Experiência de Marca

Achados e vividos - Episódio Digiy Tal ou analógico

Você clica para não receber mais e-mails, e as empresas cagam e andam. E continuam enviando.

Comprar sem sair de casa!

Mais barato que nas lojas.

Sem procurar vaga de estacionamento.

Sem engarrafamento.

Maravilhoso.

Um sonho, mesmo.

Algum tempo depois…

Adoro a compra analógica. 

Ao vivo.

O máximo de invasão que tenho é o vendedor perguntando o que estou procurando, ou oferecendo uma cueca, quando não tem o número da camisa social que estou a procurar.

Hoje, se você ousa procurar algum produto na internet, no segundo seguinte começam a aparecer um monte de ofertas que você não quer.

A rede está quase igual ao meu telefone fixo, que mandei desligar, pois só recebia ligação de gente vendendo coisas.

Ofertas!

Das coisas mais desnecessárias possíveis.

E o pior, você clica para não receber mais e-mails, e as empresas cagam e andam. E continuam enviando.

Não adianta.

É irritante.

Voltando as buscas.

Um processo extremamente competente se inicia.

Do ponto de vista das empresas.

Você começa a ser bombardeado.

Se procurou um hotel em Rio das Ostras, aparecem um monte de ofertas nas ilhas Cayman, em Cuba e na Nova Zelândia.

O pior é que leva um tempão para que eles desistam.

A melhor coisa será uma nova busca.

De um liquidificador, aparecerão ofertas de secadora de roupa, máquina de fazer pão e talvez de um robô para limpeza de casa.

Então fico com saudades das ofertas das cuecas.

Acho impressionante como esta coisa de marketing digital se tornou uma ferramenta tão invasiva.

Até as empresas onde você já é cliente ficam enviando mensagens para que você compre outros itens, que se houver uma análise mínima, não interessam.

O banco envia ofertas; a companhia aérea descontos para locais que não desejo voltar; o aplicativo de comida, ofertas imperdíveis; o aplicativo de táxi… É um saco.

Detesto dar meu e-mail.

Sempre dou o número do meu telefone fixo, que não existe mais.

Me lembro, hoje, quando vou ler notícias nos aplicativos, de quando eu era criança e tentava ver TV.

Tínhamos uma televisão de marca Mullard na sala.

Ligava, e aí começava a operação para acertar os controles e estabilizar a imagem.

Vertical.

Horizontal.

Chuviscos.

Virar o botão do canal.

Terrível.

Me lembro que para assistir a série National Kid, precisava ligar a TV meia hora antes.

Tinha que esquentar.

Era a válvula.

Levava um certo tempo.

Começava o episódio e a cada 5 minutos de filme, havia um interminável intervalo com reclames dos mais variados tipos: 

Flit, Glostora, Gumex, Óleo de Fígado de Bacalhau, Simca Chambord, Pneu Atlas, Esso, e assim por diante.

Quando a concorrência aumentou, Excelsior, Record, Tupi, Continental, Globo, Manchete e SBT, começaram a surgir os diferenciais em cima justamente destes intervalos comerciais intermináveis.

Sua programação de TV com menos intervalos; sem intervalos entre um programa e outro; e assim chegamos a um termo menos invasivo do que era.

Hoje, para ler notícias por exemplo, entram mensagens de tudo que é forma. 

Para achar o X que te livra do anúncio, é uma dificuldade. 

Muitas vezes, estão tão bem escondidos, que preferimos conviver com, pois cada vez que tentamos, mudamos o conteúdo.

Será que vamos presenciar a Era das redes sociais com menos interferências?