Neste início de 2013 começam a aparecer resultados expressivos da campanha iniciada em 2007 pela Federação Internacional de Automobilismo (Fia).
Naquela época, a entidade máxima do automobilismo determinou que as pesquisas para a criação de novos motores de Fórmula 1 priorizassem o desenvolvimento de veículos híbridos e a redução da emissão de CO2 nas pistas, criando bases para que a consciência ambiental encontrasse espaço sob os capôs dos veículos superesportivos, atualizando e modernizando a postura de marketing da mais rica categoria do automobilismo.
Um dos resultados mais significativos desse comprometimento deve estrear no próximo Salão do Automóvel de Genebra, em março deste ano. A Ferrari promete levar ao evento a nova F70, máquina que funde várias tecnologias verdes desenvolvidas pela marca italiana nos últimos anos.
Para começar, o modelo será híbrido, com um motor a combustão capaz de desenvolver 750 cavalos e um elétrico que gera mais 100. Isso não significa que o bólido perderá desempenho.
Especula-se que ele fará a prova de zero a 100 km/h em menos de três segundos. O modelo faz parte da onda de supercarros “verdes”, em que as montadoras de alto padrão intensificam os esforços para tornar os modelos ambientalmente mais palatáveis, enquanto mantém ou melhoram seu desempenho.
Para que esta Ferrari atinja a meta de emitir até 30% menos gases do efeito estufa que a versão anterior, outras medidas foram tomadas. Uma delas é o uso da tecnologia “start-stop”, que já equipa veículos híbridos como o Ford Fusion.
Por meio dela, o motor é desligado quando o carro não está em movimento – em um semáforo, por exemplo. Para religá-lo, basta pisar no acelerador. A Ferrari usou ainda uma tecnologia importada diretamente das pistas de Fórmula 1. Trata-se do sistema Kers, que recupera a energia perdida durante a frenagem e a manda de volta para o motor.
O clima de correção ecológica tomou conta de vez da escuderia italiana. Nos últimos anos, várias árvores foram plantadas em torno dos galpões da fábrica em Maranello.
Além disso, todos os prédios construídos recentemente para os escritórios da empresa são feitos com grandes áreas envidraçadas, o que facilita a entrada do sol, diminui o consumo de eletricidade e tinge de verde a imagem que a empresa propaga pelo mundo.
As vendas de supercarros híbridos podem avançar das menos de 100 unidades em 2012 para mais de 2,1 mil em 2015, segundo IHS Automotive. Segundo especialistas o preço do F70 provavelmente passará a marca dos € 660 mil