Experiência de Marca

Ação promo da Ellus com Uber causa confusão na SPFW

O movimento dos motoristas que possuem permissão da prefeitura de SP para explorar o serviço regular de taxi resolveu aproveitar o principal evento de moda do país para protestar contra o aplicativo Uber. Produtores de moda tiveram seu trabalho prejudicado com a iniciativa dos motoristas.

Uma iniciativa promocional da Ellus, que estabeleceu parceria com o Uber para oferecer transporte exclusivo aos convidados de seu desfile, que aconteceu nesta terça-feira (20), causou confusão no quarto dia da São Paulo Fashion Week .

Quem recebeu o convite teve direito a um desconto de até R$ 50 via uso do aplicativo. "A marca fez um panfleto que é irregular e o [vereador do PTB, autor do projeto de lei que quer proibir o Uber] Adilson Amadeu vai denunciar na Justiça porque temos o convite como prova.

Queremos que o prefeito autue a empresa que está favorecendo um modelo que é clandestino, uma apologia ao crime", disse o taxista Valdecir Silva de Lima. Procurada, a assessoria de imprensa da Ellus não foi encontrada para comentar o caso. O caso ganhou espaço nas resenhas e noticiários das rádios jornalismo.

O movimento dos motoristas que possuem permissão da prefeitura de SP para explorar o serviço regular de taxi resolveu aproveitar o principal evento de moda do país para protestar contra o aplicativo. Além do protesto contra Ellus, produtores de moda tiveram seu trabalho prejudicado com a iniciativa dos motoristas de taxi. Uma das diversas confusões envolveu a mãe da estilista Helô Rocha, Aldanisa Sá, na frente do Pavilhão da Bienal em São Paulo. Na circunstância do conflito com o Uber, um grupo de taxistas (alguns com a camiseta "taxistas unidos") estava fiscalizando quais os carros que entravam no Ibirapuera, na possibilidade de parar motoristas do aplicativo.

Aldanisa, que estava acompanhada do diretor do desfile, Ruy Furtado, teve que descer do carro e retirar do porta-malas algumas das peças da coleção de inverno que foram desfiladas na apresentação. A dupla insistiu que se tratava de um motorista particular contratado pela equipe do desfile para deslocar as roupas. Mas o veículo foi parado por um Guarda Civil que pediu os documentos do carro. "Eu não uso Uber, essa confusão é um absurdo. Hoje pararam até a Costanza Pascolato", disse ela. 

A consultora de moda, também procurada, informou que possui o mesmo motorista há 18 anos. "Um homem com uma roupa escura me parou dizendo que era fiscal da Prefeitura e pediu os documentos do carro. Ele é funcionário da empresa da minha família", comentou. O grupo de taxistas, sob os olhares da PM e da Guarda Civil que estavam no local, abordava todos os carros pretos modelo sedã com insufilm que chegavam ao parque –características típicas de veículos do Uber. De acordo com informações da assessoria da Secretaria Municipal de Transportes, dois veículos do Uber foram apreendidos até as 20h da quarta-feira (21).

Projeto de lei

A Câmara Municipal de São Paulo aprovou em 9 de setembro o projeto de lei que proibia  aplicativos como o Uber. O texto seguiu para sanção do prefeito, que se manifestou em sequência com a publicação do decreto para “táxis pretos”.
Durante a discussão do projeto, no entanto, a liderança do governo na Câmara apresentou uma emenda, que acabou aprovada por 47 votos a favor e um contra. Ela exige que a Prefeitura promova estudos para aprimorar a legislação de transporte individual de passageiros e a compatibilização de novos serviços e tecnologias.
Além disso, determina que o usuário tenha uma ferramenta de avaliação dos motoristas, do veículo e da qualidade geral do serviço prestado. Com base nessa emenda, a Prefeitura apresentou o decreto nesta quinta-feira que prevê a regulação dessas tecnologias.