Experiência de Marca

A pipoca na panela tá quente e gostosa, mas...

O Hotpopcorn deste ano teve como tema o “Processo de Concorrência em Comunicação” e contou com a presença dos mais importantes executivos de marketing e compras de clientes como Nextel, Chevrolet, P&G, Nestlé, Microsoft, Diageo, dentre outros.

Publicado originalmente em 25/09/12.

A panela na pipoca tá quente e gostosa, mas a nossa batata continua assando, pô!

A genial iniciativa da Hands, na figura de seu presidente Marcelo Lenhard, foi um sucesso. O Hotpopcorn deste ano teve como tema o “Processo de Concorrência em Comunicação” e contou com a presença dos mais importantes executivos de marketing e compras de clientes como Nextel, Chevrolet, P&G, Nestlé, Microsoft, Diageo, dentre outros.

No time da gente, o Marcelo Lenhard, da Hands; Marcos Lacerda, da Momentum; Boralli, da b!ferraz; Mentor, da Bullet; e o Kito Mansano, da Ampro, debateram de forma consistente, e, às vezes, dura, sobre critérios éticos de seleção de agências, prazos de pagamento, participação de compras e suprimentos no processo, dentre outros temas relevantes.

Marcelo Lenhard.

Não fui, eu confesso. Fui convidado pelo Lenhard na Ampro, mas não pude ir por questões profissionais, no entanto, acompanhei e estive com o Kito no dia seguinte, na reunião da Ampro Rio, onde ele me contou detalhes sobre o evento, além, claro, de ter acompanhado pelo Promoview tudo o que aconteceu lá, pelo Canal Promo SA, do Karant Santos e no Promoviewer.

Notícias boas e ruins no final do encontro. As boas primeiro, por óbvio.

1 – Os clientes já percebem a importância do marketing promocional a ponto de sentarem junto a alguns dos mais importantes profissionais do nosso mercado para discutirem e ouvirem sobre as concorrências predatórias, burras, mesmo em alguns casos; sobre o valor do dinheiro, quando as áreas de compras tentam ganhar financeiramente nas negociações, aviltando e destruindo agências; e sobre ética e transparência nas concorrências.

2 – Entendem a Ampro como legítima representante e interlocutora nesse processo.

3 – Sabem que pagar em mais de 30 ou 45 dias à agência é um absurdo, como disse Izael Sinem Jr., da Nestlé: “…O anunciante precisa se preocupar com a saúde dos prestadores de serviço. Não adianta querer pagar em 90 dias, porque ele vai quebrar…”

4 – Que a área de marketing precisa estar mais presente nas negociações: “Precisamos trabalhar a seis mãos: duas da agência, duas do marketing do cliente e duas do setor de compras”, conforme falou Antonio Scannapieco, gerente da Procter&Gamble.

5 – Que sabem sim: somos a comunicação mais viva e ativa, o “LIVE MARKETING”, como defende a Ampro hoje, numa espécie de nova e mais ampla nomenclatura para nossa atividade. Afinal, é isso o que fazemos. O marketing vivo, que não permite erro ou segunda chance, pois estamos na vida, no dia a dia dos consumidores, levando marcas, produtos e serviços a ele, em cores vivas, on time, full time, real time

O ruim, e eu já sabia, é que tem ainda profissionais do cliente que não sabem o que somos e fazemos de verdade e traçam paradigmas inconcebíveis para justificar a concorrência da gente por Job.

Na posição de Gustavo Diamont, vice-presidente de marketing da Nextel, vemos uma incoerência atávica, pois hoje, cada vez mais, os clientes NÃO QUEREM PAGAR CRIAÇÃO PRA GENTE, mas a exigem nas concorrências e licitações: “Muitas conquistam a conta e acham que não precisam fazer mais nada. Elas precisam ficar atentas, porque isso pode provocar a commoditização da comunicação. É como se eu estivesse comprando borracha”.

Pior mesmo é que ainda acham que fazer concorrência por JOB é mais “efetivo” quando, na verdade, como bem frisou o Mentor, da Bullet, o que fazemos “É ESTRATÉGICO” e tudo que precisamos para isso é ter perenidade de relação: “Sou contra concorrência job a job. Para criar brindes do McDonald’s, por exemplo, tudo bem. Mas para estratégia promocional, temos que ter comprometimento de médio e longo prazo”, disse ele.

É isso. A deliciosa pipoca da Hands tá que tá pulando e vai discutir ano que vem, com a presença de alunos de Universidades de Comunicação, uma dos mais angustiantes problemas da gente que é a ‘JUNIORIZAÇÃO’ dos profissionais de marketing dos clientes, propondo um questionamento: Eles estão preparados ou não para as demandas do nosso mercado? Aliás, falo sobre isso amanhã na palestra que farei na ESPM pela 8a Sampro.

Mas, vou me valer do Kito Mansano para encerrar meu texto de hoje. Disse ele para quem quisesse ouvir no debate: “A barreira da degradação do negócio está próxima e a pressão sobre os custos está muito grande”.

É isso. A pipoca tá linda, deliciosa e cheirosa, atraindo cada vez mais gente pro banquete. A iniciativa vitoriosa da Hands é case a ser aplaudido. Mas, ainda existe cliente num clube fechado, fazendo festa junina, e, bobo que é, querendo manter a nossa batata no fogo assando, achando que a gente não sente o calor.

Sentimos sim, e a gente nem liga para você. E vamos tirar ela da fogueira, tá falado.