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Por que ignorar a LGPD não é mais uma opção no live marketing?

Estar em conformidade com a lei não apenas protege agências e seus clientes de consequências legais adversas, mas também fortalece a confiança nas marcas envolvidas em seus projetos.

Quanto vale a confiança? Qual o peso deste atributo em um cenário no qual empresas são vistas pelo público entre as instituições mais competentes e éticas? Essas perguntas ganham ainda mais importância porque, em 2023, a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) completou cinco anos de existência. 

A proteção de dados tornou-se uma das principais preocupações das empresas nos dias atuais, mas o respeito e o cuidado com os dados sempre foram fios condutores de uma promoção. Sob qualquer perspectiva, lidar com essas informações de forma segura e responsável é fundamental para colocar o consumidor no centro das atenções, mantra tão repetido em todos os setores de negócios.

Essa nova postura não é simples, pois exigiu e ainda exige diariamente muito esforço, mudanças de atitudes, controles e monitoramento de programas de privacidade. Contudo, enfrentar desafios sempre foi a tônica do empresariado brasileiro e, claro, do live marketing. 

Quem-fez a lição de casa corretamente sabe que a adequação de processos não é mera burocracia. Trata-se de ferramenta estratégica de compliance e diferencial ao nosso negócio. Estar em conformidade com a lei não apenas protege agências e seus clientes de consequências legais adversas, mas também fortalece a confiança nas marcas envolvidas em seus projetos e demonstra que as experiências de marketing e relacionamento também ocorrem respeitando a privacidade.

Informação é ativo valioso em uma sociedade cada vez mais conectada. Com a implementação da LGPD, a salvaguarda da privacidade e o tratamento seguro dos dados pessoais tornaram-se ainda mais essenciais. Ou seja, um processo, ainda que ordenado, se tornou um detalhado mapeamento das atividades de tratamento de dados pessoais realizado pelas agências. Todos precisaram se adaptar: agências e seus colaboradores, clientes e todos os envolvidos com esses dados.

Na Batux, nossa primeira atitude foi nos cercar dos melhores profissionais do Direito Digital, a Peck Advogados. Em paralelo, também contratamos uma consultoria especializada em processos, compliance e riscos, a Comp9. Naquele momento, era preciso identificar os dados, suas finalidades, formas de tratamento e suas respectivas hipóteses legais. Esse fluxo também envolveu o levantamento de riscos envolvidos nas atividades de tratamento, bem como os controles existentes, entre outras frentes. 

Quando, há alguns anos, poderíamos imaginar que uma agência de live marketing receberia a indicação de criar um Comitê de Segurança da Informação? Acatamos e fomos além, com a contratação de um DPO (Data Protection Officer), profissional que tem como função garantir, de forma independente, o respeito e o cumprimento às leis que protegem os dados pessoais dos indivíduos. Ele é o responsável pela segurança e privacidade dos dados pessoais, conforme exige a legislação.

Poderíamos ter sido mais simples, mas optamos por ir além por entender que o não cumprimento das exigências pode trazer consequências de ordem financeira, como multas, e de imagem para as agências. Outra consequência de não aderir às melhores práticas em relação aos dados vem do próprio mercado, pois é impossível aspirar a participação nas concorrências de projetos das principais marcas sem todo esse cuidado e respeito com o consumidor e com as informações que ele fornece em um cadastro de promoção.

Podemos afirmar, com certeza, que a LGPD mexeu com antigas práticas para obtenção de informações, antes mais acessíveis, mas isso foi necessário para ordenar uma parte essencial de nosso trabalho. Afinal, o direito à privacidade de cada indivíduo é essencial para uma sociedade. Não seria diferente em um setor como o nosso, muito pelo contrário.

A adequação às conformidades da LGPD é fundamental para mitigar riscos potenciais em relação à imagem de uma marca. Essa conduta é ainda mais importante com à medida que evolui a utilização de tecnologias mais avançadas, incluindo softwares de inteligência artificial.

O que era um cuidado na Batux, hoje virou cultura dentro da agência porque a responsabilidade sobre a proteção dos dados deve ser compartilhada por todos os envolvidos. Em resumo, toda agência de live marketing deve ter em mente três dicas para criar estratégias colaborativas de dados em campanhas de incentivo e/ou promoção:

1- Possuir uma política de privacidade em conformidade com a LGPD e amplamente divulgada nos canais de contato com o público;

2- Deixar canal sempre aberto entre o proprietário de dados pessoais e o DPO;

3- Manter toda a equipe devidamente treinada e conscientizada sobre a importância da  proteção de dados pessoais de clientes, fornecedores e colaboradores.

Buscar conformidade com a lei e incorporar boas práticas de segurança da informação vai além de mera formalidade. Trata-se de preservar a continuidade dos serviços prestados no segmento de promoção, bem como estabelecer um diferencial competitivo ao proporcionar segurança aos clientes. Com ações cada vez mais digitais e interconectadas, a responsabilidade de proteger a privacidade das pessoas nunca foi tão crucial.

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