Uma ação da JWT para o A.C.Camargo mostra um coral diferente no palco do Auditório do Masp, em São Paulo.
Enquanto o público aguardava a apresentação do Coral da USP, o Grupo Sua Voz do A.C.Camargo Câncer Center subiu ao palco. Ele é composto por doze pacientes que, após o diagnóstico de câncer de laringe avançado, retiraram este órgão em uma cirurgia chamada laringectomia.
Acompanhados por fonoaudiólogos da instituição paulista, os pacientes interpretaram duas canções da famosa banda The Beatles – All You Need is Love e She Loves You -, exibindo depois as placas com os dizeres “Escute a voz deste Coral – Não Fume”, emocionando o público presente.
O tabagismo é o principal fator de risco para o câncer de laringe, com sete mil novos casos/ano no Brasil, segundo o Inca.
Os pacientes que compõem o Coral Sua Voz – a maioria acima dos 60 anos de idade – fazem uso de voz esofágica, prótese, laringe eletrônica (vibrador), fala bucal ou articulação de sons.
A segunda voz, coube aos fonoaudiólogos. “A combinação das vozes grossas dos pacientes, intercaladas com as vozes dos fonoaudiólogos, fica muito especial”, diz Elisabete Carrara de Angelis, que é a coordenadora do Grupo de Apoio ao Paciente Laringectomizado Sua Voz e diretora de Fonaudiologia Oncológica do A.C.Camargo.
Além de comemorar o Dia do Fonoaudiólogo, a apresentação atraiu holofotes também para a maneira como a sociedade vê atualmente o convívio com os pacientes que retiram a laringe e fazem uso de métodos não convencionais de comunicação.
“Ainda hoje, aqui no Brasil, as pessoas desligam o telefone quando ouvem alguém que se utiliza da laringe eletrônica, por pura desinformação. Isso não acontece em países cuja população é mais instruída sobre este assunto”, destaca Elisabete Carrara.
Ainda segundo a fonoaudióloga, há pacientes que estão seguindo um exemplo dos Estados Unidos e se organizando para criar uma associação nacional que pretende trabalhar em torno da criação do Dia do Laringectomizado Total. “Com isso, poderemos chamar a atenção da sociedade e romper paradigmas”, acrescenta.
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