A primeira coisa que pensamos quando lemos shopping é a experiência de comprar roupas novas, de acordo com a tendência e melhores do que as que temos no armário – ou seja, um desejo que as marcas de moda atendem. Só que antes da aparência, vem a necessidade básica que as roupas atendem: a de termos o que vestir.
Mas, e aqueles que não têm o que vestir ou mesmo dinheiro para sequer pensar em ir a um shopping? Pensando nisso, foi criada em Cape Town, na África do Sul, a The Street Store, ou A Loja de Rua.
Ela é a primeira loja de caridade pop-up que não precisa de infraestrutura nenhuma, apenas de cartazes e pessoas dispostas a fazê-la acontecer, para oferecer aos moradores de rua uma experiência de compras completa.
Idealizada por Max Pazak e Kayli Vee Levitan da M&C Saatchi Abel, a loja garante às pessoas sem poder aquisitivo a chance de escolher entre todos os itens disponíveis, e, ainda, contar com a ajuda de um vendedor, que auxilia na escolha e embala os produtos selecionados.
Mas, a história não termina aqui: o projeto foi desenvolvido para que qualquer pessoa, em qualquer parte do mundo, possa ter a sua própria Street Store, bastando apenas fazer download e imprimir os cartazes com a identidade do projeto.
Os amigos e vizinhos podem colaborar depositando roupas e sapatos ou mesmo acessórios usados em caixas especialmente criadas para o projeto. A dupla recomenda que antes de abrir uma loja de rua, os interessados aprovem a ideia com a prefeitura da sua cidade.
Aqui em Lisboa há um conceito parecido, mas apenas para a doação das roupas. Várias lojas de caridade, algumas com várias filiais, posicionaram na cidade caixas de recolha de roupas e sapatos.
Estas são selecionadas, lavadas, limpas e vendidas em segunda mão para a população, como os brechós no Brasil, porém com uma finalidade mais social e não apenas de estimular o consumo. É possível encontrar roupas de grande qualidade e pouquíssimo uso nestas lojas e a elas cabe destinar a verba acumulada com a venda de segunda mão para quem mais precisa.
Este conceito também é comum em outros países, como EUA, Inglaterra e Alemanha. Mas, a ideia de dar a qualquer cidadão a possibilidade de criar a sua própria iniciativa de doação, mostra um outro lado do consumo, mais consciente e colaborativo.
O que acham desse conceito? Será que essa ideia funcionaria no Brasil?