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Como inovação e branded ajudaram a indústria da música

Pode parecer que foi em outra vida, mas não muito tempo atrás, era preciso comprar um CD, ter um aparelho compatível em casa e aí sim poder curtir seu artista preferido.

Conteudo-Circle Martech

Se hoje temos a possibilidade de ouvir música em qualquer lugar, com dois ou três cliques, é porque a indústria da música é um exemplo de resiliência e reinvenção. 

De tempos em tempos, a forma com que apertamos o play muda e se torna cada vez mais fácil. Pode parecer que foi em outra vida, mas não muito tempo atrás, era preciso comprar um CD, ter um aparelho compatível em casa e aí sim poder curtir seu artista preferido. 

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O branded content e a inovação são alguns dos segredos para que a indústria sobreviva e continue gerando lucros.

Recentemente, a Netza, agência que faz parte do ecossistema da Circle Aceleradora, promoveu um bate-papo sobre tendências e negócios, envolvendo clientes e parceiros, com profissionais de diferentes áreas, como a música. 

Um dos convidados a compartilhar e dividir seu conhecimento foi Paulo Lima, presidente da Universal Music Brasil, que trouxe pontos de vista bem positivos sobre transições e transformações de mercado.

Há 32 anos na indústria, Lima afirma ter passado por fases complicadas, de disrupção de tecnologia e aprendizados. “Sofremos muito com o advento da internet nos anos 2000. Novamente em 2005 com o ‘boom’ dos celulares, vimos amargar um mercado que, em 1997, tinha R$1 bilhão de faturamento ser reduzido a apenas R$200 milhões. A música se reinventou e trouxe outras forma de monetizar.”, afirma o presidente da Universal Music Brasil.

É fato que os R$ 200 milhões, arrecadados em 2014, é um número pequeno comparado à dimensão do País e a relevância de seus artistas. No ano seguinte, porém, a indústria da música voltou a crescer, trazendo como solução a tecnologia em streaming.

De acordo com Lima, podemos entender o ciclo da música no Brasil em alguns pontos. “O primeiro, com o lançamento do iTunes por Steve Jobs e a Apple, porém, nosso País só pôde surfar na Era de iPods anos depois. Depois, foi a vez do Spotify transgredir o formato, surgindo na Suécia, e, novamente, o Brasil demorou alguns anos para aderir à plataforma. O sucesso, no entanto, foi óbvio e garantiu a grandes selos e os independentes a sobrevivência e a retomada do lucro no universo da música.”, disse.

Marketing e branded content na indústria musical

Atualmente, são inúmeras as plataformas que conectam o público com seu artista preferido. Sem a necessidade de comprar um produto físico, os downloads de música são uma das fontes de renda de bandas independentes e gravadoras.

Mas, além de gerar receita com as músicas disponíveis em streamings e bilheteria de shows, os artistas passaram a investir no branded content. Ou seja, se aproximaram do público criando conteúdos que engajam as pessoas e despertam a vontade de conhecer seu trabalho melhor.

As redes sociais têm um papel fundamental na disseminação desse conteúdo. Perfis com milhões de seguidores e acessos tornaram o acesso à música democratizado e humanizaram a relação entre ídolos e fãs. Há quem se sinta próximo de seus ídolos, acompanhe seu dia a dia e todos os seus trabalhos.

E, aqui, temos outro fato: é muito mais fácil ser fã em 2020 do que era 20 anos atrás. Se antes era preciso recorrer às revistas especializadas para ter acesso ao trabalho daqueles artistas “lado B”, hoje estão todos na palma da mão, a qualquer dia ou horário.

Se foi preciso inovar e descobrir novos caminhos, o esforço parece ter valido a pena. Hoje, o Brasil tem artistas conhecidos pelo mundo todo, fazendo turnês milionárias e encantando os mais variados gostos e estilos. Uma prova de que música é negócio, e, como qualquer negócio, demanda estratégia, planejamento e marketing.