Live Marketing

Luciano Martins fala sobre o setor de eventos no Estúdio Promoview

O empresário do setor de eventos e experiências com marcas e sócio diretor da Casa Petra fala sobre os problemas, tendências e soluções para o setor no pós pandemia.

Está no ar o novo episódio do Estúdio Promoview, podcast comemorativo aos 15 anos de atualização diária do portal Promoview e aos 10 anos de publicação do Anuário Brasileiro de Live Marketing.

A série Estúdio Promoview é publicada no Spotify, no canal do Promoview que é um coletivo e reúne conteúdo de live marketing sob diversos ângulos como produção, estratégia, tecnologia e bate papos informais.

Desta vez, Júlio Feijó bateu um papo com Luciano Martins, empresário do setor de eventos e experiências com marcas, e sócio diretor da Casa Petra, espaço que vai receber a cerimônia de premiação do Prêmio Live 2022 em 9 de agosto.

 

Durante a conversa, Luciano falou um pouco sobre esse período que envolve o primeiro semestre de 2022 e suas experiências, tanto no que diz respeito ao nosso mercado, quanto sua experiência internacional.

Luciano compartilha informações e fala sobre a realidade do mercado, os treinamentos, que são tão necessários, além da escassez de mão de obra neste momento.

O grupo comandado por Luciano é dono da Casa Petra, na área de eventos, da 1-18 Project, que é uma empresa de cenografia, que também colabora om eventos digitais, e Perfectrip, voltada ao setor de turismo.

“Foi numa viagem que, basicamente, eu quase fiquei preso lá fora um pouco antes da pandemia e descobri, logo depois, a necessidade de a gente se reinventar na Casa Petra, formando, então, o primeiro estúdio no final de abril, em mês depois do fechamento das fronteiras e da impossibilidade de execução de eventos presenciais”, revela ele.

 “Montamos o nosso primeiro estúdio, o que, naquele momento, era um salto que a gente estava dando utilizando alguns fornecedores que existiam em nosso setor de eventos para poder começar a trabalhar e, logo depois, já migramos para parcerias com empresas voltadas a editores de TV, isto é, gente que entendia de live, assim como entendia de um programa de auditório”, acrescenta Luciano.

Assim, a Casa Petra fez as parcerias, e começou muito cedo a lidar com o mercado de eventos digitais que, sem dúvida nenhuma, já um produto, que está na carteira de produtos que a empresa oferece aos seus clientes.

“Mas, eu não vejo, hoje, a possibilidade de realização de um evento de uma amplitude um pouco maior, se ele não for híbrido, isto eé, presencial e digital”, aponta.

A Casa Petra tem se consolidado como um dos grandes espaços para a realização de eventos corporativos em São Paulo. Segundo Luciano, antes da pandemia, o espaço já contava com 50 % de eventos corporativos e 50% de eventos sociais.

Na época, já era possível perceber que a Casa Petra, que sempre foi reconhecida como uma casa muito voltada ao mercado social, migrava para um outro patamar, que era o corporativo.

Durante a pandemia, a Casa Petra se solidificou com 70%, alguns meses até 80% de eventos corporativos, pois só ele tinha permissão para serem realizados naquela época, e os eventos digitais entraram muito bem.

Sobre o momento tumultuado pelo qual o mercado de eventos passa, com todos os espaços com agenda lotada e diversos eventos acontecendo ao mesmo tempo, Luciano revela números que apontam que nada do que está acontecendo ele não imaginou um ano atrás.

“Especificamente sobre eventos presenciais, nós tínhamos cadastrados, dentro do nosso meio, 3.400 pessoas que trabalhavam como freelancers, incluindo desde garçom até copeira, iluminador, eletricista, ou seja, pessoas que, por opção, fizeram a escolha de trabalhar para diversas casas. De maio de 2020 até novembro de 2021, nós perdemos 60% dessa mão de obra. É real. É um número que não é fictício. Essa lista foi reduzida para aproximadamente 1.400, 1.500 pessoas”, destaca ele.

“Foi um corte drástico em relação a especialização, ou seja, essas pessoas migraram para outros segmentos. Eles tomaram um susto muito grande com o setor de eventos, com esse mood de ‘deixa a vida me levar’, e trabalhos como freelas para várias pessoas…. Então, eles mudaram definitivamente para outros setores”, alerta ele.

Luciano destaca que o setor de eventos, com isso, está completamente defasado em relação ao número de pessoas que trabalha na área atualmente. Para ele, no ano que vem, por volta de março ou abril, quando o setor tiver tempo de realizar os treinamentos necessários e começar a colocar a casa em ordem, a situação vai começar a voltar à normalidade.

“Vamos levar uns 5 anos para não somente restabelecer equipes, mas estrutura, financeiro… E, até lá, a gente vai ter a saída de diversas empresas. Principalmente neste ano, agora, até o começo do ano que vem. A gente vai ter muitas surpresas de muitas empresas que não vão mais estar conosco, que não vão conseguir sobreviver durante este ano. Há várias transformações que estão acontecendo que reforçam minha teoria de que é necessário que as agências, os clientes e todo mundo esteja muito atento à contratação e a quem eles contratam”, enfatiza.

“Também não podemos esquecer que grande parte das empresas de eventos são empresas pequenas, familiares, com pequenas estruturas e que, no pós pandemia, diminuíram mais ainda. Então, neste momento, é difícil ter caixa, estrutura, tempo, para contratar novamente uma estrutura daquele tamanho, tendo que fazer a entrega de tantos eventos. A conta não fecha”, conclui Luciano.