Mesmo próximos de um megaevento esportivo do porte da Copa do Mundo no Brasil e depois de experiências traumáticas para o setor, como os casos da Boate Kiss, em Santa Maria (RS), e do Bradesco, na Bahia, em 2013, uma parte considerável das empresas especializadas em eventos parece ainda não ter se dado conta da urgência de investimentos em segurança.
Uma pesquisa realizada entre julho e setembro de 2013 pela Eventos Expo Editora indicou que apenas 36,4% fazem análise de risco e 14,3% somente para eventos maiores. 15,6% não faz nenhuma análise, enquanto 13% analisam apenas parcialmente os riscos de seus maiores eventos.
Um dos principais motivos desse comportamento, segundo informações da Associação de Marketing Promocional (Ampro), ainda é o baixo índice de disponibilidade dos clientes contratantes em aprovarem a inclusão de processos recomendados de segurança no momento da contratação.
O presidente da entidade, Kito Mansano, revela que a segurança de um evento não se restringe apenas a disponibilizar ambulâncias, envolve uma série de detalhes que precisam ser pensados e previstos desde a concepção do evento. Mas os budgets cada vez mais apertados dos clientes muitas vezes deixam as agências sem opções.
“A questão é que, caso ocorra qualquer problema, a agência organizadora é legalmente corresponsável, a não ser que especifique sua isenção em contrato, em casos em que o cliente não concorde em pagar os custos necessários para a segurança do evento”, alerta Mansano.
Nos próximos dias 24 e 25/03, um dos dez painéis do Fórum Eventos 2014 vai abordar especificamente o assunto “Análise de Risco e Segurança”, com a presença de Igor Pipolo – ex-diretor de Segurança na TV Globo e autor do livro “Agenda Estratégia de Segurança para Grandes Eventos”.
O evento também contará com Mike Falwey – diretor do MetLife Stadium (onde este ano aconteceu o Super Bowl), para abordarem sobre processos e experiências internacionais e a disseminação da cultura de Segurança nos Eventos.
Sergio Junqueira Arantes, responsável pela organização do Fórum Eventos, logo após o ocorrido na boate Kiss, em Santa Maria, escreveu:
“Não gosto do retrato de omissão e negligência que percebo nos eventos nacionais. Ela aconteceu no Rio Grande do Sul, mas poderia ter acontecido em qualquer parte do País, pois são raríssimos os locais e empresas que podem afirmar, com todas as letras, que, em seus eventos, segue a cartilha de um evento seguro, do começo ao fim”.
“Por isso, pela segunda vez, estamos trazendo os maiores especialistas do mundo para nos mostrar os melhores caminhos para um Evento Seguro”, afirma o diretor da Eventos Expo Editora, que realiza o fórum.
O Fórum Eventos acontece em São Paulo, no Espaço Rosa Rosarum, e traz ainda outros temas relevantes para os resultados das empresas, como o Futuro dos Eventos, Tecnologia, ROI/ROO/ROE, Governança, Megaeventos, Sustentabilidade, Criatividade, entre outros.
O encontro tem a participação de palestrantes nacionais e internacionais, dirigentes de entidades e associações que promovem os principais congressos e exposições, agências, promotores e organizadores de eventos, fornecedores de serviços e equipamentos, representantes de destinos, hotéis, centro de convenções, entre outros.
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