Experiência de Marca

O Natal do mais do mesmo. Mas sem Papai Noel

Sabemos mais que as emoções nos guiam e consolidam nossas relações com pessoas e... tchan, tchan, tchan... marcas. Sabemos que os sentidos anseiam por experiências diferentes, e, em momentos de crise, é pelo coração que nos expomos...

Minha amiga Larissa Lopes tem razão: Sumiram com o Papai Noel no Natal. Em seu belo texto sobre o assunto ela mostra isso, e reclama.

Mas não foi só o Papai Noel que sumiu não. Aliás, ele sumiu também com um helicóptero, e, é claro, a polícia não achou porque, por certo, ele o levou para o Polo Norte.

Sumiram Papai Noel, o trenó, os presentes, as pessoas…

Em seu lugar, apareceram carros, mulheres bonitas, apartamentos, produtos e as frases tronchas de comunicação, tipo o “Patrão ficou maluco”, tudo para vender, a qualquer custo. Qualquer custo? Sei não!

A gente cansa de saber que nós, os tais seres humanos, humanos que somos, nos tocamos quando somos tocados (isso nos dois sentidos, porque o toque é o máximo).

Sabemos mais que as emoções nos guiam e consolidam nossas relações com pessoas e… tchan, tchan, tchan… marcas. Sabemos que os sentidos anseiam por experiências diferentes, e, em momentos de crise, é pelo coração que nos expomos…

Mas, ainda assim, há tolos no cliente e nas agências (diria que mais nos clientes, porque nas agências o desespero é por fazer qualquer coisa, boa ou má.) que esquecem isso e optam pelo… Nesse Natal você vai ganhar um carro. Hã! Dammm! Todo ano? Vou?

Sonho de Natal, Natal de prêmios, show de prêmios, um carro de presente pra você, compre um e leve dois…o quê? Tanto faz… essas frases manjadas, repetidas e sem um apelo de verdade estão em shoppings, rotulam marcas, produtos e serviços e… não dizem nada pra gente no Natal que queremos ter, especialmente em 2015.

Em tempos de “vacas magras”, governos nefastos, crises de incompetência, desgraças sem fim, a gente quer, de verdade, é um Natal Presente, um Natal de presença.

Isso, um Natal onde a beleza e a alegria se façam presente.

Nem tanto pela razão ou emoção, mas pela leveza. Queremos sim acreditar, esse ano, em Papai Noel com nossos filhos, esposas, maridos, namorados, pais, tios, avós e amigos. Queremos abraços seus tolos. E emoção de compartilhar experiências novas e esperança de mudarmos tudo. Juntos. Isso nos toca.

Queremos ajudar e compartilhar, como a bela iniciativa de dois publicitários paulistas, Gabriel Morais e Rodrigo Castro, que criaram Árvores de Natal nas ruas de São Paulo para que as pessoas coloquem presentes para os moradores de rua.

Isso sim é Natal. Isso sim é ideia. Isso sim é Live. Leia o post completo aqui.

E nenhuma marca, nenhum cara de Marketing teve a inteligência de apoiar ou estar junto nessa iniciativa de Papais Noéis de verdade. Sabe porque, porque, assim como Papai Noel sumiu, profissionais corajosos de Marketing também sumiram faz tempo. 

O desespero e a crise, em qualquer lugar do mundo, abrem espaço à criatividade e à inovação. Mas parece que no País dos parceiros não. 

Aqui, onde a mediocridade e o companheirismo frutificam na política e nas empresas, continuamos com os caras que pedem os palhaços, setas, bandeiras, folhetos e gritos, as caixas de som na porta e o “não perdam” (sic) gritado. Nada contra, mas já deu. Ninguém cai mais nessa.

Esses caras inovaram onde não deviam. O Natal passou a ser sua tábua de salvação de vendas e eles, parece, trouxeram esses monstros do varejão para o lugar do Papai Noel. No máximo, deixaram as bolas e as árvores, bom até as luzinhas de LED. Meio cafonas, mas, vamos combinar, luz é luz.

Se tem uma festa que só faz sentido LIVE, taí, essa é o Natal. Ao vivo, em cores, nas emoções mais bregas que nos animam de verdade.

Família, abraços, presentes, presença, um brinde, a árvore brilhando cheia de luzes, a mesa posta, os sorrisos…às vezes as lembranças de um passado que se foi… gente que se foi. Uma prece e a consciência que somos mais humanos nesse dia.

Porque, se é assim, e a gente sabe, a Comunicação esquece isso?

Nos tragam o sonho de verdade. Ações de encontro em lojas e shopping. Transformem meu, seu, nosso pai, no Papai Noel que a gente sempre achou que ele era, me dê uma caixa bonita de presente, provoquem os abraços…

Não dá mais. Pena.

Em 2016 ele vai voltar. Quem sabe de helicóptero, ou num foguete, voando, no céu, num trenó galáctico ou numa projeção mapeada que saiu da cabeça de um criança chamada PLANNER CRIATIVO.

Oh, Oh, oh!