Experiência de Marca

Chegamos ao fundo do poço. Será que tem mola?

Enquanto fala-se do novo normal, embora não goste da expressão, fiquei pensando em qual será este normal, quando voltarmos ao normal?

Conversando com meu amigo Wandi Doratiotto, um multiartista especial, ouvi dele a frase que inspira meu artigo deste mês.

Enquanto fala-se do novo normal, embora não goste da expressão, fiquei pensando em qual será este normal, quando voltarmos ao normal?

E me fiz a seguinte pergunta: Quanto as lideranças precisarão se transformar para atender os novos tempos?

Sempre escrevo sobre pessoas e suas relações com marcas e empregadores, e, neste momento, onde temos no Brasil milhares de profissionais desempregados em nosso setor, é imprescindível refletir sobre quais características e habilidades teremos que, efetivamente, desenvolver para liderar nossos times.

Desfeitos foram os times, a autoestima das pessoas, os sonhos e vidas. Acredito em nossa capacidade de superação, para nos recuperarmos completamente mas, talvez o tempo para essa recuperação seja maior do que imaginávamos no início desta pandemia.

A cada dia que passa, temos que nos preparar ainda mais para nossos liderados, e também nos perguntar quais seriam as características que deveríamos desenvolver para nossas lideranças na retomada?

Estamos em um período onde a única certeza é que o futuro é incerto. Sendo assim, a maior característica a ser desenvolvida e fortalecida deve ser a adaptabilidade, no sentido de desenvolver uma empresa mais inovadora, criativa e inteligente. 

O novo modelo híbrido de trabalho que dividirá, segundo as tendências, home office e escritório, exigirá que os colaboradores sejam cada dia mais flexíveis para se moldarem rapidamente às mudanças.

O retorno exigirá um olhar para o equilíbrio entre o trabalho remoto e a atuação presencial. O isolamento das pessoas em home office, mesmo que conectadas digitalmente, também acarretou um aumento do tempo de trabalho. Isso ficou muito nítido para as mulheres, que durante este período,  tiveram sua jornada duplicada, principalmente em relação ao estudo dos filhos e cuidados com a casa.

A comunicação, será uma habilidade das mais importantes a ser desenvolvida pelos times. Ser capaz de se comunicar eficazmente depende diretamente da capacidade de ouvir, assim será possível adequar suas ideias e falas para interagir cada dia mais com as equipes, contribuindo com discussões, debates e ideias, colocando na mesa suas opiniões e valores.

Precisamos ter a habilidade de resolver problemas, porque isso significa que temos o poder de identificar quais são, e, assim, superarmos as crises produzindo estratégias de resolução, retirando destas situações lições aprendidas como descreve o intraempreendedorismo.

Um olhar em perspectiva única, é uma das habilidades que mostra a criatividade de nossos líderes, e, nos dias atuais, já sabemos que esta característica é solicitada em todas os segmentos profissionais quando procuramos alternativas para a resolução de problemas ou criação de novos produtos e serviços.

Fruto de um dos maiores aprendizados deste período, será a criação de um comitê de tomada de decisões de emergências, o qual estudará os cenários mais pessimistas, mas, além disso, poderá vislumbrar novos caminhos para o negócio.

Liderar com sucesso é conseguir gerenciar bem as pessoas enquanto as motivamos para trabalhar inspiradas pelo propósito e valores da empresa. 

É desenvolver um plano estratégico que seja claro e que envolva toda a equipe, de forma a traduzir uma influência positiva e ética, motivando aqueles que estarão juntos nesta jornada.

Respondendo à pergunta do Wandi, não sei dizer se existe realmente mola no fim do poço, mas se existir, ela será acionada por estas habilidades que poderão levar-nos de volta à tona.

 

Wandi Doratiotto é músico, ator, apresentador e protagonista da célebre campanha ‘Não é uma Brastemp”.