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Facebook permitirá que criadores monetizem vídeos

A empresa explicou que nos vídeos com um minuto de duração haverá um anúncio minimamente interrompido, sendo executado por 30 segundos.

O Facebook anunciou na quinta-feira (11), que permitirá aos criadores de conteúdo de sua plataforma gerar receita a partir de vídeos curtos – com um minuto de duração. 

Essa monetização poderá ser feita a partir da inserção de anúncios in-stream e também formato de stickers no conteúdo publicado. O anúncio foi feito em um blog da empresa.

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A empresa explicou que nos vídeos com um minuto de duração haverá um anúncio minimamente interrompido, sendo executado por 30 segundos.

Para vídeos de três minutos ou mais, a publicidade pode ser mostrada por 45 segundos. Anteriormente, apenas vídeos de três minutos ou mais podiam gerar receita com anúncios in-stream, com um anúncio exibido não antes de 1 minuto.

Criadores-de conteúdo poderão monetizar vídeos curtos no Facebook via anúncios in-stream e stickers (Foto: Facebook).

Ainda de acordo com o Facebook, a inserção de publicidade em vídeos de curta duração se traduziu em pagamentos crescentes aos criadores de conteúdo – as receitas geradas com anúncios in-stream cresceram mais de 55% de 2019 a 2020 – com parceiros de vídeo de todos os tamanhos obtendo monetizações. 

A rede social citou como exemplo o UFC, que estaria gerando milhões de dólares anualmente por meio de publicidade nesse formato. Do final de 2019 até abril de 2020, a receita in-stream do chef coreano Seonkyoung Longest aumentou cerca de 50% ao mês.

O Facebook disse ainda que vem explorando formatos de anúncios in-stream, que aumentam o envolvimento por meio de recompensas ou interação com o produto – e isso também ajudaria a aumentar os pagamentos aos criadores de conteúdo. 

“Ao mesmo tempo, [esse padrão] fornece uma boa experiência de visualização para as pessoas e uma maneira para os anunciantes alcançarem públicos relevantes.”, declarou a empresa.

Requisitos para monetizar nos anúncios in-stream

O Facebook também atualizou os requisitos para os criadores de conteúdo que queiram utilizar os anúncios in-stream. Para usar o formato, eles devem ter 600 mil minutos no total visualizados a partir de qualquer combinação de uploads de vídeo – sob demanda, ao vivo e anteriormente ao vivo – nos últimos 60 dias.

Além disso, eles devem ter cinco ou mais uploads de vídeo ativos, ou vídeos ao vivo anteriormente. Eles devem ser publicados, não excluídos e estar em conformidade com as políticas de monetização de conteúdo da plataforma. 

Os requisitos anteriores consideravam apenas vídeos sob demanda de, pelo menos, três minutos. Este critério atualizado ajudará os criadores de vídeo que criam principalmente vídeos ao vivo e curtos para monetizar seus vídeos gravados.

Por fim, os criadores de conteúdo ainda devem publicar de uma página (não de um perfil) com pelo menos 10 mil seguidores, ter 18 anos e estar localizado em um país com suporte. E sua página deve ser aprovada e permanecer em conformidade com as políticas de monetização de parceiros.

Já para se qualificar para os anúncios in-stream em programas ao vivo, os criadores de conteúdo devem ter 60 mil minutos ao vivo visualizados nos últimos 60 dias, além de atender aos requisitos do programa de vídeos on demand

O tempo de exibição ou uploads de vídeos publicados não contam para a qualificação de ambos os programas.

Os criadores de conteúdo podem verificar sua elegibilidade e enviar suas páginas para revisão para ambos os programas de anúncios in-stream no Estúdio de Criação do Facebook

A rede social afirma que todas as inscrições serão analisadas e a expansão do uso de anúncios in-stream em lives será feita gradualmente, para garantir que os requisitos de segurança de marca estejam sendo cumpridos de forma rígida. 

Os anunciantes também podem optar por impedir que seus anúncios sejam exibidos em transmissões ao vivo ao configurar campanhas publicitárias.

Expansão dos eventos on-line pagos

O Facebook também anunciou a expansão de outros dois serviços oferecidos a criadores de conteúdo: O de eventos on-line pagos e também o de assinaturas de fãs.

O primeiro – que hospeda eventos esportivos, aulas de culinária, gravações de podcast ao vivo, tours virtuais, tutoriais de maquiagem, entre outros – será expandido para outros 24 países (o Brasil já estava na primeira leva): Argentina, Áustria, Bangladesh, Bolívia, Colômbia, Dinamarca, Equador, Egito, Guatemala, Hong Kong, Indonésia, Irlanda, Malásia, Marrocos, Nova Zelândia, Peru, Portugal, África do Sul, Suíça, Taiwan, Tailândia, Filipinas, Turquia e Emirados Árabes Unidos.

Outro serviço que será expandido é o de assinatura de fãs, que pagam uma taxa mensal aos seus criadores de conteúdo favoritos na rede social.

Segundo o Facebook, esse formato continua a apresentar forte crescimento, com mais de 1 milhão de assinaturas de fãs ativas ao redor do mundo.

Atualmente em 25 mercados, o produto será expandido para outros 10 países: Áustria, Bélgica, Dinamarca, Finlândia, Irlanda, Nova Zelândia, Noruega, Suécia, Suíça e Turquia.

O Facebook afirma ainda que para esses dois produtos, a empresa continuará a não coletar nenhuma participação na receita junto aos criadores de conteúdo até, pelo menos, agosto de 2021.

Adesivos e Facebook Stars

A rede social também afirmou que nas próximas semanas, será testada a capacidade dos criadores de conteúdo de monetizar suas histórias no Facebook com anúncios que parecem adesivos (stickers) e que também serão monetizados. 

Os testes iniciais serão feitos com uma pequena parcela desses creators, mas o Facebook declarou ter planos para expandir para uma gama maior de criadores. Na sequência, esse formato será incluído nos vídeos curtos.

Para completar, o Facebook anunciou que investirá US$ 7 milhões no programa Facebook Stars, onde os usuários podem pagar aos criadores que atuam nas lives do formato. 

Segundo a gigante das redes sociais, o valor será usado nos próximos meses em educação e adoção do consumidor junto aos creators.

Durante certas transmissões ao vivo habilitadas para os criadores do Stars, as pessoas, ao visualizarem uma oferta que lhes agrada na live, poderão reivindicar estrelas gratuitas, que serão enviadas a seu critério para seus criadores de conteúdo favoritos. 

Dessa forma, a visibilidade deles aumentará, o que possibilitará também uma maior monetização.

Concorrência também corre atrás de novas formas de monetização

Os novos formatos de monetização do Facebook seguem as práticas da concorrência, que também busca novos formatos para gerar receitas em suas plataformas.

O Snapchat, por exemplo, tem pago US$ 1 milhão por dia aos criadores que fazem vídeos curtos virais na funcionalidade Snapchat Spotlight.

Já o Twitter anunciou no final de fevereiro o lançamento do Super Follow, no qual os seguidores podem pagar um valor mensal para ter acesso a publicações exclusivas. 

A rede social anunciou que a novidade terá um preço fixo de US$ 4,99 (cerca de R$ 27.,6 na cotação atual, sem impostos). Além das publicações exclusivas, o recurso ainda inclui insígnia de apoiador, newsletters, acesso à comunidade e outras vantagens. 

O assinante pode cancelar a qualquer momento, e deve pagar apenas uma quantia proporcional ao tempo de inscrição.