Longe de querer minimizar as terríveis falhas que as agências de live marketing e seus profissionais de atendimento e planejamento (se é que eles existem em algumas agências) cometem. Fica cada vez mais claro para nós que o nível dos clientes que nos têm atendido, e recebido, num primeiro momento, está muito ruim.
Parece tema recorrente, repetitivo, déjà vu, mas porque nada acontece para minimizar o problema, as coisas só pioram a cada dia.
De início, com a desvalorização das áreas de marketing dos clientes e a ascensão, até certo ponto compreensível, no contexto econômico, de compras e suprimentos, o trabalho das agências de comunicação foi encarado como um “custo” inexplicável, mais que um investimento que tem seu custo definido pelo próprio mercado, coisa mensurável por preço e não pelo valor que a atividade de comunicação agrega tanto no produto ou serviço, quanto para própria marca.
Pior, para que isso tivesse, no mínimo, uma percepção mais verdadeira por parte do cliente, era preciso que os profissionais dele entendessem as diferenças no escopo das atividades e ferramentas inerentes às agências de design, publicidade e propaganda, digital e live marketing (ex marketing promocional), pelo menos estas.
Mas não. Misturam tudo, por conta do tal conceito full e 360 que mais definem posturas que expertises. Pedem de tudo a todos. A confusão facilita os desmandos e prejudicam o mercado.
Hoje, o desrespeito aos profissionais de comunicação é tal e de tal monta que eles já nem nos acham profissionais. Acham que somos empregados desqualificados deles, só falta o crachá de estagiário. Por quê?
Algum deles por acaso chama dez advogados para fazer uma petição e escolhe a melhor entre as dez, dispensando os nove outros sem pagar? Chama dez professores para dar aulas de idiomas aos funcionários e dispensa os nove menos efetivos, sem pagar?
Convoca dez chefs para ir para a cozinha preparar pratos para a diretoria e fica com o melhor, dispensando os outros nove chefs com um “muito obrigado” só? Ou eles mesmos fabricam, prestam serviço em concorrências com outras concorrentes suas no mercado, de graça? Não, né!
O cliente sabe que a gente, quando apresenta um projeto em concorrência, o apresenta pronto, já feito, com detalhes e logística definidos, trabalho feito, a ponto do cliente, se não for ético e honesto, usar parte do que criamos em seu evento com a agência que “ganhou” a concorrência, sem pagar nada a agência que criou a logística ou ação usada. Isso é lógico? É justo?
Sabe que somos nós que pagamos antecipadamente seu evento, custeando-o, porque virou norma o cliente não antecipar verba de seu próprio evento, e, pior, trata como se isso fosse fato normal e nós fossemos bancos que “financiássemos” a taxa zero, exigindo coisas impensáveis, como compra de equipamento, por exemplo, cobrando-nos severamente.
Na hora de pagar em 30 dias… aí é outra história. E ai de quem reclamar, porque está quebrando pela falta do cumprimento do prazo pactuado. Se reclamar, está fora do sagrado grupo de Agências que os serve.
Com esse pensamento arraigado, somos tratados como subprofissionais, menores, agravado o problema pelas agências pequenas e medíocres que corroboram isso “baixando as calças” e agindo como se isso realmente fosse normal. Na maioria, são agências de “fundo de quintal” ou antiéticas.
Que cliente é esse que não nos conhece, não nos respeita como nós os respeitamos? Por que isso não muda? Pense!
Existe um culpado maior. Nós mesmos que não nos colocamos, ainda que de forma “leve”. O peso que nos vem às costas vai nos aniquilar, porque esses clientes não nos respeitam mesmo, não nos considerem, não consideram o nosso trabalho e, não raro, o seu próprio.
Tá na hora de dizer a eles: nós trabalhamos como qualquer outro profissional, sabia? Nós vivemos do nosso trabalho, sabia? Nós queremos, simplesmente, ser tratados com respeito, sabia?
E não se assuste se a maioria deles responder: não, não sabia!