Os consumidores premium antes concentrados no eixo Rio – São Paulo, se espalharam por todo o Brasil alterando os padrões de consumo, classes sociais em ascensão, aqueceram todos os segmentos do mercado que se reinventam para atender o novo perfil de consumo.
É visto a olhos nus, empreendimentos milionários cada vez mais presentes nas cidades das regiões Norte, Nordeste e Centro-oeste. Tudo hoje passa por um processo de sofisticação, o básico se torna premium, as pessoas não buscam só qualidade, buscam exclusividade.

O Estado de Goiás é um exemplo disso, em plena ascensão econômica, recebe cada vez mais um número maior de indústrias, filiais de grandes empresas instaladas, nesse cenário, o mercado imobiliário se destaca ainda mais.
Diante desse quadro favorável a bons negócios as incorporadoras GPL, Terral, Town preparam para este semestre o lançamento de um residencial de alto padrão que representará um marco no mercado imobiliário de luxo de Goiânia.
E para participar da estratégia do produto convidaram o presidente da MCF Consultoria &Conhecimento e executivo da Louis Vuitton , Carlos Ferreirinha, considerado um dos mais importantes players do mercado de luxo, que teve recentemente um bate papo descontraído com a imprensa de Goiânia.
As diretoras executivas da agência Mix Marketing, Juliana Veiga e Marcela Cunha, participaram desse bate papo, representando o Promoview Centro-Oeste e após o evento conversaram com o Consultor , sobre as aplicações do mercado de luxo para o Live Marketing.
Confira a entrevista abaixo:
Mix – Hoje a palavra chave do momento é EXPERIÊNCIA. Para você qual deve ser a preocupação das marcas para gerar experiências relevantes?
Ferreirinha– Para começar acredito que não basta ter um bom produto ou um bom serviço, isso é o mínimo no mercado de luxo, é preciso impactar e encantar.
Experiência é tudo, é muito mais que um termo e sim uma criação, uma construção pautada nos detalhes para se dar um passo além daquilo que o individuo naturalmente já tem como expectativa.
É um exercício estratégico, metódico e ininterrupto para se conseguir criar algo genuíno que encante e surpreenda as pessoas.
E falo mais, é preciso superar a tendência que nós seres humanos temos de achar que tudo que nos fazemos é ótimo, eu costumo dizer que na “experiência” tudo o que você faz é o mínimo, é sempre preciso fazer um pouquinho a mais, é necessário que o profissional vá além e saiba construir à experiência para o outro.
Não adianta você achar que está incrível, tem que ficar incrível para o outro, se isso não acontece é preciso continuar a fazer mais e ir além. A visão subjetiva do outro é muito superficial diante do que você precisa fazer mercadologicamente.
Mix – Você faz uso de pesquisas de institutos para trabalhar com seus clientes?
Ferreirinha- Eu faço uso de pesquisa e até gero pesquisa, mas a utilizo como balizador, eu não acredito em uma pesquisa que determina o caminho, são apenas indicadores vocês precisam temperar com experiências, trajetórias e com a visão compartilhada.
Qualquer pesquisa, por exemplo, vai apontar que a renda per capita da Região Sul que é maior do que as rendas per capitas das Regiões Nordeste e Centro-Oeste, mas a “experiência” diz que o Sul do Brasil não tem entusiasmo de consumo, que a excitação do consumo está no Nordeste e no Centro-Oeste, a pesquisa tem que dar o drive mas não deve ser uma determinante da decisão.
Mix – Considerando o corte de antes e depois do start up do mercado de luxo, qual a medida certa para convencer o cliente a inovar mesmo correndo riscos?
Ferreirinha– Eu não acredito que você deve ouvir cliente, eu afirmo que somos nós que educamos os clientes. As marcas precisam ter a coragem de ousar, de inovar, se diferenciar, para então se destacarem, nunca ninguém pediu iPhone, iPad ou carro com um computador de bordo.
É preciso ter a sensibilidade de entender que somos nós, os profissionais, que guiamos os nossos clientes e apresentamos as novidades do mercado.
Vou usar uma frase de um design brasileiro Lincon Seragini que diz o seguinte “Não existe inovação sem risco”, e nem crescimento. Se você não corre risco você não está inovando, portanto está apenas fazendo mais do mesmo.
Mix – As redes sociais vieram para ficar? Nós como agência e cliente temos que entender o mundo digital no mercado de luxo?
Ferreirinha– Eu sou uma pessoa prática e pragmática, não fundamento as coisas na visão do academicismo, eu entendo as redes sociais da seguinte forma: O mercado é soberano, em alguns momentos já não cabe a nós a reflexão se isso é bom ou se vai dar certo, eu tive muitas dúvidas sobre consumo na internet.
Sempre achei que o consumo na internet seria sobre a perspectiva da reposição, então você conhece e compra o perfume, depois apenas o repõe, hoje eu sei que isso não é verdade, para você ter uma noção 70 % da venda de perfumes no mundo digital é de novidade, não é reposição!
A pergunta se a internet veio para ficar deveria ter sido feita á dez anos atrás, o mundo digital já uma realidade e também já se sabe que ele trouxe ônus e bônus, a questão hoje é como criar no mundo digital as mesmas experiências que somos acostumados a criar no mundo físico tradicional?
Evitar Instagram, Facebook e as demais redes sociais é remar contra o mercado, e isso é irreversível. A nova geração não dialoga de uma outra forma, portanto, não há alternativa, a solução é se adaptar começando pelo básico e seguir em frente.