Experiência de Marca

Esportes participativos ignoram a crise e mercado cresce

O potencial da demanda é grande, liderado pelas corridas de rua, com as boas perspectivas baseadas no interesse do público e de grandes patrocinadores. 

Na contramão da crise econômica, o mercado brasileiro de esportes participativos, fenômeno mundial relativamente recente, segue firme em sua expansão, atraindo adeptos de modalidades como caminhada, corrida de rua, corrida de montanha, corrida de obstáculos, triathlon, ciclismo, natação, futebol, vôlei de praia, tênis e skate, que pagam para participar de eventos e competições.

O potencial da demanda é grande, liderado pelas corridas de rua, com as boas perspectivas baseadas no interesse do público e de grandes patrocinadores

Fotos: Divulgação.

"Só no segmento de corridas, o Brasil cresceu 20% em 2015, com mais de um milhão de pessoas inscritas em 800 eventos, cada uma com gasto médio de R$ 80. Movimentou R$ 113,8 milhões, sendo R$ 81,3 milhões de inscrições e R$ 32,5 milhões de patrocínio.", avalia Felipe Telles, da holding paulistana Norte Marketing Esportivo.

Ele observa que, a despeito da crise financeira nacional, a venda de inscrições vem se ampliando, estimulada pela crescente busca do público por práticas saudáveis. Segundo o Ministério dos Esportes, 54% dos brasileiros fazem algum tipo de atividade física, e 5% dos maiores de 16 anos de idade correm, segundo a consultoria espanhola Relevance.

Nos Estados Unidos, a previsão é fechar 2015 com 28 mil corridas de rua, envolvendo 20,5 milhões de participantes, ao custo médio de US$ 70. Do faturamento de US$ 2.014 bilhões, US$ 575,5 milhões são obtidos de patrocínios, conforme dados da Running USA, organização sem fins lucrativos do segmento de corridas a pé.

Rumo ao México

Por meio das cinco empresas que a compõem, a Norte reúne anualmente 900 mil atletas amadores e diletantes em mais de 300 eventos de 11 modalidades esportivas realizados em 12 Capitais e 14 cidades paulistas, com patrocínio de 350 marcas, entre elas Caixa, TAM, Vivo, Nike, Cielo, Gillette, Pão de Açúcar, SulAmérica, Adidas, Bayer, Danone, Mapfre, NET, Sony, Unilever e Visa, que pagam de R$ 45 mil a R$ 1,5 milhão para estarem presentes a cada evento. 

Esse universo representa apenas 5% das oito mil marcas que, segundo a Nielsen, associaram seus serviços e produtos a algum esporte no Brasil desde 2010, enquanto a Trevisan Escola de Negócios aponta que 29 marcas das 49 vencedoras do prêmio Top of Mind 2014 investiram no patrocínio esportivo naquele ano.

Animada com as perspectivas positivas, a Norte, que já opera na Argentina e no Chile, com eventos em Buenos Aires e Santiago, acaba de anunciar o início de suas operações no México, em 2016, começando com o evento Circuito das Estações na cidade do México, a revista O2 e o portal Ativo.com, três de suas principais marcas.