Experiência de Marca

Festival Fartura - comidas do Brasil e Portugal supera expectativas

Em dois dias, foram promovidas mais de 30 reuniões bilaterais entre empresários do setor e produtores brasileiros, além terem o contato direto com os chefs portugueses.

O Festival Fartura – Comidas do Brasil e Portugal realizou com sucesso a sua segunda edição na sexta e sábado (16 e 17/11), no Mercado da Ribeira – Time Out Lisboa.

O evento conectou seis grandes chefs representando todas as regiões do Brasil – Bel Coelho (SP), Caetano Sobrinho (MG), Felipe Gemaque (PA), Ariane Malouf (MT), Ivan Prado (CE) e Carlos Kristensen (RS) – com alguns dos maiores nomes portugueses – Vitor Sobral, Ana Moura, Hugo Brito, Justa Nobre e João Rodrigues – para um intercâmbio de sabores e saberes. Produtores dos dois países também participaram, sendo que 12 marcas brasileiras apresentaram mais de 50 produtos, gerando negócios concretos.

“Nesta segunda edição elevamos, e muito, o patamar da marca Fartura internacionalmente. As ativações no Time Out Market, que recebe turistas do mundo todo, nos deram uma visibilidade incrível. Nas redes sociais, observamos postagens de pessoas de diversos países com a nossa flâmula em destaque em várias línguas.”, conta Patrícia Tavares, diretora de relações internacionais da Plataforma Fartura.

Em dois dias, foram promovidas mais de 30 reuniões bilaterais entre empresários do setor e produtores brasileiros, além terem o contato direto com os chefs portugueses. Muitas oportunidades surgiram, a cachaça de jambu, do Pará, tem dois importadores interessados, o leite de castanha e os produtos da Vapza também já estão em negociações.

Na pesquisa realizada, 100% dos participantes ficaram entre ‘satisfeitos’ e ‘muito satisfeitos’, pois mesmo os que não finalizaram parcerias neste momento, tiveram um feedback do que é necessário aprimorar para exportar seus produtos.

“O retorno do público foi excelente, os sabores do Brasil fora sucesso absoluto, as cozinhas ao vivo e os bate-papos tiveram todas as vagas preenchidas. Cumprimos nossos dois objetivos, de divulgar nossa gastronomia e estreitar relações comerciais. E já recebemos contatos de possíveis patrocinadores para a edição 2019.”, complementa Patrícia.

Cozinhas ao vivo surpreendem o público

Na sexta-feira (16), para inaugurar as cozinhas ao vivo, a dupla luso-brasileira Hugo Brito e Bel Coelho inovou, trazendo pratos com os mesmos ingredientes, mas com leituras típicas de cada país. Tucupi, farinha de urani, camarões, feijão fradinho, molho de coco ganharam receitas em versões diferentes.

Caetano Sobrinho surpreendeu ao levar uma cozinha mineira autêntica, mas com preparos não tão tradicionais, com bochecha de porco, canjiquinha, barú e ora-pro-nobis crocante. O paraense Felipe Gemaque encerrou a noite com um menu amazônico: “barriga porco assada com pirão de tapioca e molho de arubé".

No sábado (17) a chef Ariane Malouf entrou na cozinha ao vivo com a missão de deixar os convidados com vontade de conhecer Cuiabá. E conquistou pelo estômago, com pescada com crosta de baru e rosti de mandioca com manteiga de banana passa e banana caramelada.

A dupla Ivan Prado e Ana Moura levaram uma mistura de Portugal e Ceará, como por exemplo um prato contemporâneo como o ceviche, mas com um toque nordestino, a cajuína. Os sabores do Sul do Brasil encerraram a programação, nas mãos de Calos Kristensen, que serviu peito de ganso curado, pirão de queijo serrano, picles de abóbora de pescoço e chimia de tomate defumado, entre outros pratos.

Programação incluiu debates e exposição de produtos

O público que compareceu ao Time Out Market nos dois dias visitou gratuitamente os estandes de produtos brasileiros e portugueses, como café, cachaça, castanhas, palmito, sorvete de tapioca e cupuaçu, mandoica, produtos derivados de coco, polpa de frutas, sal, azeite e queijos. Os vídeos da Expedição Fartura mostravam como é realizada a pesquisa gastronômica, que já rodou mais de 70m mil quilômetros no Brasil e que embasa os festivais. E os bate-papos enriqueceram o debate sobre as heranças, semelhanças e diferenças culturais.

“Falamos muito da relação entre produtores e restaurantes, foi enriquecedor para ambos. Além de assuntos em comum, que podem beneficiar os dois lados. Um tópico abordado, por exemplo, foi a sazonalidade dos ingredientes e como essa aceitação ainda é difícil no Brasil, porque não há percepção tão clara de mudança de estação como na Europa. O chef português João Rodrigues faz mudanças no menu de forma mais orgânica, enquanto a Ariane Malouf, chef mato-grossense, enfrenta dificuldade para propor novos ingredientes.”, conta a curadora brasileira Luiza Fecarotta.

A curadoria gastronômica em Portugal foi liderada por Teresa Vivas, que concluiu: “A nossa cozinha e a do Brasil têm uma raiz que evoluiu em sentidos diferentes, de acordo com os ingredientes disponíveis, mas é tanta ligação de sangue, língua, paladares que o trabalho realizado pela Plataforma Fartura se torna indispensável. A descoberta de produtos diferentes, como a castanha de baru, a cajuína, o pinhão foram momentos muito especiais para o público porque reconhecemos a cozinha com uma linguagem universal e como uma forma de comunicação. Temos muitas pontas soltas e a Plataforma Fartura tem um papel importantíssimo nessa ligação, de mostrar nossas raízes e o que cada país evoluiu para melhor.”

O Festival Fartura – Comidas do Brasil e Portugal tem patrocínio da Apex-Brasil, apoio institucional dos governos de Minas Gerais, Pará e Ceará; midia partner Globo Internacional e colaboração de João Portugal Ramos Vinhos, Cerveja Vadia, Savy Gin e Octoni Negócios Internacionais.