Guy Abrahams, diretor de planejamento estratégico da Zenith Optimedia, analisou no Eurobest 2013 as previsões mais apavorantes (ou motivantes, dependendo do ponto de vista) sobre o futuro. A análise começou no ano de 1989, quando surgiu a sua agência, até os dias de hoje.
Conclusões? As novas tecnologias não tornaram as pessoas estúpidas, a TV não acabou e mesmo os mais violentos dos videogames não se mostraram responsáveis pelo aumento da criminalidade.
Ao mesmo tempo, tendências consideradas “impossíveis”, como o crescimento do comércio eletrônico, a China sendo a segunda maior economia do mundo, a queda nos preços e aumento do consumo de produtos tecnológicos – como um PC, que há 25 anos custava seis mil dólares – a explosão da mídia participativa e a transformação da comunicação de massas em um fenômeno de comunicadores de massa (a.k.a o YouTube) indicam o que reservam os próximos 25 anos.
Caminhos que Guy resumiu em cinco pontos, para os próximos 25 anos:
1. A era do i-Street: O comércio será cada vez mais eletrônico – e o boleto bancário deve se manter como uma das principais moedas de compra on-line no Brasil, ainda que os pagamentos por smartphones tendam a aumentar. O conceito de click & collect (compra on-line e busca na loja) deve aumentar. Os experimentais lounges, tendo como exemplo as lojas da Apple.
2. O crescimento mundial estará na China: Colômbia, Vietnam, Turquia, Peru, Paquistão, Nigéria ou Gana deverão apresentar alguns dos sinais mais positivos de crescimento mundialmente. “Esta será a maior oportunidade de crescimento da história do capitalismo”, afirma Guy Abrahams;
3. O consumo coletivo: A influência das comunidades no comportamento de compra dos consumidores deve crescer em importância. Além disso, o comércio justo, consumo de produtos locais e de produtos saudáveis e sustentáveis vai moldar de formas diferentes a comunicação das marcas, que tendem a relacionar de forma mais intensa aspectos culturais e tecnológicos ao consumo. A campanha da E.ON, que levou o GrandPrix de Integrated no Eurobest ilustra perfeitamente este ponto.
4. A cooperativa social: As redes sociais passam a ser o coração das estratégias das marcas e não apenas mais uma “mídia”. Se hoje TV, outdoor, print, on-line e social media são pontos de contato, daqui pra frente eles passam a ser facilitadores das “organizações sociais”, que terão destaque na mente dos consumidores pelas suas propostas de valor, gestão de portfólio, formas de pagamento, pesquisa e outros fatores diretamente interessantes e engajados com os públicos. Guy destacou as marcas Ikea e Unilever como exemplos interessantes nestas áreas, ressaltando também a democratização na criação de conteúdos.
5. A internet de todas as coisas: A internet estará onipresente e será igualmente fonte de informação e de busca de informação sobre as necessidades dos consumidores. E aqui um “sonho” futurista: imagine um supermercado que oferece gôndolas ou frigoríficos que informam os consumidores sobre os ingredientes que estão em falta em casa. Guy afirmou que é algo que deveremos ver nos próximos 25 anos.
E como colocar tudo isso em prática?
Priorizando estratégias de distribuição digital, oferecendo experiências de marca personalizadas, entendendo o significado de melhorar as suas relações públicas e a amplificar os seus conteúdos são algumas das sugestões da agência.