertida. O processo de adaptação da apresentação da notícia tende a ocorrer também com a chegada das novas mídias.

Por enquanto, as mudanças nas plataformas mobile foram apenas técnicas com adequação do layout do site para as telas de menor tamanho dos celulares. “Mesmo essa simples adaptação técnica, e automática, do conteúdo, ainda não é padrão em parte dos grandes portais on-line nacionais, mas o paradigma de adaptação automática de ‘web desktop‘ para ‘web mobile’ já existe”, diz Eduardo Natário, professor do curso de jornalismo da Universidade Nove de Julho (Uninove).

A produção de conteúdo dos veículos de mídia tradicionais – revistas, jornais, emissoras de televisão – com presença na web ganharam milhares de concorrentes: as pessoas. Na web 2.0, tanto no celular quanto no computador de mesa, as pessoas começaram a ter espaço para publicar seus conteúdos e suas opiniões ‘ajudando’ a compor as reportagens.

“Todos na web 2.0 podem ter o equivalente a uma emissora de TV, rádio, jornal, revista e demais meios de comunicação multimídia on-line, mas esses recursos e possibilidades de veiculação, que utilizam o celular como plataforma, estão nas mãos de qualquer pessoa e só se justificam se houver conteúdo pertinente. Com isso, notamos que o ‘leitor de conteúdo’ está se transformando paulatinamente em ‘produtor de conteúdo'”, explica Natário.

O celular é usado para falar com outras pessoas em um tipo de comunicação ‘um para um’, ou seja, um tipo de comunicação direcionada, diferente dos meios de comunicação tradicionais que se utilizam do conceito ‘um para todos’.  Com isso, os jornalistas e os veículos que atuam nessas mídias móveis devem pensar em formas de entregar conteúdos com algum tipo de personalização para esses usuários.

O leitor atual busca e produz conteúdo personalizado, como: atualizar-se sobre determinado assunto, como ‘quem foi o eliminado do Big Brother?’ (por meio do celular), ler uma informação ‘encomendada’ de determinado site de serviço que lhe entregue diariamente (como seu signo por SMS), notícias sobre o time de futebol que a pessoa torce, matérias sobre determinado tipo de pet (se a pessoa possui algum animal de estimação), ou ainda informar aos seus seguidores do Twitter que está em determinado lugar (um bar por exemplo).

“Em breve poderemos ‘dizer’ (configurar) ao nosso Twitter que analise o serviço colaborativo gratuito de trânsito @transitoSPO (http://www.twitter.com/transitoSPO) para que nos envie só as twittadas que contenham a palavra ‘marginal pinheiros’ das 6h às 6h30 de segunda a quarta-feira, pois essa informação interessa a tal usuário que usa este caminho nesses dias da semana”, exemplifica Natário.

Por isso, o jornalista que souber alinhar os conceitos tradicionais de produção e apuração da informação com a nova realidade técnica tem o seu espaço garantido no jornalismo atual. A maneira de fazer jornalismo não pode mudar. “Em uma reportagem devemos ouvir os dois lados, tentar ao máximo chegar perto da isenção no tratamento dos fatos, e ter em mente que ‘o cliente do jornalista é a população'”, ressalta o professor da Uninove.

O papel do jornalista continua o mesmo: gerar e levar informações confiáveis para a população, com qualidade, relevância, pertinência e que seja de interesse público. O papel dos veículos de comunicação está assegurado porque as pessoas reconhecem o valor das informações bem apuradas e com credibilidade.

“Justamente por causa dessa ‘competição de conteúdos’ que o jornalista deve conhecer as novas técnicas de apuração, como o sistema de registro de domínios (whois, registro.br, registros de log, IPs, logs de conexão), para elaborar textos e conteúdos apropriados e corretos para cada mídia, e sempre com credibilidade (que é um dos principais valores que deve ser cultivado pelo jornalista)”, finaliza Natário.