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Shopping centers e os desafios da retomada

Chega uma hora, dentro de uma quarentena, que ninguém aguenta mais a realidade.


A vida é feita de surpresas constantes, mas também de grande aprendizado. O que estamos vivenciando neste período de pandemia está trazendo à tona a nossa capacidade de enfrentar situações inusitadas com criatividade. Descobrimos que realidades diferentes exigem atitudes diferentes.

A despeito da crise, entendo que os shopping centers vão precisar mais do que nunca resgatar de forma ressignificada seu propósito e recriar a “Ilha Segura da Fantasia”. 

Quem não se lembra na década de 90, o conceito de shopping “caixote”? A arquitetura era exatamente pensada para que o cliente entrasse no shopping e perdesse a noção do tempo, do que estava acontecendo no mundo exterior, o que permitia durante aquele passeio, viver um pouco da magia do mundo encantado e despertar a criança que tem dentro de cada um.

Chega uma hora, dentro de uma quarentena, que ninguém aguenta mais a realidade. A informação é necessária, mas a esperança é imprescindível para seguirmos em frente. 

É preciso cultivar prazeres e alegrias. Mensagem essa, que ouvi do empresário Nizan Guanaes, que lançou um desafio: monte sua Árvore de Natal.

Com certo orgulho me lembrei da cartinha de Natal que escrevi para minha filha quando ela tinha 7 anos e passava por problemas sérios de saúde.  

Ela me desafiou ao descobrir que Papai Noel não existia e eu passei exatamente essa mensagem: o Papai Noel é a representação concreta de nossos sonhos, mesmo sabendo que a figura não existe, não deixe de acreditar nos seus sonhos nunca, porque sem sonhar a magia da vida não acontece. 

Eu queria que ela tivesse força e esperança para passar pela difícil situação em que se encontrava. É disso que precisamos no atual cenário. 

Nesse contexto, acredito que gradativamente as pessoas vão se conectando com a utopia e os shopping centers e o varejo vão precisar trabalhar muito para acolher emocionalmente seu cliente e entender esse novo padrão de comportamento de consumo. 

Antes as pessoas passeavam e nem sempre compravam. Agora o consumidor não quer gastar muito tempo na loja. Ele vai ao shopping decidido: o processo de conversão será mais alto, mas se perde um pouco a compra por impulso. Interação social gera uma venda orgânica e até a vacina chegar será muito difícil conciliar essa dicotomia.

Muitas empresas descobriram a força do WhatsApp como canal de vendas. Muitas lojas agora devem fortalecer o e-commerce e  adaptar os pontos de venda para as entregas dos produtos comprados on-line. 

Essa diversidade não vai parar, as pessoas podem frequentar novamente as lojas mas quem se acostumar a falar pelo Whats vai continuar. Vai fazer isso nem que seja para saber das ofertas, o que será a grande oportunidade para unir de vez o físico e o digital e buscar de alguma forma essa interação orgânica. 

Tem se falado muito em vinculação on-line e compras off-line – O cliente é impactado on-line e tem um tempo predeterminado para buscar na loja física com descontos bem relevantes, exclusivos e promoções criativas.

Agora é o momento de construir relacionamentos e oferecer conveniência e praticidade. Faça uma curadoria de produtos que tenham conexão com o estilo de vida do seu cliente e proporcione a sensação de segurança, ele precisa sentir que muita gentileza e atenção permeiam esse relacionamento de forma leve e prazerosa. Afinal, o consumidor que está se dispondo a sair de casa e se arriscar, de uma certa forma, espera ser recompensado por isso, EMOCIONALMENTE É CLARO.

Nada voltará a ser como antes. Mas temos de nos lembrar que tudo vai passar.

Comece resgatando sua esperança. E seja bem-vindo.