Experiência de Marca

Quando o naming right não é respeitado

O mercado de patrocínio esportivo movimenta milhões o ano todo. Ele é fundamental para que as associações esportivas, seja do vôlei, do basquete, do futebol, consigam manter atletas de nível em suas equipes.

Depois da Copa do Mundo no Brasil, em 2014, os estádios brasileiros ficaram mais modernos e equivalentes aos gigantes na Europa. E, com Arenas de grande porte, elas passaram a ter os seus nomes associados a marcas, os famosos “Naming Rights”.

“Naming Rights” é a prática da concessão de direitos de nome que empresas donas de algum estabelecimento de espetáculos culturais e/ou esportivos dá o nome para uma marca ou produto.

No Brasil, esta prática começou fora do esporte, com o Credicard Hall em São Paulo, criado em setembro de 1999. Já no esporte, a primeira Arena a adotar esta prática foi a Arena da Baixada, em Curitiba, batizada em 2005 como Kyocera Arena.

Fotos: Divulgação.

Diversos dos novos estádios brasileiros, criados para o Mundial, adotaram esta prática. O estádio do Bahia, a famosa Fonte Nova, depois de sua reinauguração, o Grupo Petrópolis, do setor cervejeiro no País, firmou um contrato deste porte associando a marca Itaipava ao estádio, sendo batizado de Itaipava Arena Fonte Nova.

A empresa fechou um acordo no valor de R$ 10 milhões por ano, durante dez anos, e, além do nome, o contrato concede às marcas da empresa o direito de comercializar produtos com exclusividade em todos os bares e restaurantes do estabelecimento.

Outro estádio com um contrato de “Naming Rights” firmado é a Arena do Palmeiras. A seguradora Allianz, a construtora WTorre (responsável pela construção do estádio), o Palmeiras e a AEG (responsável pelos futuros eventos do local), firmaram parceira para a colocar o nome da seguradora no estádio.

O mercado de patrocínio esportivo movimenta milhões o ano todo. Ele é fundamental para que as associações esportivas, seja do vôlei, do basquete, do futebol, consigam manter atletas de nível em suas equipes.

O futebol concentra a maior parte deste universo por concentrar um grande elo emocional entre as marcas e o cliente torcedor, atraindo, assim, um número maior de empresas interessadas em investir no esporte.

No entanto, tirando o patrocínio que é estampado nas camisas, que não tem como esconder nas transmissões pela televisão, o mesmo não acontece em relação aos naming rights de estádios, campeonatos esportivos e times de vôlei, por exemplo.

Na semana passada o Promoview publicou que o Corinthians estava próximo de anunciar o naming rights da Arena Corinthians, e que isso só se tornaria viável depois que a Rede Globo concordou em dizer o nome do patrocinador em suas transmissões. (Veja matéria completa aqui).

Na ocasião, o presidente do Corinthians, Andrés Sanchez, deu a seguinte declaração: “O que mais compromete é a internet, a imprensa não falar o nome. Esse é o maior medo do cara que vai pôr o dinheiro: ficar apelidando. As pessoas podem falar o que quiser, mas a mídia, a imprensa e a internet têm que falar o nome, esse é o grande entrave.”, contou em entrevista ao Seleção SporTV.

O fato dos nomes das marcas não serem citados, faz com que muitas marcas desistam desse patrocínio. Um exemplo, é o Grupo Itaipava, detentora dos naming rights da Arena Pernambuco e da Fonte Nova, que podem perder parte de seus patrocínios para o próximo ano. Os naming rights estão entre as propriedades que podem ficar fora de um novo acordo, mas o martelo ainda não foi batido.

Não são só os estádios que têm os seus nomes não divulgados. Torneios de futebol também têm o mesmo problema. A Copa Libertadores da América ou Taça Libertadores da América, cujo nome oficial atual é Copa Bridgestone Libertadores por motivos de patrocínio, é a principal competição de futebol entre clubes profissionais da América do Sul, organizada pela Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol).

Em nenhum momento o nome da Bridgestone é citado quando do anúncio de algum jogo, exceto em publicidades pagas para as emissoras de TV. O mesmo acontece com a Copa do Brasil, cujo denominação correta seria Copa Sadia do Brasil, também não é citado.

O contrato assinado com as agências Traffic e Klefer, que possuem o direito de comercialização da Copa do Brasil, competição organizada pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF), garante à BRF o title sponsorship e leva a marca Sadia para o nome da competição. O patrocínio adquirido pela BRF segue até esse ano. Será que haverá renovação de contrato?

Voleibol

As equipes de vôlei brasileiras que disputam a SuperLiga também têm os mesmos problemas. Podemos citar aqui o Vôlei Nestlé, que na mídia tradicional aparece somente como o "time de Osasco", e tem, também o Vôlei Brasil Kirin, que é o "time de Campinas".

Mesmo não sendo citada nas transmissões esportivas, a Nestlé investe em muitas ações de marketing promocional e de incentivo com associação da marca à equipe feminina. Só nesse ano, nas datas comemorativas mais especiais, como Dia das Mães e Páscoa, foram realizadas ativações que surpreenderam as atletas.

No campo do incentivo ao esporte, surgiu a parceria com o time de vôlei masculino de Campinas. Desde a temporada 2013/2014, esse patrocínio vem trazendo muitos frutos, e, principalmente, muitas conquistas, como o título de primeiro lugar na Copa São Paulo na última temporada e o vice-campeonato da Copa Brasil. O contrato vai até 2017.

No próximo ano teremos Olimpíadas no Brasil, certamente, mais uma vez, apenas os patrocinadores oficiais ganharão destaque. Infelizmente, é deixado de lado as marcas que tanto apoiaram diversos atletas que estarão representando o País.

Está na hora das emissoras de TV e a internet passarem a dar o devido valor a quem investe nos esportes. Elas precisam ganhar com os seus patrocínios? Precisam. Mas o Brasil agradece se mais marcas investirem no esporte, e, elas, devem ser respeitadas.

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