Experiência de Marca

A promoção depois da promoção

Banners, estandes sob medida de uma feira específica, objetos e brindes, mupis com personagens conhecidos… Tudo aquilo que não será mais usado no dia ou até na ação seguinte deveria ter uma política por trás na hora do descarte. Será que a reciclagem é o único destino possível para o aparato promocional?

Ariane Feijó

O Promoview tem recebido sistematicamente um questionamento interessante por parte de alguns leitores: como eles podem obter os materiais de ações promocionais para serem reciclados não como lixo, mas como matéria-prima para eventos privados, pessoais.

Banners, estandes sob medida de uma feira específica, objetos e brindes, mupis com personagens conhecidos… Tudo aquilo que não será mais usado no dia ou até na ação seguinte deveria ter uma política por trás na hora do descarte. Será que a reciclagem é o único destino possível para o aparato promocional?

mini-cooper

Como já deu para perceber, o assunto extrapola a barreira do impacto imediato e da experiência e ganha um caráter de responsabilidade social. Imagine quantas festas infantis podem ser feitas com a instalação colocada inicialmente no playground do shopping? Ou quantos idosos podem ser alegrados ou produzir artesanato com as flores utilizadas em uma conferência?

Do ponto de vista do consumidor, as respostas são fáceis. Mas não do ponto de vista das empresas. Como profissional de marketing promocional, você lembra de cara que as marcas envolvidas nestes materiais têm uma reputação a zelar e, por isso, também é fundamental a reflexão sobre a promoção depois da promoção

Destino certo – Os consumidores estão valorizando não apenas o core business das empresas, amplificado pelas ações promocionais, mas também os materiais destas mesmas ações. Na campanha do McDonald’s para os Smurfs, por exemplo, recebemos o pedido de uma mãe que queria mupis das lojas com personagens para a festa de aniversário do filho.

Não conseguimos descobrir se existe uma política corporativa da empresa para isso, mas é possível que ainda não haja. E qual é o destino certo destes materiais após a campanha? A reciclagem. Entregar aos consumidores poderia ser uma opção, se não houvesse o risco destes materiais serem descartados indevidamente e acabar expostos nas ruas, antes da recolha, ou no lixo comum.

ONGs e instituições? – Talvez destinar diretamente ao consumidor final seja mais complicado para grandes empresas, e é justamente entre elas e a sociedade que podem entrar as ONGs e instituições. Um exemplo bastante interessante desta integração vem sendo realizado pela empresa Flor Gentil, de São Paulo.

A floricultura disponibiliza gratuitamente um serviço de retirada de arranjos florais no dia seguinte ao acontecimento de eventos. Com as flores em mãos, uma equipe de funcionários e voluntários os reutiliza transformando-os em bouquês, entregues como presente para idosos em asilos e casas de repouso.

Um outro serviço superbacana é o Fundo Gentil. Nele, a empresa fornece arranjos para casamentos, batizados e outras ocasiões para quem não tem condições de pagar por um serviço de floricultura. E esta é apenas uma possibilidade criativa que, além de deixar mais alegre a vida de várias pessoas, conta pontos muito positivos para a própria Flor Gentil, enquanto negócio.

Pensar no destino das ações promocionais tanto quanto no ROI do cliente é preciso. Especialmente porque, como ecoa pelo mundo, as empresas não pertencem mais aos empresários e sim, aos consumidores. O marketing promocional está ganhando cada vez mais visibilidade dentro e fora do mercado de comunicação, então se a sua agência não pensar no destino físico das ações e brindes criados e descartados, o consumidor o fará pela sua agência.

Já pensou?!

PS: A ação que ilustra este artigo já flertava de certa forma com o tema reciclagem + promo e foi realizada em 2009 pela MINI. Reveja o vídeo com a reação das pessoas aqui e inspire-se.