Experiência de Marca

Eventos culturais e esportivos só mesmo em 2021?

Mesmo que grande parte dos eventos tenha sido remarcada para o fim deste ano, essa não deve ser a realidade que veremos.

A imagem da manifestação política em Israel realizada dia 19 de Abril deu ao mercado de eventos uma esperança pela volta dos acontecimentos presenciais, a base que sustenta este segmento da economia.

Na foto cerca de 2.000 manifestantes com máscaras protetoras e luvas ficaram a dois metros de distância, respeitando as medidas de distanciamento social em vigor para impedir a propagação da pandemia da COVID-19, que oficialmente infectou 13.000 pessoas no país e matou 172.

Esperança: Manifestantes participam de evento em Tel Aviv respeitando o distânciamento (Daniel Bar On/Anadolu Agency/Getty Images)

Em outro na Dinamarca o publico assiste um show de dentro dos carros por meio de uma frequência de rádio FM. 

A diferença cultural impõe a dúvida: os brasileiros teriam esta disciplina na realização de um evento aberto ao público ou mesmo em uma Convenção de vendas?

Este fio de esperança é necessário já que as previsões científicas ainda não são animadoras.

De acordo com uma reportagem do The New York Times, vai demorar mais de um ano para que os eventos culturais e esportivos voltem a acontecer normalmente. 

Embora a matéria mantenha o foco em eventos para os Estados Unidos, esse é mesmo o panorama geral do mundo.

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Para os especialistas entrevistados, é realmente difícil especular quando as coisas podem voltar ao normal, porém, mesmo que grande parte dos eventos que aconteceriam neste primeiro semestre de 2020 tenha sido remarcada ainda para o fim deste ano, essa não deve ser a realidade que veremos.

Falando especificamente sobre os eventos ao vivo de música e esportes, o bioeticista da Center For American Progress, Zeke Emanuel, diz que eles devem ser os últimos a voltarem ao normal: 

“O reinício da economia deve ser feito em etapas e precisa começar com mais distanciamento físico nos locais de trabalho, permitindo que as pessoas com menor risco retornem. Reuniões maiores – conferências, shows, eventos esportivos – quando as pessoas dizem que vão reagendar eventos para outubro de 2020, não tenho ideia de como elas acham que essa é uma possibilidade plausível. Eu acho que essas coisas serão as últimas a voltar.”, explica.

Muitos eventos escolheram datas para “pós setembro”, caso do Coachella, um dos maiores festivais de música do mundo que originalmente aconteceria em abril, e foi remarcado para outubro. 

Para Zeke, no entanto, isso é difícil em se tratando de território norte americano: “Realisticamente, estamos falando do outono [segundo semestre] de 2021, no mínimo.”, diz o especialista.

O fato é que nada é certo neste momento e as informações colidem.  

A organização da NRF – National Retail Federation. evento de varejo que ocorre anualmente há mais de 100 anos em New York iniciou comunicados por email no dia 20 de Abril orientando os participantes ao credenciamento e vistos. 

É bom lembrar que a NRF acontece no Jarvis Center, que nestes dias de pico da pandemia se transformou em um grande hospital de campanha. Mesmo assim o comunicado da NRF reforça a data para chegada dos visitantes, no dia 16 de janeiro de 2021, que é o que todos nós queremos. O Brasil é o país que envia a maior delegação para este evento.

Mercado europeu de brand experience e eventos também enfrenta cenário  complicado

O Mobile Word Congress em Barcelona, foi o primeiro a ser cancelado devido à crise do coronavírus, muito antes de qualquer outro congresso e antes de prever o que iria acontecer na Europa mais tarde. Semanas depois, o número de eventos que foram suspensos por precaução e depois medidas de confinamento continuou aumentando em grandes proporções. Congressos, eventos de marketing e conferências tiveram o mesmo destino que eventos esportivos e outras atividades que envolvam uma grande aglomeração de pessoas.

Segundo a Associação de Feiras da Espanha, no final de março o setor praticamente já tinha desistido do período e se dava “quase completamente” paralisado até junho.  Eram centenas de feiras e congressos cancelados na Espanha, e na Europa somavam-se mais de 3.300 cancelamentos.

Alguns, como aconteceu com o Festival de Cannes, persistiram até o último momento com suas datas planejadas antes de adiarem para outra época do ano (ou até mesmo cancelar a edição de 2020 e movê-la para 2021, como aconteceu com as Olimpíadas de Tóquio e muitos outros eventos). Outros tentaram migrar a experiência para o formato virtual.

O que tem sido claro para todos é manter uma certa esperança para que quando a pandemia passe e os confinamentos terminem, o calendário de feiras, eventos e congressos com muitas pessoas possam voltar à normalidade. 

No entanto, essa esperança é muito questionada: será possível reunir um grande número de pessoas nos próximos meses? 

Será possível dar entrada de um público massivo aos grandes eventos?  Conforme explica o jornal espanhol La Vanguardia, o setor não acredita que as atividades voltem ao normal logo. É provável que o confinamento termine entre junho e julho, os meses de verão europeu, onde acontece um número menor da eventos e conferências. Portanto será preciso esperar até setembro para verificar o andamento destas atividades. 

Nesta semana a Alemanha anunciou medidas de relaxamento mas deixou claro que eventos e acontecimentos esportivos não poderão ser realizados antes de 31 de Agosto. 

A Oktoberfest de Munique foi cancelada.

E mesmo após agosto os jogos de futebol deverão ser com portões fechados ao publico até um prazo que ainda não ficou claro para ninguém.

O número de participantes em jogos de futebol, por exemplo, é muito alto (maior que qualquer congresso o feira), o que significa uma concentração muito alta e perigosa de pessoas. Até que exista uma vacina, é provável que grandes multidões não sejam permitidas. 

Os epidemiologistas não fazem previsões mas uma pesquisa publicada recentemente na revista Science aponta para a possibilidade de que as medidas de distanciamento social tenham que ser mantidas até pelo menos 2022. 

Segundo suas conclusões, medidas únicas de contenção não serão suficientes e medidas de proteção deverão ser estabelecidas nos próximos anos.  Diante disso, a menos que surja uma vacina, a indústria de eventos  já está trabalhando com a hipótese de que não poderá ser realizado projetos com público somente dentro de um ano e meio.

Eventos e exposições anunciam novas datas no Brasil

Com o anuncio das medidas de relaxamento no estado de São Paulo há uma expectativa pela volta dos eventos.

Veja o novo calendário