A busca pela autonomia das pessoas com pessoas com deficiência tem sido um tema cada vez mais discutido em vários âmbitos da sociedade.
Pensando nisso, as estudantes do terceiro ano do Ensino Médio da Fundação Nokia, Giovanna Oliveira e Camila Smith, ambas com 16 anos de idade, criaram um aplicativo que auxilia surdos no processo para adquirir a Carteira Nacional de Habilitação (CNH).
De acordo com as estudantes, a ideia do aplicativo surgiu depois de elas constatarem, por meio de leituras, que apenas 10% da população surda do Brasil possui CNH e que a principal dificuldade na hora do teste está na prova teórica, pois a maioria das autoescolas não possui interprete de libras.
Foto: Winnetou Almeida.
“Em Manaus, nós descobrimos que apenas uma autoescola oferece interprete e isso, com certeza, desmotiva os candidatos a tentarem fazer os testes.”, conta Camila.
O aplicativo Teste e Drive oferece aos deficientes auditivos, de forma simples e acessível, vídeos, imagens e explicações em libras sobre tudo que é ensinado durante o processo de legislação do trânsito.
“A grande dificuldade do surdo é compreender o português, pois eles tem como língua materna a Libras, por isso, para o aplicativo funcionar de forma eficiente, era preciso relacionar as duas l[ínguas de forma dinâmica.”, explicou Giovanna.
A estudante conta que o aplicativo ainda não foi testado por um grande número de surdos, porém as pessoas que tiveram acesso à nova ferramenta gostaram e comprovaram a eficácia do produto. “Nós temos percebido que o Teste e Drive tem um grande potencial de mercado.”, afirma Giovanna.
Para o futuro, as estudantes já pensam em aprimorar e ampliar o aplicativo, que hoje está disponível apenas para telefones celulares Nokia. “Nossa intenção é poder ajudar pessoas por meio do nosso trabalho.”, declarou Camila.
Feira
O aplicativo Teste e Drive foi um dos 55 projetos apresentados durante a Feira Norte de Tecnologia e Ciência (Fentec), no dia 19 de novembro.
De acordo com a diretora de Ensino e Pesquisa da Fundação Nokia, Ana Rita Arruda, o evento teve como objetivo desenvolver a criatividade dos jovens, pois eles passam o ano inteiro desenvolvendo protótipos em suas áreas de estudo – Informática, Eletrônica, Mecatrônica ou Telecomunicações – para apresentá-los ao público e deixar seu recado sobre o que estão pensando para o futuro.