Experiência de Marca

Anúncios polêmicos do Super Bowl

Os anunciantes pagaram até US$ 4 milhões por comerciais de 30 segundos veiculados durante o jogo.

O Super Bowl, realizado no último domingo (03/02), transformou-se na grande plataforma de lançamento das campanhas mais sofisticadas do ponto de vista publicitário, pois mostra como esporte, televisão e publicidade juntos podem criar riqueza e oportunidades para marcas, produtos e ideias.

Os anunciantes pagaram até US$ 4 milhões por comerciais de 30 segundos veiculados durante o jogo, mas muitos também estavam de olho no mundo digital; metade dos comerciais tinha hashtags do Twitter para estimular a discussão on-line depois da exibição. Aliás, até o blecaute no meio do jogo foi usado por algumas marcas para se destacarem no Twitter.

A Oreo aproveitou o apagão no Super Bowl e se destacou nas redes sociais com essa propaganda. A legenda insinua que, não importa se está escuro, ainda é possível mergulhar o biscoito no leite (forma preferida dos americanos consumirem o produto).

Como sempre, alguns anúncios causaram polêmica. O anúncio “Get Happy”, da Volks, foi criticado por insensibilidade cultural, já que mostra um homem branco imitando sotaque jamaicano carregado, dizendo a seus colegas para não se preocuparem, pois “tudo vai ficar bem”, fazendo referência à clássica música do cantor jamaicano Bob Marley. O anúncio foi criticado por alguns por sugerir que todas as pessoas no Caribe estão relaxadas e não sentem estresse.

Também foi notícia o veto da CBS de um comercial de 20 segundos da Pornhub, um site que exibe fotos de pessoas sem roupas. O curioso é que o filme parece longe de ser apelativo, pois apenas mostra um casal de terceira idade que se olham.

No entanto, a emissora considerou que a intenção do site foi de angariar publicidade gratuita, por conta da possível repercussão do veto algo que, a rigor, o site conseguiu. Além disso, foi considerado pela CBS que o anúncio tinha tempo menor do que os outros, os quais são de 30 segundos no mínimo.

Comercial da Pornhub.

Por outro lado, não foi vetado, mas causou polêmica, o anúncio “The Kiss”, da companhia de registro e hospedagem de sites GoDaddy, acusada de sexismo pelo filme que mostrava uma supermodelo beijando um garoto nerd explicitamente.

O veto prévio e as repercussões posteriores dos anúncios têm como pano de fundo questões sociais de racismo, machismo ou sexismo, periodicamente analisadas pelo Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária, a partir do seu Código de Ética.

Por exemplo, conforme o artigo 20 “Nenhum anúncio deve favorecer ou estimular qualquer espécie de ofensa ou discriminação racial, social, política, religiosa ou de nacionalidade.”

O limite entre o humor e a liberdade de expressão, versus a discriminação social, é analisado caso a caso, levando-se em conta aspectos pormenorizados dos anúncios.

Por fim, não foi o anúncio, mas um teaser da Samsung que chamou a atenção por sua originalidade, ao mostrar atores tentando criar um anúncio para o Super Bowl.

Eles se mostram surpresos com o excesso de controle de propriedades intelectuais, fazendo piada com o fato de não poderem usar o nome do evento, da mesma forma que a Lei Geral da Copa proíbe os não patrocinadores de usarem o termo “Copa do Mundo”, ou que a Lei Pelé proíbe que se mencione o termo “Olimpíadas”.

Principalmente em grandes eventos esportivos, o lobby da Fifa e do COI para que sejam respeitadas as suas marcas faz com que os países sede promulguem leis de proteção cada vez mais severas.

No Brasil, pela Lei Geral da Copa, a utilização indevida de símbolos, ou o marketing de emboscada por intrusão ou associação são definidos como crimes, com pena de detenção de até um ano ou multa.

Fontes: https://migre.me/d7R63, https://migre.me/d7R7t, https://migre.me/d7R9k