ESG

As empresas mais associadas a ESG no Brasil

Estudo inédito elaborado pela consultoria Walk The Talk, pesquisa dividiu as empresas em cinco grupos e mostrou caminhos para as companhias crescerem nessa área.


A consultoria Walk The Talk by La Maison acaba de divulgar a segunda edição do tracking Global Positioning Sustainability (GPS), que tem o objetivo de mostrar ao mercado as empresas que mais são associadas ao ESG (sigla para questões ambientais, sociais e de governança),

Além de mostrar as companhias que mais trabalham em prol do meio ambiente, sociedade e governança, a pesquisa ainda revela as maiores preocupações da população em relação a essas questões.

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A Natura foi a empresa mais associada ao ESG, com 536 pontos, em um índice que chega a 1 mil.

A-Unilever vem logo depois, com 389, seguida por Ypê (386), Boticário (376), Petrobrás (372), Nestlé (354), Banco do Brasil (335), P&G (332) e Coca Cola (315).

A consultoria entrevistou 4421 pessoas entre homens e mulheres, de 16 a 64 anos, das cinco regiões do Brasil, das classes ABC para chegar a esse resultado e pediu sua percepção sobre o posicionamento e ações de 50 empresas que são representativas em suas categorias.

As empresas foram também divididas em 5 grupos, incluindo Muito Alto (acima de 600), Alto (301 a 600), Médio (251 a 300), Regular (201 a 250) e Baixo (até 200).

O resultado mostra que nenhuma das empresas com atuação no Brasil atingiram a pontuação exigida para serem enquadradas no primeiro grupo.

Na opinião de Juliana Simão, uma das fundadoras da Walk The Talk, isso ocorre por conta do amadurecimento da pauta de ESG no Brasil.

“Nosso país ainda dá os primeiros passos em ESG. Existem empresas mais engajadas que outras, como você pode perceber pelo nosso tracking, mas muitas companhias ainda não conseguiram desenvolver, de fato, essas práticas ou fazem apenas o que é necessário e higiênico. O ESG ainda precisa amadurecer e a pressão do brasileiro é uma das peças-chave para isso”, pontua Juliana.

No primeiro estudo conduzido pela Walk the Talk, em setembro do ano passado, somente três empresas se encontravam na categoria alto: Natura, Nestlé e Ypê.

As demais entraram nessa edição.

Devido à mudança de pensamento da população nos últimos anos, as preocupações ambientais e sociais têm aumentado cada vez mais e as atitudes também.

A pesquisa GPS apontou que problemas de ordem político-econômica são atualmente mais relevantes, mas os brasileiros agem mais em relação a problemas sociais.

Por outro lado, eles esperam que as companhias atuem em questões ambientais. Das 10 primeiras ações esperadas das empresas, sete são relacionadas ao meio ambiente. São elas: 

  • Devolve recursos naturais, fazendo ações como reflorestamento ou neutralização de carbono
  • Mudou seus produtos ou serviços para serem ambientalmente sustentáveis
  • Não faz testes em animais
  • Faz embalagens que sejam melhores para o meio-ambiente (ex. reciclável, biodegradável)
  • Evita atividades que ameacem a flora e fauna brasileiras
  • Promove a saúde e bem estar de seus empregados e colaboradores
  • Usa menos recursos naturais (como menos água, menos energia ou menos resíduos)
  • Valoriza o Brasil, usando mão de obra e/ou ingredientes e/ou representatividade local
  • Investem em tecnologia para diminuir seu impacto ambiental
  • Tem programas e projetos para melhorar o Brasil

A pesquisa GPS também destacou outro recorte importante que mostra que 17% das pessoas acham que o papel das marcas é ser ativista, enquanto 58% entendem que o papel das empresas é incentivar os consumidores a agirem.

“Como ainda não amadurecemos as práticas ESG no Brasil, existe uma diferença entre as 3 letras da sigla ESG. Enquanto as preocupações do brasileiro ainda são de base, político econômicas, como desemprego e aumento da pobreza, suas ações estão mais voltadas para o lado social e esperam que a maioria das marcas façam algo pelo meio-ambiente. Mas as três atitudes fazem parte de um mesmo contexto. As companhias precisam trabalhar o aspecto ambiental, para preservação do meio ambiente, desenvolver ações de incentivo à diversidade e fortalecer a sua governança, pois ela garante que os outros dois itens da sigla sejam feitos”, conclui Juliana.