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Universidade de Stanford realiza primeira aula completamente em RV

O curso é parte do estudo que o Laboratório Virtual de Interação Humana está realizando sobre educação em espaços virtuais.

O professor de comunicação Jeremy Bailenson formatou sua aula COMM 166/266: “Pessoas virtuais” para acontecer em realidade virtual (VR) depois de 20 anos de ensino do assunto e de ver a tecnologia se desenvolver. É a primeira turma inteiramente em RV na história de Stanford.

“Vivemos em uma época em que a realidade virtual está expandindo rapidamente seus papéis na forma como trabalhamos, brincamos e nos comunicamos”, disse o professor de música Ge Wang quando apresentou o estudante do primeiro ano de Ph.D de comunicação e aluno de Bailenson, Cyan DeVeaux como palestrante deste mês no Salão de Arte e Tecnologia, uma série de conferências dedicada a reunir estudantes e professores de todas as disciplinas do campus.

Ao planejar a aula, Bailenson apostou que o software e a tecnologia RV estariam avançados o suficiente a tempo de utilizá-la em um curso de verão. O software que a turma acabou usando, ENGAGE, ficou pronto no final de maio, bem a tempo de ministrar o curso no verão. ENGAGE é uma plataforma de reunião virtual que fornece ferramentas para que estudantes e professores possam construir e interagir em ambientes virtuais.

DeVeaux,-que é assistente pedagógico da classe, descreveu como a RV permite que as pessoas imaginem o impossível, acrescentando que a equipe docente tentou incorporar esse princípio ao currículo. As tarefas das aulas incluíram a participação em uma meditação guiada no espaço exterior, criando uma performance com diferentes avatares e construindo uma cena única.

“A única limitação a esta tarefa era a imaginação do próprio aluno”, disse DeVeaux, referindo-se à tarefa de construção de cenários

Bailenson e DeVeaux tiveram que fazer um orçamento de despesas com hardware, encontrar uma plataforma para hospedar a classe e criar um novo currículo que utilizasse as vantagens de ensinar uma classe em RV. Eles decidiram adotar o método de sala de aula rotativa, onde os alunos fazem leituras durante o fim de semana em preparação para aulas interativas na semana seguinte. As sessões de aula também foram limitadas a 30 minutos para evitar o enjoo do simulador, um subconjunto de enjoo de movimento que pode ser causado pelos dispositivos de RV. 

Outra preocupação da classe era a privacidade. Bailenson fez um acordo com o Facebook para permitir que os alunos usassem contas falsas a fim de proteger sua privacidade enquanto usavam fones de ouvido fornecidos pela Universidade e desenvolvidos pela Oculus, uma subsidiária da Meta, a empresa controladora do Facebook.