O Fyre Festival está à venda. De acordo com a organização do festival de música, o site oficial do evento anunciou a venda da marca para quem estiver interessado em comprá-la — naturalmente, isso também confirma que o chamado “Fyre Festival 2” está cancelado.
A situação se deu após o adiamento da segunda edição do festival. Originalmente, o evento seria realizado entre 30 de maio e 2 de junho de 2025, na Isla Mujeres, no litoral do México. Pelas redes sociais, compradores do ingresso alegaram ter recebido reembolsos antes mesmo da comunicação do fim do projeto.
Venda do Fyre Festival oficializa um legado nada favorável ao dono da marca
Não é todo mundo que vai lembrar, mas o Fyre Festival é um nome bem atrelado a dificuldades da realização e planejamento de eventos. A primeira edição, em 2017, foi tão complicada em várias aspectos que o atual dono — o empresário Billy McFarlane — chegou a ir preso por causa dos problemas de gestão.
Naquela época, a promessa era a de que o evento seria a maior experiência de festival musical em praia da história, assegurando que fãs poderiam interagir diretamente com celebridades no que vinha sendo vendido como uma experiência paradisíaca no litoral caribenho.
O que eles receberam, no entanto, foi o oposto disso: nomes como Blink 182, Major Lazer, Tyga, Migos e diversos outros artistas cancelaram suas participações dias antes do evento, citando desconfianças de que a organização do agora à venda Fyre Festival pudesse entregar a estrutura que vinha prometendo.
Os cancelamentos, ao final, se provaram corretos: apesar do festival ter sido realizado em uma capacidade bem menor do que a divulgada, o que os fãs viram foram a oferta de comida abaixo do esperado — alguns relatos falam em sanduíches simples de queijo sendo o “mais caro” que havia na ocasião — e a entrega de barracas de má qualidade para quem fosse ao local.
Notícias Relacionadas
Mais de 35 anos de casa
SXSW demite seu presidente em meio a reestruturação de pessoal
Festival ocorre em setembro
O The Town terá mais um palco em 2025: conheça o "Palco Quebrada", que tem Belo como embaixador
Uma cervejinha no fim do mundo
The Last of Us e Corona se unem para celebrar nova temporada da série junto ao centenário da cerveja
Apresentado pelo Nubank
Cinema Inflável estreia no Distrito Federal com sessões gratuitas e atrações culturais
McFarlane acabou preso por fraude enquanto a situação toda rendeu dois documentários ao estilo “o que deu errado”.
Fyre Festival 2 já vinha enfrentando problemas antes mesmo de começar
Antes de ser cancelado, o retorno do Fyre Festival acabou pegando muita gente de surpresa: “Estou certo de que muitos pensam que sou louco de tentar isso de novo. Mas eu seria louco é de não tentar”, McFarlane disse no anúncio original do evento.
Em fevereiro deste ano, os ingressos começaram a ser vendidos, com valores indo de US$ 1.400 (R$ 7.925,96) e chegando até US$ 25 mil (R$ 141.534,96) — relatos afirmaram que alguns pacotes premium passavam de US$ 1 milhão. Os preços prometiam uma “celebração elétrica da música, arte, gastronomia, comédia, moda, videogames, esportes e caça a tesouros, tudo na estonteante praia de Isla Mujeres, no México”.
Assim como no evento original, no entanto, parece que McFarlane prometeu mais do que entregaria: o governo mexicano alegou, inicialmente, que nenhum evento relacionado ao Fyre Festival havia sido aprovado — menos ainda, discutido — com as secretarias turísticas responsáveis pela região.
Adicione a isso o fato de que nenhuma atração havia sido divulgada para a segunda edição, e é possível compreender porque, afinal, o Fyre Festival foi colocado à venda um mês antes de sua realização.
Veja abaixo, na íntegra, o comunicado publicado no site oficial:
“Quando minha equipe e eu lançamos o Fyre Festival 2, tínhamos dois objetivos claros: terminar o que comecei e fazer dar certo de verdade. Nos últimos dois anos, dedicamos tudo para trazer o Fyre de volta com honestidade, transparência, um esforço incansável e muita criatividade. Percorremos um longo caminho para reconstruir a confiança. Recuperamos o impulso. E provamos algo sem sombra de dúvidas: Fyre é um dos motores de atenção mais poderosos do mundo.
Desde 2017, o Fyre tem dominado manchetes, documentários e conversas como um dos festivais de música mais comentados globalmente. Sabíamos que o Fyre era grande, mas não tínhamos ideia do tamanho da onda que se tornaria. Essa onda nos trouxe até aqui: a um ponto onde sabemos que é hora de pedir ajuda.
Esta marca é maior do que qualquer indivíduo, maior do que o que eu consigo liderar sozinho. É um movimento. E merece uma equipe com a escala, experiência e infraestrutura necessárias para concretizar seu potencial.
Decidimos que a melhor maneira de alcançar nossos objetivos é pela venda da marca Fyre Festival. Isso inclui suas marcas registradas, propriedade intelectual, ativos digitais, alcance na mídia e capital cultural. Queremos vendê-la a um operador que possa realmente realizar sua visão. A venda do Fyre Festival busca um futuro promissor para a marca.”
Billy McFarland, empresário
Redator
Jornalista há (quase) 20 anos, passeando por editorias como entretenimento, tecnologia e negócios, sempre com um olhar crítico e praticamente nostálgico. Por toda a sua carreira, sempre buscou detalhar desde as tendências mais disruptivas do mercado até as curiosidades culturais que desafiam a lógica do "só porque é novo, é melhor". Fã de vinis, cervejas especiais e grandes sagas literárias, ele traz para os textos doses generosas de referências pop – mas sem esquecer que, no universo corporativo, até o lado B precisa fazer sentido.
