Cerca de mil pessoas acompanharam, na noite do último sábado (29/09), em um shopping popular no Centro de Belo Horizonte, o “Concurso Miss Prostituta”. Doze profissionais do sexo desfilaram por um passarela com a intenção de protestar contra o preconceito e a violência na profissão.
A vencedora, escolhida por um júri formado por representantes da sociedade civil, foi Giovana Silva, que no dia a dia usa o nome de Mara. A garota de 25 anos de idade contou que veio de Vitória, no Espírito Santo, há seis meses e trabalha em um prostíbulo na Rua Guaicurus, tradicional concentração de casas de prostituição no centro da Capital mineira.
A organização do evento informou que todas as mulheres participaram de forma voluntária, mas ao final do evento um dos apresentadores anunciou que Mara receberia R$ 3 mil pelo título de Miss Prostituta e um contrato de publicidade válido até o final do ano com o shopping popular.
Mara, que disse cobrar R$ 10,00 por programa, agradeceu dizendo que estava “Feliz e que participar do desfile é uma forma de chamar a atenção para a situação delas, tentando fazer com que o preconceito diminua”, afirmou.
A presidente da Associação das Prostitutas de Minas Gerais, Cida Vieira, puxou a fila das mulheres que desfilaram. Ela é uma das criadoras do evento e disse que espera, com a ideia, levantar a discussão sobre a regulamentação “de fato” da profissão: “Minas Gerais tem 80 mil prostitutas Queremos a legalização para ter direito ao direito, ou seja, acesso ao que as outras profissões têm. Temos no Ministério do Trabalho o registro da ocupação, mas é só”, afirmou.
“Queremos reclamar, com esse desfile, de tudo que a prostituta passa no dia a dia: tortura psicológica, violência. Queremos pisar na passarela como se estivéssemos pisando no preconceito. Não queremos mais ser invisíveis” concluiu.
Fonte: Ney Rubens/Portal Terra.