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O consumidor de hoje em dia cobra o que você vende

A indústria, independentemente de qual seja, possui suas fórmulas, segredos e áreas de sensibilidade.


Antes-de qualquer coisa, precisamos deixar claro: nenhum animal foi maltratado para a produção desse conteúdo.

A indústria, independentemente de qual seja, possui suas fórmulas, segredos e áreas de sensibilidade e, isso, não é novidade para ninguém. Mas, as mesmas indústrias, com o passar do tempo, tiveram a expertise de aprender que elas não vendem só o que produzem, elas também são construídas ou canceladas a partir do valor agregado ou da falta dele.

A luta contra o uso de animais para testes de cosméticos, remédios e outros, é conhecida e virou pauta frequente em meios de comunicação. Contudo, não seria assim se o tema não fosse relevante para o mercado como um todo.

Empresas e marcas sabem que, para não sofrer o cancelamento, e  poder ter mais abertura no mercado, é preciso que a população se veja representada na marca.

Dessa-forma, palavras como sustentabilidade, meio ambiente e desenvolvimento social ganham força e destaque em apresentações comerciais.

Uma fábrica de tintas, que é reconhecida pela falta de cuidado ao meio ambiente, terá baixas vendas. Uma cooperativa de laticínios, que não apresenta cuidado com os animais, terá menos espaço nas gôndolas do supermercado, em função dos movimentos que serão lançados contra ela. E isso, não é algo exclusivo de um ou outro mercado.

Quando o filme “4 vidas de um cachorro” foi lançado, lá em 2017, graças a um vídeo vazado, em que um cachorro aparentava estar com medo durante uma gravação, gerou protestos por todo o mundo, ocasionando uma baixa procura de bilheteria pelo filme que, claramente, afetou o retorno mundial.

Dos cinemas para as passarelas, diversas empresas, que são consideradas “amigas” do meio ambiente, já foram acusadas de usar peles de animais, e claro, deram muito trabalho para os relações públicas e marqueteiros, para que existisse uma mudança de cultura, de produto e de imagem.

A imagem que as instituições criam são tão importantes quanto os próprios produtos, pois o mundo moderno e globalizado que vivemos, exige que elas tenham em mente quem é o seu público e o que ele considera aceitável, ou abominável.

A questão voltou à tona e com mais força, recentemente, em função do vídeo do “Ralph, o coelho”, um curta animado em que vemos alguns momentos da vida de um coelho usado em laboratório, que faz com que as pessoas vejam com mais compaixão o uso de animais nos testes laboratoriais.

Podemos dizer que o curta cumpriu com sucesso a sua ideia inicial, já que diversas pessoas, ao redor do mundo, começaram a buscar informações sobre os produtos que usam e suas confecções. O resultado é que diversas marcas estão tendo que lidar e se adaptar ao movimento. Olha aí, o tal do valor agregado!

Se por um lado há quem perca, por outro há quem se beneficie. Marcas que já entendem e se adaptam, nesse momento, chamam a atenção por poder ostentar o selo de conformidade com o que pensam seus usuários e, cá entre nós, essa conta leva a uma proporção positiva de lucro.

Após a divulgação do vídeo do coelho, teve influencer jogando produto fora, teve artista se manifestando, o assunto ficou entre os mais comentados… ou seja, o assunto ficou Pop, e tudo que entra nessa categoria rende matéria, assunto e mudança na forma de consumo.

Recentemente, o rapper Lil Nas X lançou um tênis em parceria com a Nike, só que havia um detalhe: na sola dos 666 pares de calçados, havia uma gota de sangue, doada por um grupo de pessoas. A confusão foi certa!

Acusações de satanismo, de indústria podre, de consumismo e marketing abusando do poder para gerar influência de forma imoral…

Contratos quebrados, muita confusão, dor de cabeça, pedidos de desculpas… A lista de acontecimentos foi grande, e nela havia claro a imagem da Nike sendo abalada, ou nesse caso, manchada de sangue.

As marcas não estão protegidas e ocultas, elas sofrem com escolhas, erros, interpretações. A questão não é o que elas passam, mas sim como elas conseguem dar a volta por cima.

O discurso sozinho, não vale nada, ele precisa vir apoiado em mudanças e em provas. Então, uma empresa que se diz parceira da natureza, precisa mostrar redução no seu número de poluentes. 

Uma marca que se diz a favor do desenvolvimento social, precisa apoiar projetos. É assim que empresas como a Vale trabalham.

Mesmo depois das tragédias, é preciso que elas se mantenham de pé e produzindo, pois isso “evita” com que elas possam sofrer um boicote maior, é o que elas entregam de positivo para a sociedade, que acaba “limpando” a barra e ajudando nos negócios.

Marketing, marca, empresas, ideias… Tudo se mistura! Fato é, que as empresas que entendem de mercado, conseguem gerar mais através de seu valor agregado e isso as impulsiona no mercado.

Uma prática, cada vez mais atual, e que dita os rumos do momento e os passos futuros.