Experiência de Marca

Alice ainda mora por aqui, nas histórias de um príncipe e...

Quando eu era Alice, e caí no buraco do País da Maravilhas, obviamente porque segui o Coelho Branco – não sei porque coelhos me atraem – o fiz para ser grande.

Enquanto isso, em Hogwarts, Harry está sem forças, e sem saco, para enfrentar Voldemort em tempos de tanto Voldejobs ruins.

É que no mundo da fantasia que se criou por conta dos clientes da história da carochinha e das agências contos de fada tudo pode, tudo é permitido, nada é proibido. Nem os pesadelos que se seguem.

Quando eu era Alice, e caí no buraco do País da Maravilhas, obviamente porque segui o Coelho Branco – não sei porque coelhos me atraem – o fiz para ser grande.

Foto: Reprodução.

Alice no país das maravilhasIsso mesmo. Essa é a razão da minha escolha entre o líquido que encolhe e o bolo que faz crescer, optei pelo bolo. Entrei no País com o pé direito 48.

Nele, no País, construí sonhos e desvendei marcas e produtos. E passeei por mundos-pessoas diferentes.

Num, encontrei um Rei sem súditos a quem reverenciei na esperança de tempos futuros e por achar que valia à pena. Nunca mais me chamou pra nada.

Noutro, conheci um bêbado que bebia para esquecer-se bêbado. Foi meu cliente mais difícil de entender, confuso nos briefings, nunca lembrava de ter dito ou feito nada, sempre me chamava para um chopp. Era gozado, mas ninguém o levou a sério.

Havia um de um geógrafo, que se achava sábio e intelectual e falava de suas terras-marcas e de todas as fronteiras que conhecia. Mas em seus trabalhos mostrava que não conhecia nem a sua própria terra-marca, fazendo-a feia e incomprável sempre. Nunca admitiu culpa por isso.

E o planeta do homem de negócios? Pragmático! Entendia as pessoas sob seu viés, sob sua lógica. E por isso, sério e muito ocupado, não sabia sonhar, muito menos, entender sonhos. Hoje, faz eventos repetidos e de pouco público e faz contas. Zero nada…nada. Continua sério.

Não fossem minhas clientes favoritas, a raposa de uma história e a serpente de outra, não resistiria. Uma a me dizer que “… que o essencial é invisível aos olhos.”, a outra a prometer a picada que me salvaria com a morte que me faria voar, eu não estaria aqui, sonhando.

Minhas histórias são eventos, marcas e produtos que emergem de sonhos plausíveis. Todas as grandes histórias são assim.

Eu, Alice, criança, Pequeno Príncipe e Harry, viajo na crença e nos textos que me fazem acreditar que o amanhã a gente constrói, transformando sonho em realidade. Que o Live de hoje foi o sonho de ontem.

Daí, minha varinha de Harry Potter, ignora os “trouxas” que não veem a mágica e mando meu ‘alohomora’ para abrir as portas que se acham fechadas pra mim.

A magia me ajuda a entender os planners de ocasião, que as agências transformaram em deuses, todos de ‘Sonserina’, magos de segunda, que com seus termos ignóbeis confundem os “trouxas” e só vendem mesmo suas ideias, porque os produtos… Ah os produtos não saem das prateleiras.

E eu continuo nos espelhos e na miragem do mundo que o País das Maravilhas trará, sem ser enganado pela Rainha de Copas e tentando passar pelos desafios do Jogo de Xadrez para, quem sabe, salvar o Chapeleiro Maluco e a graça de se fazer coisas inéditas e inovadoras.

Alguns, céticos, do Planeta do homem de negócios, não vão acreditar nisso, eu sei. Acham que inovar é fazer DE NOVO e não ALGO DE NOVO.

Alguns, do Planeta do bêbado, vão se equilibrar nas teses de que é preciso fazer qualquer coisa para justificar a nossa vergonha de não fazer a coisa certa, porque assim é a vida. Se escondem nos copos da vergonha de ser o que são e preferem ficar por aí a cair e levantar, cair e levantar…

E assim vão as histórias de todo dia de quem já viveu abaixo de uma linha, onde não cabia nada mais que um traço, já viveu promovendo coisas e fazendo festas, como o Chá Perpétuo, e, agora, busca algo vivo para viver o mundo real.

Quanto a mim, Alice, Harry ou Príncipe, ainda acho que ser criança é mais legal que ser totalmente sério. Quero ser sério nas ideias que trago de criança, nos contos sem conto, nos livros de histórias, nos livros técnicos que li, e, alguns, vivi, não para me fazer intelectual de frases feitas, mas para endossar minhas ideias.

Quanto a você que me lê, tomara que me entenda.

Tomara que tenha lido um ou outro desses textos. Isso porque, o final do meu texto de hoje é um enlevo e uma dádiva que aprendi para garantir que podemos sim mudar o ruim e construir o bom, se entendermos de vez o que disse o personagem para mostrar que todo mundo vive um eterno ciclo de sonhos reais ou realidades sonhadas.

“Você, é sim, eternamente responsável por aquilo que cativa.”

Então, acredite. Alice, ainda mora por aqui, Harry tem uma magia escondida e o Pequeno Príncipe está na Terra.