Publicado originalmente em janeiro de 2014.
Num País em que existe a ideia de que a universidade é para todos e não o ensino básico, não assusta nada a conclusão a que cheguei.
Estamos vivendo uma distorção perigosa que se reflete no mercado de trabalho. Ela é responsável por um mercado amador, pueril, com profissionais despreparados, apesar de possuir diplomas que lhes conferiria a condição de estar onde estão.
Sabemos que a Universidade nunca foi, não é, e nunca será, para todos. Que um país sério se preocupa com o ensino básico de qualidade, público e obrigatório para todos, ou seja, o ensino básico é que tem que ser para todos.
No afã de passar a ideia de um país com gente formada, o governo mentiu, criando uma sopa de letrinhas enganosa e perigosa. Enem, Sisu, Fies, Prouni… consomem uma verba incalculável que bem podia ser usada para melhorar os ensinos fundamental e médio, criando uma geração de gente bem formada na base.
Além disso, poder-se-ia pagar melhor professores, melhorar salas de aula, quadras esportivas, salas de informática e por aí vai. Mas, alunos do ensino fundamental e médio ainda não são eleitores, né?
O que o isso tem a ver com a gente?
Tirando o fato de que você é atendido por médicos, engenheiros, advogados, professores, administradores, nutricionistas e profissionais de comunicação. formados dentro dessa perspectiva, muito.
Nessa política idiota e suicida, que considera que todos têm que ter diploma universitário, perdeu-se a perspectiva de investir-se no ensino técnico e no empreendedorismo, até porque gente que tenha apenas diplomas de nível médio, mas saiba o que fazer e como fazer muda um País. É só ver os países que fazem isso.
Enchem-se universidades particulares de alunos com bolsas de todos os tipos, enriquecendo grupos como o que comandava a Gama Filho e a Univesidade do Rio de Janeiro, e públicas, com cotas e facilidades de acesso, deixando aos alunos uma ideia que o meio acadêmico tem como única obrigação formar e dar diploma a gente para colocá-las no mercado de trabalho. A vocação acadêmica da pesquisa, do estudo, de construção de conhecimento foi substituída pela de fábrica de gente com diploma para trabalhar, sem nenhuma preocupação formacional.
O resultado é que, hoje, 80% dos profissionais formados não servem para o mercado. São ignorantes em suas funções e atribuições, porque ninguém reprova ninguém mesmo.
Daí proliferam os diagnósticos bizarros e erros médicos, as obras imperfeitas que caem ou têm que ser refeitas, as reprovações em massa na OAB, os advogados de porta de cadeia, os gestores do nada nas empresas, os professores que conhecem menos que os alunos suas matérias e para os quais pedagogia é um nome, não uma disciplina essencial.
Para nós, ficam os profissionais covardes do cliente, incompetentes, que massacram atendimentos, esnobam e pervertem criações e colocam produtores em situações impensáveis. São incompetentes, porque têm os diplomas das universidades que são para todos. Não estudaram, alguns nem às aulas foram, ganharam diplomas, não se qualificaram o suficiente, e, guindados por amigos e parceiros, estão em posições que antes eram ocupadas por quem sabia das coisas ou vinha do próprio mercado.
Os resultados estão aí. Só 20% das coisas que fazemos é que são dignas de menção.
Rafael Liporace, que está no grupo desses 20% diferenciados que sabe o que faz, diz em suas palestras que estamos fazendo “mais do mesmo”. Vou além. Estamos fazendo menos do mesmo e é claro que isso vai acabar com a gente.
Achar um profissional formado nas universidades para todos para se colocar como estagiário que seja nas nossas agências é tarefa de gincana, algo quase impossível. Ou são enganadores, ou tem empáfia inexplicável, ou não sabem nada mesmo em sua grande maioria.
Por isso, cursos como os ministrados por João Riva em São Paulo e pelo Brasil, pela Ampro ou mesmo o nosso curso de “Formação para Profissionais de Live Marketing” tem sido importantes e tão procurados por alunos.
Ou seja, assim como, definitivamente, a universidade não é para todos, é para quem quer estudar, o nosso mercado não é, não pode ser, para todos, mas sim para quem entende de marketing e live marketing e não para de estudar, se informar e trabalhar. Se não, o fundo do poço será, esse sim, para todos.