Experiência de Marca

MKT de guerrilha – A linha tênue entre o maravilhoso e o ridículo

A cada dia, chamar a atenção do consumidor se torna mais difícil, devido aos diversos estímulos que recebemos.


O marketing de guerrilha é uma forma menos convencional para utilizar táticas alternativas capazes de gerar curiosidade e interesse no público.

O que é o marketing de guerrilha? Inicialmente, você precisa ter em mente que o termo guerrilha se refere a um tipo de luta ou batalha onde o inimigo é pego de surpresa.

Seguindo essa linha, o marketing de guerrilha pode ser definido como uma estratégia onde o usuário é impactado por uma campanha inesperada.

Geralmente, esse tipo de ação envolve muita criatividade, mesmo que o orçamento seja bastante baixo.

O marketing de guerrilha é entendido como uma maneira menos convencional no qual as empresas usam táticas alternativas para gerar curiosidade e interesse no público.

Assim, o usuário tem uma experiência que geralmente não é encontrada no marketing comum.

Entretanto, o marketing de guerrilha ainda é pouco conhecido ou mesmo discutido, mesmo que seja um conceito bastante antigo.

Segundo o que consta, o método foi desenvolvido por volta de 1984 com a publicação da obra “Guerrilha Marketing”, por Jay Conrad Levinson.

Como funciona e o que esperar o marketing de guerrilha? O conceito de marketing de guerrilha é uma ação que pega o usuário de surpresa, e, atualmente, isso é conhecido por ações que acabam viralizando na rede, seja um vídeo ou conteúdo.

Você pode se questionar como funcionaria essa estratégia na prática, e, para isso, nada melhor que alguns exemplos que ficaram bastante famosos:

Ikea

A Ikea é uma loja que chamou a atenção por seus produtos serem considerados descartáveis. Para provar o contrário, a empresa colocou da noite para o dia, diversos móveis espalhados pelo metrô. O objetivo era mostrar a durabilidade dos itens dentro de um prazo de duas semanas, sendo acessado por qualquer um.

Unicef

Com foco em uma ação nobre, a Unicef engarrafou água suja e oferecia para pessoas nas ruas de Nova York. Quando questionados sobre aquele líquido, os representantes falavam que aquela era a única água que milhares de lugares tinham. O objetivo, que foi alcançado, era arrecadar doações e mostrar uma realidade diferente da vivida por muitas pessoas.

Netflix

Uma das plataformas de streaming queridinhas do momento entrou na onda do marketing de guerrilha espalhando outdoors com a seguinte frase: “Netflix é uma piada”.

Como era de se esperar, deu-se início uma movimentação nas redes sociais para descobrir o motivo, já que ninguém sabia até o instante que era uma ação da própria plataforma.

Depois de algum tempo, a Netflix informou que se tratava da divulgação de novas parcerias, com Elen DeGeneres e Jerry Seinfeld, por exemplo.

Assim, é possível dizer que o marketing de guerrilha funciona como uma forma de gerar impacto, curiosidade ou interesse no público, seja com informações pela metade, uso de figuras de linguagem, entre outros.

O que esperar do marketing de guerrilha

Ainda que a estratégia do marketing de guerrilha possa surgir como uma alternativa bastante positiva e intrigante, é preciso ter cuidado. Para começar, pode ser um pouco difícil prever a reação do público ou o que esperar como resultado financeiro.

A estratégia fica na linha tênue entre o maravilhoso e o ridículo, já que pode não sair como foi planejado. Dessa maneira, é fundamental que você desenvolva um plano estratégico sólido e conciso, evitando possíveis interpretações erradas.

Por exemplo, um caso que ficou bastante conhecido foi uma ação do Cartoon Network em 2011. Na época, os Estados Unidos ainda sofriam com ataques terroristas, gerando pânico pelas ruas.

Na tentativa de divulgar um novo desenho do canal, a empresa espalhou diversos aparelhos eletrônicos nas ruas. Entretanto, ao invés de gerar a curiosidade esperada, os aparelhos resultaram em medo devido aos ataques constantes.

O resultado foram diversas ligações em delegacias, que chegaram a ser acionadas para verificar os locais. Além de ridículo, o caso gerou uma onda de pânico completamente desnecessária que poderia ter sido evitada se:

.O planejamento avaliasse a situação do país naquele instante;
.Se o planejamento preparasse ou selecionasse o público para a surpresa;
.Caso ocorressem outras formas de marketing precedendo a ação.

Ou seja, faltou planejar o marketing de guerrilha para que ele acontecesse e obtivesse o sucesso esperado.

Outra situação que ficou bastante grosseira e gera resultados até hoje, se refere a um restaurante em Las Vegas que tem como nome “Ataque do coração”, devido aos alimentos ricos em gordura e açúcar.

Infelizmente, em 2012, um cliente realmente sofreu um ataque do coração no restaurante e muitas pessoas acreditaram que era apenas uma encenação ou ação para promover o local.

Ainda que o restaurante não tivesse relação, acabou recebendo uma série de críticas pelo “marketing apelativo”.

O que fazer para criar um marketing de guerrilha?

Para conseguir criar uma ação de marketing de guerrilha que funcione, foque no planejamento. A ideia é ser capaz de desenvolver uma ação que pegue o público de surpresa de uma forma positiva, mas que seja claro o objetivo. Assim, você consegue evitar que algum erro gere uma interpretação equívoca.

Para isso, vale a pena investir em um estudo de mercado e público, conhecendo as opções daquele local, o momento bem como as possibilidades.

Além do mais, o planejamento garante o estudo de tempo necessário para que a ação tenha o efeito desejado, sem errar a mão e sem comprometer a integridade da empresa/marca.

Em suma, o marketing de guerrilha é uma ação que visa impactar e impressionar o público, causando uma ideia ou mesmo sensação. Entretanto, é preciso muito planejamento, de maneira realmente sólida e concisa com a realidade e possibilidade, para evitar o ridículo.

Sendo assim, o cuidado pode garantir que você desenvolva uma estratégia maravilhosa, capaz de aumentar o interesse e até mesmo os lucros.

Foto: Reprodução.