Live Marketing

A lógica dos eventos híbridos

Ainda existe uma falta de conhecimento por parte dos gestores de eventos híbridos sobre a dinâmica das ações.

Eventos são encontros de comunidades. Serão híbridos/virtuais com certeza. Este “hibridismo” vai oferecer possibilidades de expansão das audiências e não será um substituto aos eventos presenciais. Será um complemento tecnológico muito útil.

Hoje vou fazer uma outra reflexão fundamental neste momento de retomada do setor. Existem marcas e eventos que eu, como ex organizador de eventos (hoje sou catalisador de comunidades relacionadas com eventos B2B e B2C), admiro. Uma delas é a Salesforce.

Uma empresa de tecnologia, 100% digital que organiza um evento presencial todo ano. Entendeu meu interesse? Uma organização como essa teoricamente não precisaria organizar algo presencial concorda? Mas organiza. Chama Dreamforce.

É importante entender esta lógica nestes tempos que todo mundo está pensando o contrário, ou seja, será que eu consigo fazer o meu evento em formato virtual e investir muito menos do que tenho que investir no formato presencial? 

O CEO da Salesforce (Marc Benioff) no seu discurso inaugural do evento deste ano mencionou o seguinte ponto. “É bom estar de volta ao presencial, aqui nós construímos confiança com os nossos clientes e parceiros.” Bingo!!                   

Opa, o produto não é confiável? Claro que é! O produto não é digital? Claro que é! Mas existem mais coisas entre o céu e a terra do que a nossa vã filosofia, já disse um escritor inglês alguns anos atrás! 

Um produto como o Salesforce faz a gestão do relacionamento com clientes de forma supereficiente. Agora oferecendo Slack e Tableau (ambas estas empresas pertencem à Salesforce) integrados ao CRM estão caminhando para o “state of the art” do CRM. Mesmo assim acreditam nos eventos presenciais

Mais do que isso. São um dos grandes impulsionadores dos eventos híbridos. Nesta última edição (setembro 2021), tinham umas mil pessoas on site (presencial) e mais de 700 mil virtuais. 

Em 2016, foram 170 mil pessoas presenciais. Naquele ano, tiveram que fretar navios para acomodar todos os participantes. Um exemplo de logística relacionado a eventos presenciais. AirBnb não tinha vagas em um raio de 150km. Mas agora enfrentam obstáculos como nunca enfrentados.           

O compliance das empresas não deixa as pessoas viajarem. Nem todos se sentem ainda seguros para participar de aglomerações. O formato híbrido foi a solução.

Funcionou 100%? Na minha opinião, a execução para a audiência virtual ainda não foi a ideal. (Não fui convidado para participar presencialmente kkk). Ainda existe uma falta de conhecimento por parte dos gestores de eventos híbridos sobre a dinâmica das ações.

Falhas de microfone, cortes de edição errados, palestrantes usando teleprompter e sem ensaio. Mas isso é café pequeno. Eu acredito que os principais equívocos na organização da edição deste ano foram na roteirização dos assuntos e na “amarração” dos temas. 

Este é um aprendizado que os organizadores de eventos precisam se aprofundar. Mas tiveram vários pontos positivos sim! Pensa nas 700 mil pessoas que participaram virtualmente. Sensacional. 

Ah! Teve um show do Foo Fighters no encerramento do 1º dia. O futuro é híbrido. Se as marcas e as empresas tiverem relevância vão conseguir atrair muitos participantes. 

Participantes presencias e participantes virtuais. Conveniência pura! A tecnologia está aí para ajudar. Porém os organizadores de eventos precisam abandonar os tempos & movimentos do evento somente presencial para criar e desenvolver habilidades relacionadas aos eventos híbridos. Evento não é um local físico! É menos garçons e mais roteiristas. 

Imagino que o evento presencial (mil pessoas) tenha sido uma experiência fantástica e supercustomizada (se alguém foi, me conta aí). Ótimas oportunidades de networking com altos executivos e executivas do setor de tecnologia. Assim será o nosso futuro. 

Catalisaremos interesses das comunidades de negócios que estamos envolvidos oferecendo a eles múltiplas oportunidades de relacionamento e engajamento.

Independente do formato. Agnóstico. Quem define o formato e os interesses da referida comunidade? A comunidade. Quem gerencia isso? O catalisador.

Simples? Não! Sabemos como funciona? Estamos aprendendo. Mas não podemos negar… Não podemos também atuar como torcedores deste ou daquele formato. 

Temos que entender os Seres humanos naquela comunidade que estamos interessados e propiciar formas de engajamento, conexão, inspiração e colaboração.

“A sociedade em rede é um conceito/livro fantástico! Leia Manuel Castells para entender…

Para deixar bem claro: #somosgregários #eventospresenciaisforever, #colaboraçãoéanossapraia, #futurohíbridovirtual #eventosaoseguros #futuroseguro.

Afinal, o live marketing não é para os fracos!