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D&I e ESG: Crescimento sustentável e humanizado é possível

Uma gestão consciente valoriza a pluralidade dos grupos sociais nos quais está inserida.

A sigla ESG advém do termo em inglês “Environmental, Social and Governance” – ou, em português, ASG, referindo-se às melhores práticas de gestão nas áreas “Ambiental, Social e de Governança”

A mesma serve para indicar quanto uma empresa controla os impactos que causa no meio ambiente, como age para promover um mundo mais justo, como determina suas alçadas de responsabilidade, e inclui os cuidados que exerce com as pessoas em seu entorno, enquanto garante excelência nos processos de gestão.

Em junho de 2004, no relatório liderado pela International Finance Corporation (IFC), intitulado “Who Cares Wins — Connecting Financial Markets to a Changing World”, em português livre “Quem se Importa, Ganha – Conectando Mercados Financeiros a um Mundo em Mudança”, surgiu uma das primeiras notações da sigla, atrelada às diversas recomendações sobre como viabilizar a incorporação das “ESGs” para melhoria de performance das empresas no mercado global. 

As-metas vêm sendo incorporadas por várias organizações a seus estatutos e regras de negócio desde 2006, quando foram criados os “Principles for Responsible Investment (PRI)” com apoio da ONU, determinando critérios de sustentabilidade para investimentos, e o mercado usa estes critérios como parâmetro para analisar risco e performance de empresas por todo o mundo.

Vamos entender melhor a sigla, considerando IN (inglês) e PT (Língua portuguesa brasileira):

– E (environmental) IN / A(ambiental) PT: Práticas de uma empresa em relação à conservação do meio ambiente e sua atuação em temas como aquecimento global, biodiversidade entre outros;

– S (social) IN / PT: Respeito às pessoas e às relações humanas que compõem seu ambiente, e, por extensão, o ecossistema em que se encontra;

– G (governance) IN / G (governança) PT: Gestão da empresa.

O que isso tem a ver com diversidade e inclusão no mercado corporativo?

O mundo é populado por pessoas; produtos e serviços são criados para pessoas; todos os resíduos são gerados por pessoas; e tudo isso precisa ser gerenciado por pessoas por meio de sistemas tecnológicos complexos ou por cadernetas de papel e agendas no celular que, por sua vez, são usadas em pequenos armazéns e lojas.

Ainda não conseguimos conectar esses grupos tão diversos para que haja uma gestão integrada inteligente, e hoje as pessoas transitam entre os diversos núcleos: Ora como representantes de empresas e marcas, ora como cidadãos, e isso gera clusterização. 

Ou seja, segmenta o acesso às benfeitorias e limita a abundância, impedindo que todas as pessoas em todos os lugares tenham o suficiente para desfrutar de vidas dignas. 

É aqui que entra a diversidade e inclusão, pois é no mundo corporativo que as mudanças acontecem, mesmo que nem sempre subsidiadas por políticas públicas e verbas externas.

Uma gestão consciente valoriza a pluralidade dos grupos sociais nos quais está inserida, entende que fornecedores, clientes, influenciadores e investidores, precisam estar representados e protegidos pela marca e por seu propósito, e que o lucro é a alavanca para o desenvolvimento sustentável da empresa e do ecossistema que está construído em seu entorno, além de que há muitas pessoas que indireta e diretamente subsistem neste ecossistema.

Uma gestão que considera as melhores práticas de ESG/ASG, está atenta aos impactos ambientais, sociais e culturais de sua presença no mercado.

Busca relações éticas e produtivas em todos os âmbitos, a melhoria contínua da performance, promove o retorno social, investe nas pessoas e na sustentabilidade, colabora para que as pessoas invistam o que recebem na melhoria contínua de si mesmas, dos ambientes onde vivem, e ainda vislumbra melhorias no agora e no futuro.

Em uma sociedade consciente sobre os direitos e deveres de seus cidadãos, o respeito ao direito do próximo é exercitado continuamente. 

Há dados em diversas fontes mostrando o potencial que a diversidade agrega aos negócios. A ONU, e consultorias como McKinsey e Deloitte, divulgaram índices entre 15% e 70% sobre o crescimento na lucratividade de empresas que se tornaram inclusivas.  

Outro dado que nos chama a atenção, é que de acordo com um estudo do McKinsey Global Institute (MGI) – The power of parity -, a equidade de gênero pode injetar $12 trilhões de dólares no mercado global, com estimativa de crescimento, se as ações forem adotadas para incluir mulheres em cargos de liderança e alta gestão até 2025.

Entendemos que o cenário de pandemia pode desacelerar esse crescimento, mas, certamente equilibrar a presença da diversidade nas empresas cria oportunidades únicas de mudanças conscientes de rota para os negócios, considerando públicos e grupos sociais invisibilizados, e, muitas vezes, desvalorizados.

Se as famílias aumentarem seu poder de consumo com base na melhor empregabilidade das mulheres, entre outras pessoas dos grupos minorizados, os Ambientes tendem a ser mais saudáveis porque respeitam a pluralidade social que os compõem, Socialmente mais equilibrados sem tantos vales de desigualdade social, e sua Gestão torna-se menos caótica pois lida com um cenário de mercado mais estável e voltado a abundância, o que gera condições comerciais lucrativas e inclusivas para todas as pessoas.

Em um mundo caótico, onde há o bombardeio constante das mídias a incentivar o consumo desenfreado e inconsequente, empresas podem impactar positivamente seus consumidores, parceiros e colaboradores, ensinando como usar a gestão de recursos de forma otimizada, sustentável e humanizada, além de produzir produtos com menor impacto ambiental e oferecer serviços que visam preservar a vida em todos os seus desdobramentos.

Combinar duas siglas tão poderosas, mostra que a prioridade são as pessoas, e só quem entende de gente, humaniza relações e encontra um horizonte auspicioso ao criar oportunidades acessíveis para todos, lucros abundantes e sustentáveis.

 

Foto: Reprodução.