Não é fácil viver e trabalhar no nosso mercado. As surpresas, as incoerências, os desmandos, as atitudes de clientes, parceiros, fornecedores, empregados e colaboradores, e de quem mais estiver envolvido no seu dia-a-dia, mostram que, às vezes, o melhor é mesmo parar.
Decepções de todo o nível: inconsistências, incompetências, by-pass, despreparo, descompromissos… e um cem número de coisas que, se listadas aqui, poderiam estragar o dia de quem lê.
Dói mais se o profissional é ético, compromissado, justo, correto e transparente, isso porque, não podendo ele, por caráter, adotar a postura do outro, se vê no único caminho que lhe resta, o da profunda tristeza e decepção.
Quem já passou por isso, entenderá bem esse texto. Dar e receber são verbos aparentemente complementares, mas que, na verdade, nada têm a ver um com o outro. Ou seja, o errado é você.
Atitudes constantes que demonstrem sua posição, matar um leão por dia, dar exemplo com ações ou palavras não adiantam. Há cegos e surdos quando o assunto para eles tem a conotação dos próprios interesses e percepções. O outro só lhes é percebido quando o espelho o traduz.
Não é uma atitude limitada a jovens profissionais apenas, estes com a desculpa de que aprenderam assim (e mal), se comportam conforme os mais velhos (que deviam dar exemplos), que insistem na ideia de que no mercado é assim mesmo, que o lance é ser esperto, que ninguém é honesto de verdade, que vai ser assim porque sempre foi assim…
Pena, né? O mundo não muda, o mercado não muda, as atitudes não mudam, porque… as pessoas não querem mudar.
Aqui, nos nossos textos, tentamos propor mudanças que, claro, dependem mais de nossas atitudes humanas do que dos discursos, encontros, palestras, seminários ou congressos. O que muda tudo é a mudança de atitude das pessoas, gente como eu e você.
Se mudamos, damos exemplos, e exemplos falam mais alto que palavras. Se temos visão positiva, atraímos coisas positivas e o que falam da gente também é positivo. Palavras ditas com a energia da verdade podem moldar climas e ambientes e, por que não, pessoas.
Hoje meu texto não fala das coisas que aconteceram na semana, não fala dos erros de segurança, não fala da falta de formação profissional, não fala dos clientes, nem dos eventos, nem das leis e regras, fala de ação humana, de gente, da minha crença em gente.
Hoje, acordei com o cansaço de quem tenta sempre, mas não sabia o que escrever. Pensei no silêncio, isso, um texto com nove palavras, tipo, bom dia gente, mas hoje não deu para escrever.
Não consegui. Seria omissão, falta de garra, de vontade, seria me tornar igual aos que eu critico. Mas como agir e escrever quando falta vontade? Aí veio um toque suave e positivo, de renovada confiança nas pessoas e, porque não dizer, em mim. Foi quando o silêncio me bateu à mente eu o ouvi como grito. E ele dizia: Live Marketing.
Não entendi de saída, até perceber que se é ao vivo, é coisa de gente. E quando é coisa de gente tudo pode acontecer. Se é ao vivo, é pra provocar sorrisos e boas emoções em gente. Se é ao vivo, é pra deixar marcas na gente e mexer com o nosso mundo. E aí, não teve jeito.
Meu silêncio se fez texto.