Experiência de Marca

Editorial: reflexão sobre os Leões de Promo em Cannes

Às vezes nos irritamos, outras nos admiramos. Mas sempre ficamos à espera, mesmo, de uma grande surpresa. Evidentemente é impossível haverem<em> cases</em> de tirar o fôlego todos os anos.

A dinâmica entre as categorias do Cannes Lions só pode ser corretamente compreendida à medida em que os prêmios vão sendo entregues e os dias vão passando. Além do aprendizado nas dezenas de palestras e workshops diários e conversas de corredor, quem pensa em fazer alguma diferença na comunicação reflete, e muito, sobre o que vence em cada disciplina.

Às vezes nos irritamos, outras nos admiramos. Mas sempre ficamos à espera, mesmo, de uma grande surpresa. Evidentemente é impossível haverem cases de tirar o fôlego todos os anos, o que demonstra a genialidade e as múltiplas facetas da criatividade e do próprio ser humano, fato que muitas vezes parece ser ignorado pelos que esperam show e catarse.

Independente do sentimento, não é o número de Leões que as agências mais levam para casa o mais importante. O que fica de um evento destas proporções, é sim, a reflexão feita sobre cada case.

Em 2012, certamente, será necessário para quem for analisar a evolução de cada categoria, uma revisão dos arquivos com os grandes vencedores de 2011. Não são os números que ficam, mas o impacto que as campanhas e as marcas provocam. E este ano, ao falar em impacto, percebemos que dentre as disciplinas criativas cobertas pelo festival, a publicidade é, ainda, quem dá o tom. Especialmente em subcategorias criadas a partir de categorias até então abrangidas no composto da publicidade.

Torna-se um pouco frustrante observar campanhas de Promo, PR e Direct premiadas em categorias trocadas, porém, ao mesmo tempo, é interessante observar o quanto as disciplinas não terminam nelas próprias e interdependem umas das outras para que os cases provoquem em todos nós o efeito “wow!”.

Deixando de lado as críticas pontuais, que esperamos também sejam uma reflexão do festival e dos participantes, é gratificante ver campanhas excelentes ganharem – e nas categorias certas.

O exemplo da Universidade para Taxistas, criada na Colômbia, a qual trouxemos no Promoview e não observamos muito alarde no mercado, foi para nós hoje uma feliz surpresa em PR.

As nossas brasileiras Skankplay, do coletivo Donttrythis, e Drunk Valet, da Ogilvy, foram aplaudidas com entusiasmo por um teatro repleto. Ainda tem muito pela frente e, certamente, Integrated e Titanium trarão novas surpresas e reflexões para as nossas disciplinas-foco aqui no Promoview, que são Promo e PR.

Ariane Feijó é editora internacional do Promoview e cobre o maior festival de criatividade do mundo direto do Palais.