O 104º NRF Retail´s Big Show, que aconteceu entre os dias 11 e 14 de janeiro em Nova Iorque, contou com 1.834 brasileiros presentes, a maior delegação internacional dentro da feira de negócios.
Foram recebidos 30 mil participantes para os keynotes que tiveram foco principalmente sobre os seguintes temas: Varejo digital, Estratégias globais, Marketing, Merchandising, Mobile, PDV e Tecnologia.
Os temas propostos nas palestras acompanhadas pelo CEO da WROI, Fábio Sayeg, demonstraram uma grande preocupação para com a adaptação do varejo ao ambiente mobile e às outras formas de abordagem da presença on-line das marcas, como o omnichannel.
Primeiramente foram abordadas a rapidez e a dinamicidade do universo mobile, características essas que tornam esse mercado tão inapreensível, e, aparentemente, imprevisível para quem está entrando agora.
Ninguém esperaria, por exemplo, que os smartphones chegariam e mudariam o conceito de telefone pessoal, tendo o seu alcance expandido a ponto dos computadores e televisores se tornarem aparelhos de segundo plano.
Depois do mobile mudar a forma das pessoas verem o mundo e se conectarem entre si, agora a mudança está acontecendo na forma que as pessoas buscam e compram. Hoje, nos encontramos em mais um momento de virada no mercado e as empresas precisam acompanhar esse novo consumidor que as espera no ambiente mobile.
Outra buzzword que apareceu repetidamente nos keynotes foi “omnichannel”, palavra que anda tirando o sono de muita gente. Estar presente em todos os canais e saber integrá-los de uma forma em que tudo funcione de forma fluída ainda é um desafio e os principais players do mercado ainda estão aplicando o conceito em um ritmo de tentativa e erro.
Podemos afirmar que o mobile está sendo revisitado pelo mercado, com abordagem e compreensão completamente atualizados, enquanto o omnichannel ainda requer muita aplicação para que cheguemos ao formato ideal, mesmo que isso resulte em muitas tentativas frustradas.
Além disso, também fica evidente a necessidade de foco sobre a produção de conteúdo personalizado e relevante pelas marcas, pois, atualmente, no ambiente mobile, lida-se diretamente com cada um dos seus atuais e futuros consumidores e a tendência é que a comunicação entre consumidor e marca fique cada vez mais próxima, exigindo uma observação melhor das marcas sobre os seus clientes para que haja satisfação de expectativa.
Vale lembrar que toda essa preocupação com mobile não apareceu à toa na NRF: O número de usuários de smartphones só aumenta, assim como aumentam cada vez mais as formas de contato entre marca e cliente nesse ambiente. Junto com isso, também foi repetidamente abordado o “renascimento” das lojas físicas, com a chegada de novas tecnologias e novas plataformas que podem ser utilizadas para proporcionar uma boa experiência para o consumidor.
A palestra “Brick is the new black” brincou com o quão pouco é explorado o espaço da loja física, sugerindo (ironicamente) o fim do e-commerce e que todos deveriam pensar em como é possível incrementar a experiência dentro de loja, colocando o omnichannel em prática.
Essa atitude inovadora já vem sendo observada com as “lojas-conceito”, a aplicação do “click and collect” e outras ferramentas de interação e comunicação com o consumidor.
A delegação brasileira não tirou os olhos das palestras e nem poderia tirar! O Brasil atualmente concentra um terço de todos os celulares ativos na América Latina, e, observando os dados apresentados, essa mudança de postura do mercado frente ao ambiente mobile e ao omnichannel não é uma mudança esperada para os próximos dias: ela já está acontecendo e o Brasil está atrasado.