Experiência de Marca

Ano Novo e o Réveillon

Será que infelizmente este “Feliz Ano Novo” é somente uma frase pronta que repetimos da boca para fora, pois é de bom tom fazê-lo no final do ano? Faz parte da nossa cultura e tradição, ficar repetindo como papagaios e mandando cartões e mensagens das mais variadas formas?

*Por Célio Pezza

Entre os povos do nosso mundo é costume no final de ano desejar um Feliz Ano Novo, mas o que isto realmente significa? Falamos a mesma frase desde há muito tempo, mas o mundo não parece estar mais feliz a cada ano que passa. Basta seguirmos a notícias do dia a dia pelo mundo e constataremos esta triste verdade. Continuamos a ter milhões de pessoas morrendo de fome ou doentes pela falta de uma nutrição mínima adequada, milhares sem teto perambulando pelas ruas, drogados em todos os cantos do planeta, pilhas de mortos e mutilados pelas guerras, famílias desesperadas pelo fantasma do desemprego e falta de futuro digno, desastres ambientais criminosos ou naturais de todas as espécies e assim por diante. Alguns dirão: Foi sempre assim! E não estão errados, pois foi sempre assim e de acordo com minha opinião e de muitos outros observadores, está piorando a cada ano que passa.

O que está errado? Todos desejam Feliz Ano Novo, mandam cartões, trocam presentes e o novo ano piora um pouco mais no aspecto global.  Evidente, para muitos o ano melhora e tudo de bom acontece. O meu questionamento é em relação ao planeta como um todo, olhando para todas as regiões onde exista um ser humano profundamente necessitado.

O que está errado? Será que desejamos um Feliz Ano Novo, mas não fazemos nada para que ele se transforme e simplesmente ficamos assistindo o mundo desmoronar? Desejamos um Feliz Ano Novo e continuamos a bater na mulher, filhos, e ser o mesmo “machão” estúpido de sempre? Desejamos um Feliz Ano Novo e continuamos roubando e fazendo acertos “por baixo dos panos” e prejudicando alguém como sempre? Desejamos um Feliz Ano Novo e continuamos comercializando drogas para um batalhão de viciados? Desejamos um Feliz Ano Novo e continuamos a ser o mesmo preconceituoso e intolerante de sempre? O que está errado?

Será que infelizmente este “Feliz Ano Novo” é somente uma frase pronta que repetimos da boca para fora, pois é de bom tom fazê-lo no final do ano? Faz parte da nossa cultura e tradição, ficar repetindo como papagaios e mandando cartões e mensagens das mais variadas formas? Será que é isto? Somos papagaios que repetem frases e na verdade nem sabemos seu significado? Para ser de verdade um ano novo feliz, precisamos uma coisa fundamental: mudarmos nós mesmos. Não nos preocuparmos em repetir frases prontas ou mandar e-mails bonitos e cheios de estrelinhas piscando ao redor de taças de champanhe e pacotes de presentes.

O Ano Novo ou Réveillon é a celebração do término de um ano e o início de outro. A palavra réveillon vem do francês réveiller que significa acordar, despertar. Vamos neste final de ano, despertar para esta triste realidade e mudar. Deixar de lado os preconceitos, as mesquinharias, o ódio, a ignorância, a maldade, a brutalidade, o desamor, o conceito de “levar vantagem” e a intolerância. Desta forma, quem sabe teremos um Feliz Ano Novo de verdade.
Feliz Despertar a todos!

* Célio Pezza é escritor (www.celiopezza.com), mas tem sua formação acadêmica em Química e Administração de Empresas. Nascido em Araraquara, interior de São Paulo, Célio mora atualmente em Veranópolis, no Rio Grande do Sul.  Suas obras são: A Nova Terra (1999 – Brasil) / – O Conselho dos Doze (2000 – Brasil) /  The Seven Doors – em inglês (2006 by Trafford Publishing, Canadá-USA-UK) / As Sete Portas (2008 – Brasil) / Ariane (2008 – Brasil) / A Palavra Perdida (2009 – Brasil)