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Fala Celio!: 'A minha arma foi a arte', declara Jonathan Azevedo

O talk show do mercado da comunicação também contou com a participação de Ju Ferraz.

O ator, cantor e poeta carioca Jonathan Azevedo foi uma das personalidades do programa Fala Celio!, o talk show do mercado da comunicação na internet, na noite de segunda-feira (11/10), com transmissão pelo YouTube do Promoview, diretamente do Cubo, o mais moderno e interativo espaço de realidade imersiva do Brasil, localizado no piso térreo do Centro de Eventos da Fecomércio-SP, na região da Avenida Paulista.

Sinônimo de simpatia e humildade, o artista que venceu o prêmio de “Ator Revelação”, no Melhores do Ano do Faustão, em 2017, ao interpretar o traficante Sabiá, na novela “A Força do Querer”, comentou sobre a dificuldade em ter acesso à educação e o poder do conhecimento em transformar as pessoas.

“Eu não tinha planos de ser artista na minha vida. Nasci em uma comunidade no Leblon e não tinha acesso às grandes obras, mesmo que eu quisesse ter contato com a literatura, mas foi assim que conheci o teatro. Foi por meio dos livros que eu vi a força que a educação tem e é isso que eu quero levar para todos os jovens, porque o que mudou dentro do Jonathan foi saber de onde eu vim, saber o quanto minha mãe batalhou nesse universo cheio de preconceito, de dificuldades, para que ela pudesse me dar o melhor e assim ter um respeito muito mais amplo com a minha família e a minha comunidade. Sou muito grato pelo que estou vivendo agora. Tento levar para os jovens da comunidade para que não desistem dos seus sonhos e roubarem os seus sonhos.”, declarou uma das vozes mais poderosas das artes cênicas na atualidade.

Criado na comunidade da Cruzada São Sebastião, o ator revelou que a arte o salvou de cair nas garras do crime e o seu ímpeto em levar conhecimento aos jovens. 

“Eu tenho dois sonhos: Um eu já realizei que era comprar uma casa a minha mãe, o outro, é ter uma escola e estou partindo para essa etapa agora no final do ano. Mas, assim que iniciei com esse pensamento e fui correr para buscar esse espaço, me deparei com algo que era muito devastador: as pessoas não querem que você eduque os jovens! É lucrativo para dentro do mundo, para dentro do Brasil, e até dentro da comunidade, que uma pessoa que não quer a educação expanda; e quando eu comecei a olhar para isso, eu fui pra casa da minha mãe e chorei. (…)  Hoje eu consigo refletir, como a minha mãe, que me adotou, tanto lutou para eu não ser bandido, para eu não ser traficante como eu acredito que todas as mães da comunidade lutam para que isso não aconteça. (…) Tudo o que eu lutei para não ser, foi como o Brasil me amou e eu coloquei todo o amor que eu tinha pela minha arte naquele personagem. (…) Cada menino que hoje se encontra dentro ou fora de uma comunidade onde o pensamento dele se volta a estar com uma arma ou estar com a droga, eu vejo uma pessoa cheia de amor querendo chamar a atenção, querendo dizer ao mundo que ele existe e a minha arma foi a arte. A minha possibilidade de mostrar ao universo que eu existia foi a arte, com o saber da educação.”

Já a baiana Ju Ferraz, formada em jornalismo, grande voz sobre assuntos importantes e de grande impacto social como empoderamento feminino e body positive, comentou suas reflexões sobre o padrão de beleza imposto pela sociedade, a importância de valorizar as características de cada pessoa e como superou duas crises de Burnout.

“Foi muito doloroso, foi muito solitário e depois de tantos anos, o burnout ainda vive dentro de mim como uma ferida que cicatrizou. Milhares de reuniões, mensagens nas redes sociais, tudo isso faz com que a gente fique o tempo inteiro querendo dar conta de tudo e esquecendo do principal que é viver com saúde, equilíbrio e respeito ao próximo. O burnout me deixou no fundo do poço, mas me fez renascer. Não desejo a ninguém passar por isso, porque é uma síndrome muito forte.”

A influencer também falou valorização pessoal e como a maneira de aceitar seus defeitos e qualidades podem ajudar na assertividade na hora de tomar certas decisões na nossa vida.

“Quando vim morar em São Paulo, sofri uma série de preconceitos e é do ser-humano julgar. É ‘engraçado’, nos eventos e vejo as pessoas olhando para a minha barriga, o meu braço e é muito louco; é quase como se o meu corpo viesse na frente do que eu sou. É quase como se o tamanho do meu corpo me definisse. (…) É muito importante falarmos para o mercado da publicidade sobre esse assunto, porque nós somos responsáveis por ditar esse padrão (de beleza). Precisamos ter um contraponto. (…) O meu sonho de vida é não falar em diversidade daqui pra frente, porque nós somos diversos! Nascemos diversos. A mensagem que eu fortifico muito nas minhas palestras, nos meus papos, a gente precisa ter uma responsabilidade entre a teoria e a prática. Não adianta falar de diversidade nas redes sociais e não ser diverso com seu time internamente.”, exclamou a jornalista.

Confira a entrevista na íntegra aqui