Experiência de Marca

Eu não quero um novo normal!

Coisas incríveis estão acontecendo no mundo: águas limpas em Veneza, animais passeando em áreas urbanas, diminuição do buraco da camada de Ozônio, redução dos tremores do planeta, queda na poluição, atos que mostram uma humanidade por muito tempo escondida e a gente ainda fica pensando como é o “novo normal”?

“New Normal” ou seja: o que será o novo normal, a nova forma de viver a vida como a gente vive assim, cotidianamente, dia após dia, no ritmo “normal” do mundo? E é aí que eu resolvo me revoltar, porque eu não quero ter um Novo Normal! Ser, viver, agir, trabalhar, conviver, aceitar e fazer tudo normal não é normal, não é legal e não vejo a mínima graça nisso! Eu não quero ser normal! 

Coisas incríveis estão acontecendo no mundo: águas limpas em Veneza, animais passeando em áreas urbanas, diminuição do buraco da camada de Ozônio, redução dos tremores do planeta, queda na poluição, atos que mostram uma humanidade por muito tempo escondida e a gente ainda fica pensando como é o “novo normal”?

Também vemos o uso vil da política e dos interesses econômicos. Como também vemos pessoas discutindo raivosamente lados, youtubers, programas de TV, facções, dados, fake news e reclamando de tudo e de todos. Chega de viver esse normal!

Dos lideres das nações e do mundo, não precisamos nem falar, né?! Alguns nos dão orgulho pela sobriedade e a humanidade com que administram, outros nos dão vontade de apertar um eject, pois mostram o pior das pessoas e em como buscar apenas vantagens para si próprios. Vazem daqui, seus normais!

Conviver mais com a família, apreciar e curtir melhor sua casa, passar mais tempo com seus filhos, estudar, ter saudades, sentir falta de encontrar as pessoas, ver o quanto precisamos de um abraço, nos dar o direito de ter um tempo nosso, repensar formatos, recondicionar nosso cotidiano, repensar o consumo, aceitar o convite para ajudar, abrir espaço na agenda para falar com as pessoas, se importar, nos preocuparmos com nossa saúde, evitarmos formas diversas de contágio, trazer a consciência de um consumo também consciente, reaver o prazer em cozinhar e se alimentar em casa, valorizar a vitamina D que vem do Sol, repensar como nos vestimos, como nos deslocamos ou tudo o que possuímos para viver em sociedade e ainda depois de tudo isso, eu é que não vou ficar querendo um normal de novo, não!

Também não quero o normal que traga o desemprego, a falta de trabalho, de planejamento e de pensamento comunitário. Não quero de novo o desamparo,  desrespeito, falta de mínimas condições, empregos informais, relações inseguras, falta de comprometimento, relação desigual entre as partes, interesses escusos, falta de leitos nos hospitais, falta de alimentos na mesa, falta de fórum para questionar práticas e a desunião que permite sofrermos nas mãos de quem usa e abusa do seu poder econômico, pensando apenas em seu egossistema.

O convite que o mundo nos traz não é buscar um novo normal, mas sim vermos com menos normalidade as coisas e sim sermos quase “anormais”, pois é assim que as pessoas nos olham quando falamos sobre qualidade de vida, meditação, cuidados com a alimentação e respeito à natureza, consumo consciente, valorização do ser humano como ele é ou qualquer outra forma de pauta, assunto ou estilo de vida que não seja o quanto ganha, seu novo bem, onde vai viajar, qual restaurante foi, qual tipo de fundo está aplicando, quanto tempo demorou para ter seu primeiro milhão e como ser influencer, youtuber, palestrante, coach, dar cursos, escrever um livro e dividir “tudo isso que você sabe” com todo mundo. Definitivamente, eu não quero ser de novo normal!

Ser normal é ser o que todo mundo é, e em um mundo carente de diferenciação, precisamos cada vez mais daqueles que fazem acontecer e de dignos seres humanos. E tudo começa pequeno, num gesto, ação, palavra, doação, ligação, call, mensagem, email, live, texto, post ou simplesmente se negando a querer voltar ao mundo que vivemos por tanto tempo, nos propondo a sermos melhores, porque o mundo será melhor e nele realmente não cabe mais quem fica querendo dar um jeito de achar de novo um “normal”. Vamos viver a liberdade de sermos e fazermos a diferença?