Feiras

Los Angeles Auto Show: Detalhes de uma grande feira de negócios

Confira a análise do empresário André Luís sobre as ativações e espaços ocupados pelas marcas no evento automobilístico Los Angeles Auto Show.

Não se pode negar que esta edição do Los Angeles Auto Show encantou os participantes pela sua grandiosidade, principalmente pelas ações promocionais e ativações realizadas pelas marcas.

Mas nós, que temos muitas horas de montagens e corredores acabamos por olhar além da estética proporcionada pela cenografia, luzes, sons e efeitos especiais. Dito isso, conto agora um pouco das ações (ou falta delas) que observei circulando por aqui. 

Nos Estados Unidos, tudo tem uma escala incrível. Os diversos pavilhões têm uma dimensão assustadora. Ao olhar para o mapa do L.A Auto Show, pude observar alguns estandes “escondidos” e, como eu tinha o objetivo de testemunhar 100% da feira, fui atrás desses espaços.

Na verdade, esses locais eram dedicados a veículos mais voltados para o universo corporativo, como vans e ônibus elétricos. É algo muito específico, o que me fez ficar na dúvida se vale a pena esses veículos participarem dessa maneira na feira.

Andre-Luis, empresário brasileiro do segmento de eventos corporativos acompanhou o LA Auto Show

Não havia sinalizações ou chamarizes apontando para esses espaços mais escondidos. Aliás, a sinalização/comunicação do evento em si poderia ser muito melhor. Confesso que suei a camisa para ver tudo que essa feira tinha para oferecer. Fico me perguntando se um visitante um pouco mais desavisado conseguiu ver tudo que a feira tinha a oferecer.

Havia grandes montadoras (não citarei os nomes) que decepcionaram em todos os quesitos, algo que eu trago como ponto de atenção e também me questiono: será que vale a pena participar de uma feira de negócios deste porte e importância só para mostrar que a marca estava lá?

Digo isso, pois esses estandes estavam em uma nítida desvantagem estrutural/conceitual, o que me parece ter refletido no interesse do público em geral, pois eram, por coincidência, os menos procurados.

O descaso era geral, com poucas recepcionistas disponíveis e o staff das ativações com pessoas distraídas, que ficavam confraternizando entre si, um verdadeiro show de horrores no Los Angeles Auto Show.

Alguns estandes também tinham painéis mal acabados ou sem tensionamento necessário, que não deixavam a lona esticada de forma profissional. Será que somos exigentes demais ou esses detalhes não fazem parte do pacote por esses lados? 

Voltando ao ponto de se a participação na feira é ou não necessária para as montadoras, acredito que quando há uma estratégia muito forte envolvida por trás da marca, talvez faça sentido.

Mas as fabricantes não necessariamente precisam participar da feira, como no caso da Tesla e da BMW que, apesar de não estarem lá, tinham uma boa justificativa para tal, pois ambas já possuem lojas-conceito em grandes shopping centers aqui de L.A.

Portanto, uma coisa acaba compensando a outra, porque essa ideia de estar presente de maneira fixa num grande centro de consumo parece ser uma forte tendência aqui na terra do Tio Sam.

Pude verificar que outras montadoras também tinham lojas físicas nos shopping centers. Vi isso uns anos atrás apenas com a própria Tesla e agora pude ver que outras montadoras adotaram a mesma estratégia ao copiar o modelo da empresa do Elon Musk