André Rabanea é brasileiro e estabeleceu em Lisboa uma das principais agências de guerrilha, a Torke, que desde o final do ano passado também tem presença no Brasil. Um dos mais jovens donos de agência de Portugal possui uma bela trajetória no Cannes Lions, tendo sido jurado dos Young Lions em edições anteriores.
Em 2012, Rabanea vai ser o representante português em Direct, ao lado de Carlos Domingues, sócio e diretor executivo de criação da Age Isobar, que representará o Brasil na categoria. Confira a seguir as suas expectativas para este júri de 2012.
Promoview – Que aprendizados você espera trazer destas atuações para o julgamento das melhores ações de Direct do mundo?
André Rabanea – Eu ainda não sei o que vou aprender, só sei que tudo que aprender vou partilhar para melhorar o nível de criatividade nos festivais em Portugal e, se possível no Brasil. Estou pensando em fazer umas palestras também em algumas faculdades de criatividade para passar o expertise à nova geração.
Promoview – Das ações recentes na categoria, quais considera mais inovadoras e por que?
André Rabanea – Aqui vou defender o meu peixe: em Portugal a ação de direct low cost mais foda foi a que fizemos dos Forretas, onde transferimos 1 cêntimo para 100.000 portugueses, dando um buzz absurdo e um recall grande, criando relação com as pessoas.
Promoview – A Torke está há pouco tempo no mercado brasileiro, depois de vários anos de experiência no mercado europeu. Como você enxerga as ações de Direct brasileiras em comparação com outros países? Estamos parelhos com o mercado, em termos de ousadia e criatividade?
André Rabanea – Meu cérebro é um pouco estranho, eu não consigo catalogar nele se a ação vem do Brasil, da China ou de Istanbul, vou vendo o que acontece no mundo… Para mim, não existem países criativos, existem pessoas com pensamento diferente e clientes que querem inovar. Com estas duas coisas já se faz algo bom, independente do país onde se estiver. É fato que o Direct puro e duro, das malas diretas, está sumindo pouco a pouco… Por isso acaba sendo difícil achar projetos interessantes nesta área e acabamos encontrando projetos realmente bons no ambiente on-line.
Promoview – E a Torke, inscreveu muitos cases este ano? Algo que já possa antecipar?
André Rabanea – A Torke nunca escreveu em Cannes, nunca tivemos dinheiro para isso… Este ano, pela primeira vez, vamos inscrever três peças diferentes. Se depender de mim e da minha mãe, é Grand Prix, mas vamos ver… hehe!