Experiência de Marca

A hora e a vez do marketing esportivo

Com a aproximação dos Jogos Rio 16, o mercado de marketing esportivo tem discutido estratégias e abordagens diferentes para que o episódio de frustração da Copa do Mundo não se repita.

No último Congresso Brasileiro de Live Marketing, realizado nos dias 27 e 28 de julho, em São Paulo, a Olimpíada como uma oportunidade para reinventar sob o ponto de vista de legados e aprendizagem foi um dos destaques do evento.

Com a aproximação dos Jogos Rio 16, o mercado de marketing esportivo tem discutido estratégias e abordagens diferentes para que o episódio da Copa do Mundo não se repita, onde muito se esperou, e pouco aconteceu.

No “Painel Olímpico: Live, Life, Legacy”, que contou com a presença de Rodrigo Coelho, diretor de Planejamento da Momentum e o do CEO da Gael, Gaetano Lops, e comandado Mauricio Magalhães, presidente da agência Tudo, as perspectivas para o próximo megaevento a ser realizado no Brasil eram as melhores.

Foto: Divulgação.

“Será uma oportunidade para as marcas contribuírem, fazerem diferença e serem reconhecidas pelo público. Nesses jogos, vamos viver uma das coisas mais importantes que as marcas estão aprendendo, o poder do real time marketing, da reação ao vivo.”, destacou Coelho.

Não há dúvida que as Olimpíadas irão mobilizar todo o País, o que resta saber é como o mercado irá reagir diante a dois grandes desafios. O primeiro é de aproveitar de maneira eficaz um evento de porte mundial que movimenta bilhões de dólares a cada edição. E o segundo é o de realizar ativações inovadoras e aquecer o mercado mesmo perante uma crise econômica que já atingiu diversos setores do Brasil.

Para Lops é necessário muito planejamento para as empresas que ainda desejam participar do maior evento esportivo mundial.

“Para quem já está envolvido com o esporte, a hora é essa. Quem não fez, é a chance de começar. Mas, se for pensar nos jogos que acontecem daqui um ano e depois esquecer, não adianta. É uma história para ficar. Sei quando uma marca fala superficialmente comigo ou profundamente. Essa é a grande diferença para esse tema.”, afirmou o executivo.

Como ressaltado pelo executivo, as agências que desejam "fazer por fazer" nas Olimpíadas devem pensar se realmente desejam entrar nesse barco. Na Copa do Mundo de 14, muitas empresas apostaram todas suas fichas no evento, mas sem levar em conta se tinham estrutura para entrar em uma área dominada por peixes grandes –  os quais muitos, inclusive, também sofreram com a falta do retorno esperado do megaevento. O resultado foi uma queda brusca na quantidade de ações em 2015 devido ao desfalque do ano anterior.

É claro que o mercado de marketing esportivo brasileiro tem potencial para transformar as Olimpíadas Rio 2016 em um marco na história do Brasil. Nós já estamos galgando, degrau por degrau, nosso lugar no hall da fama dessa competição milenar.

A Esfera, por exemplo, deu um show no lançamento do Programa Embaixador Paralímpico, do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), que aconteceu no dia 30 de julho, no Rio de Janeiro. Apostando na sensibilização, a agência mostrou que para se realizar um evento de sucesso, às vezes é necessário focar em características que tornam o povo brasileiro diferente das demais nações, nesse caso, na emoção.

Foto: Daniel Zappe.
A agência de live marketing foi a responsável pelo evento de lançamento do Programa Embaixador Paralímpico.

A agência curitibana, vencedora da concorrência, já acumula em seu portfólio jobs como Rio +20, Copa do Mundo e Copa das Confederações, aferindo credibilidade e reconhecimento na produção de grandes eventos. E, nesse projeto, em especifico, mostrou que às vezes não são necessárias ativações grandiosas, com direito a fogos de artifícios e tecnologias de ponta para se destacar.

Quem também já mostrou que está preparada para receber as Olimpíadas de braços abertos é a Gael. A agência assina o “Boulevard Olímpico”, projeto que pretende trazer o clima das competições para várias regiões do Rio de Janeiro, sem a necessidade de estar nas arenas esportivas.

Apostando no espírito de união dos brasileiros que adoram comemorar as vitórias do País juntos, a empresa está preparando um local que terá mais de três quilômetros reservados para diversas atrações. Uma delas é o ‘Pão de Açúcar’, que é um pavilhão que contará a história de heróis do esporte.

Assim como na fan fest de Copacabana, durante a Copa do Mundo, três palcos vão misturar artistas brasileiros e internacionais ao lado de telões com transmissão ao vivo dos jogos.

Esses dois exemplos mostram que mesmo com a crise, o mercado de marketing esportivo ainda tem muito a oferecer e que as Olimpíadas podem ser o pontapé inicial para uma recuperação da economia em geral.

No Congresso Brasileiro de Live Marketing, o analista da Lafis Consultoria, Alexandre Franco, apresentou durante o Comitê de Pesquisa e Evolução do Mercado, os novos dados sobre o segmento. O resultado da pesquisa realizada com 200 agências trouxe números relevantes, como o faturamento anual, de até R$ 5 milhões para pelo menos a metade das cercas de três mil agências especializadas no País.

Ela ainda apontou a predominância de empresas grandes como clientes (64%) e as ativações da marca como o principal trabalho realizado pelas agências (93%), seguido pelos eventos (92%) e promoções (88%).

Não há dúvida, o marketing esportivo ainda tem muito para mostrar, e um potencial incrível de crescimento. Tudo isso pode ser alcançando com um bom planejamento e garra para ultrapassar esse período de crise. Dessa maneira, os Jogos Rio 16 não serão encarados como um "segundo fiasco", mas sim como um marco de mudança no mercado.