Um ‘game art’ que usa o edifício da Fiesp como tela está chamando a atenção dos fãs de jogos na Av. Paulista. Já os ciclistas curtem um túnel imersivo na Faria Lima.
O mês de maio tem as atenções voltadas para a segurança no trânsito. É o Maio Amarelo: uma iniciativa criada pelo Observatório Nacional de Segurança Viária e que este ano tem o tema “No Trânsito, o sentido é a vida”.
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Para ampliar o alcance dessa mensagem de forma lúdica e tecnológica – afinal, a tecnologia rege o deslocamento urbano em São Paulo – o festival de arte digital SP_Urban (que acontece no final do ano) está realizando uma edição “cápsula” até 31 de maio.
A curadora Marília Pasculli apresenta quatro obras digitais inéditas (sendo um game art de carrinhos interativo e gratuito).
As localizações do SP_Urban x Maio Amarelo 2019 são: Av. Paulista e Av. Brigadeiro Faria Lima. Ao mesmo tempo em que as obras entretém e colorem o espaço público, elas servem para conscientizar os cidadãos sobre o alto índice de mortes e feridos no trânsito e para chamar a atenção para as novas formas de mobilidade urbana. São elas:
“Light Path” (2019)
Obra Visual e Imersiva
Vigas
Av. Brigadeiro Faria Lima / ciclovia
Instalação imersiva luminosa em formato de túnel localizada no canteiro central da Av. Brig. Faria Lima, próxima a Av. Cidade Jardim. Através de uma programação audiovisual, a obra reforça o conceito de sinalização no espaço urbano.
A obra conta com as regras de conduta na ciclovia (que muita gente ignora) e incentiva os ciclistas e patinetes a prestarem atenção nisso. O artista que a criou brinca com as marcações e indicações necessárias para a convivência na malha viária de São Paulo.
Vigas
Leandro Mendes (a.k.a. Vigas) é um artista multimídia brasileiro com obras que transitam entre projeções de grande escala, instalações lumínicas, produção sonora, projeções 360º e performance ao vivo.
Seus projetos em public art trabalham a imersão do espectador como ponto de partida para experiências sensoriais. Em sua trajetória, Vigas conta com apresentações em festivais como Amsterdam Light Festival – Amsterdã (Holanda), SP_Urban Digital Festival – São Paulo (Brasil), Circle of Light Moscou (Rússia), Athens Digital Art Festival – Atenas (Grécia), SAT Festival Montreal, Sónar Festival de Barcelona (Espanha) e Mutek Buenos Aires (Argentina).
“Running Safe” (2019)
Game Arte – interativo
Ricardo Palmieri
Av. Paulista (Galeria de Arte Digital do Centro Cultural Fiesp).
Este é um game art vertical de trânsito onde a gigantesca tela do jogo é o edifício – mais especificamente a plataforma LED instalada na fachada da Galeria de Arte Digital do Centro Cultural Fiesp.
O jogador usa um tablet – fornecido pela equipe da Fiesp – para comandar seu carrinho pela rua. O objetivo é chegar no topo da pista sem se chocar com nenhum elemento: os obstáculos estão presentes no trânsito.
A partida é gratuita e dura 90 segundos no máximo e o jogador (como na vida real) possui apenas uma vida.
Ricardo Palmieri (VJ Palm)
Arquiteto, produtor multimídia e pesquisador de ferramentas livres para produção artística. Participou entre 2004 e 2008 da implantação dos Kits Multimídia no Programa Cultura Viva do Ministério da Cultura, em todo o território nacional.
Foi professor da PUC-SP, Unip, Centro Universitário Senac e do IED-SP. Em 2009 ganhou o prêmio Mídias Locativas do Festival Vivo ArteMov, e recebeu menções honrosas no Prix Ars Electronica nos anos de 2010 e 2013.
Realizou em parceria com Olabi e Galpão da Maré duas edições (2015 e 2016) do programa Gambiarra Favela Tech. Atualmente realiza projetos de arte audiovisual interativa e é proprietário da produtora Noisetupi, onde realiza consultoria de mídias interativas customizadas para projetos de educação, arquitetura e eventos.
“Modal” (2019)
Obra Visual
Vapor
Av. Paulista (Galeria de Arte Digital do Centro Cultural Fiesp).
A obra foca na mobilidade urbana chamando a atenção para as novas formas de locomoção que a cidade recentemente adquiriu como: ciclovias, aplicativos de táxi e caronas, patinetes e bikes elétricas.
‘Modal’ também vislumbra outros meios de locomoção sustentáveis e coletivos ainda não implementados, como por exemplo uma rede de transporte hidroviária integrada às demais malhas viárias.
Sua dinâmica se constrói a partir de elementos geométricos que ressignificam os diferentes meios de transporte. A partir do momento em que o deslocamento vira algo prazeroso a cidade passa a ser um lugar de convivência mais humana.
Vapor
Vapor é formada por quatro arquitetos: Fabio Riff, Fabrizio Lenci, Rodrigo Oliveira e Thomas Frenk. Eles atuam na construção do espaço a partir de duas frentes de execução: audiovisual e arquitetônica.
Dentre as principais obras realizadas estão: peça “carros” para a X Bienal de Arquitetura de São Paulo; projeto “Termômetros” para a Trienal de Arquitetura de Lisboa; conteúdo visual para o “Terceiro Grande Concerto da Casa de Francisca” no Theatro Municipal e obra “SP-o-Matic” para a Mostra Play! na fachada da Galeria de Arte Digital do Centro Cultural Fiesp.
“Melancia” (2019)
Obra Visual
Marco Loschiavo e William Hebling
Av. Paulista (Galeria de Arte Digital do Centro Cultural Fiesp).
Os artistas gráficos se uniram para criar uma obra visual que pretende provocar e chamar a atenção por meio de uma sequência de cenas cotidianas com personagens com cabeça de melancia.
A melancia é uma metáfora da fragilidade física do corpo humano diante situações de risco, como: atravessar a rua desatento, correr de bicicleta e skate em cruzamento de vias movimentadas, dirigir alcoolizado, digitar enquanto conduz, não respeitar o limite de velocidade ou a sinalização.
A cena final dessas situações apresenta a melancia em câmera lenta, que ora provoca suspense prestes a explodir, ora se desconstrói no intuito de comover, com tom de humor sem perder a seriedade.
Cidade Digital, Mobilidade e Comportamento
As tecnologias e as conexões digitais estão profundamente enraizadas no tecido urbano das grandes cidades e isso está mudando seu funcionamento e os hábitos de locomoção de suas populações.
Nos últimos anos São Paulo viu a implementação de aplicativos de táxi, de carona e de entrega. Isso alterou o fluxo de automóveis e motos pela cidade. Uma rede cicloviária foi implantada e bicicletas e patinetes cruzam novas rotas na superfície enquanto milhares de pessoas se movem pelas vias subterrâneas do metrô. A intersecção de pessoas no espaço urbano se ampliou.
A malha viária inteligente e digital é muito mais abrangente do que podemos imaginar. Por outro lado, o comportamento quanto às normas de segurança viária permanece veiculado a velhos hábitos da relação quase exclusiva entre pedestres e automóveis.
É necessário reforçar a conscientização de um sistema amplo de locomoção, com uma rede viária complexa e que recentemente implementou novas formas de locomoção urbana.
O projeto SP_Urban Digital Festival acontece desde 2012 e tem curadoria artística de Marília Pasculli (Verve Cultural) e produção geral João Frugiuele (Verve Cultural).
Patrocínios:
Hyundai (Av. Paulista).
Ticket Log (Av. Brig. Faria Lima).
Apoios: Galeria de Arte Digital do Centro Cultural Fiesp.
Parceria: Holy Cow Criações e Observatório Nacional de Segurança Viária.
Realização: Secretaria Especial da Cultura – Ministério da Cidadania.
Fotos: Bia Ferrer.